A remoção do lixo é mais um dos desafios enfrentados pela população.Algumas delas tiveram até as memórias levadas pela enxurrada. As enchentes impactaram cerca de 2.345.400. Os que não perderam suas casas precisam lidar com as lembranças de dias que, nas palavras de uma entrevistada, pareciam ser totalmente iguais.
Foi preciso resgatar 77.711 pessoas em algum momento, e 76.955 ainda permanecem em abrigos passados 3 meses das chuvas. Os animais também sofreram. A Marinha informou que 12.215 animais foram socorridos.
“Rombos” financeiros
O prejuízo estimado no estado é de R$10 bilhões em perdas patrimoniais, e R$40 bilhões em perdas do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
Segundo o diretor do mercado público de Porto Alegre, os comerciantes do local estão calculando as perdas com base em quatro fatores:
- O que o estado deixou de faturar;
- O valor gasto com folhas de pagamento, ou seja, referente aos salários dos colaboradores que não trabalharam devido à falta de demanda durante as enchentes;;
- Os estoques perdidos;
- As instalações destruídas;
A administração do mercado estima R$50 milhões em prejuízos
O prefeito da cidade de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, estima que:
- as perdas cheguem a R$1 bilhão;
- o município deixe de arrecadar R$200 milhões.
Na cidade de Roca Sales, a 144 km da capital gaúcha, o rombo estimado é de R$230 milhões.
- No setor industrial, mais de 1.500 empresas foram impactadas.
O prefeito de Canoas afirmou que as perdas incluem desde estrutura física, passando por equipamentos e insumos. Explica que esse é um dos motivos que podem deixar a recuperação econômica mais lenta.
A tragédia ainda não acabou
O empresário Maikol Parnow relatou em entrevista ao documentário "O Resgate" acreditar que muitas pessoas acham que a situação está normalizada.
“Tem ruas que só têm como entrar a pé ou de moto, porque tem tanto lixo na rua que os carros não passam mais”.
Relata que falta material de limpeza, caminhões para recolher o entulho e locais para que os dejetos sejam descartados. Parnow atribui essa sensação à falta de cobertura da grande mídia.
A tragédia no Rio Grande do Sul deixou marcas que vão além das perdas materiais. No entanto, a esperança daqueles que perderam tudo impressiona. Um trecho levanta a hipótese de que, talvez, o luto das pessoas torne o gaúcho mais unido. A dor das memórias que se foram pode se tornar base para novas, bem distantes daqueles dias iguais, que pareciam não ter fim.