Uma série de ocupações em áreas da empresa Suzano reacendeu um antigo embate no meio rural brasileiro: o conflito entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o setor de florestas plantadas, especialmente o cultivo de eucalipto.
A ação mais recente ocorreu em março de 2025, quando integrantes da “Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra” invadiram terras da empresa em Aracruz, no Espírito Santo. Antes disso, o movimento já havia promovido ações semelhantes no sul da Bahia.
Por que o MST está ocupando áreas de eucalipto?
Segundo o MST, as ações têm dois objetivos principais. O primeiro é cobrar o cumprimento de um acordo firmado em 2011 entre o movimento, a Suzano e o Incra, que previa a cessão de terras para assentamento de 750 famílias.
De acordo com lideranças do movimento, o compromisso não foi executado.
A empresa, por sua vez, afirmou que o acordo não foi descumprido, mas que a entrega das áreas depende de processos públicos ainda não realizados pelo Incra. Em nota, a Suzano declarou manter “diálogo aberto e transparente” com as comunidades locais.
O segundo motivo citado pelo movimento é a crítica ao impacto ambiental e social causado pela monocultura de eucalipto na região.
Os sem-terra denunciam o uso de agrotóxicos e alegam que grandes plantações podem comprometer os recursos hídricos e limitar a produção de alimentos nas redondezas.
Representantes do MST apontaram que a monocultura do eucalipto compromete a produção de alimentos e a diversidade no uso da terra. De acordo com a dirigente estadual do movimento na Bahia, Eliane Oliveira:
“Aqui no extremo sul da Bahia, a Suzano possui 900 mil hectares de terra plantados. São plantadas 500 milhões de mudas todos os dias dentro desse território. A Suzano possui três milhões de hectares de eucalipto ao todo. […] Não comemos eucalipto.”
- Gostaria de receber as principais notícias do dia diretamente em seu E-mail, todos os dias e de graça? Assine o Resumo BP, a newsletter de jornalismo da Brasil Paralelo. Clique aqui e aproveite.





.jpg)






.webp)




.webp)







