O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, afirmou que a Faixa de Gaza pode se tornar uma “mina de ouro imobiliária” após a guerra contra o Hamas.
A declaração foi dada em 17 de setembro, durante uma conferência sobre renovação urbana em Tel Aviv, e repercutiu internacionalmente.
Segundo Smotrich, já existe um plano de negócios pronto e apresentado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Existe um plano de negócios, elaborado pelas pessoas mais profissionais que existem, e está na mesa do presidente Trump, sobre como transformar isso em uma mina de ouro imobiliária. Não estou brincando, é lucrativo. Já comecei negociações com os americanos”, disse o ministro.
Segundo o ministro, a guerra custou caro a Israel e o momento atual é o ideal para buscar retorno financeiro.
“Gastamos muito dinheiro nesta guerra, então precisamos dividir como vamos lucrar com a comercialização de terras em Gaza depois. Já concluímos a fase de demolição, que é sempre a primeira etapa da renovação urbana. Agora precisamos construir, e isso é muito mais barato.”
As declarações contrastam com a posição da União Europeia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu a solução de dois Estados e pediu cessar-fogo imediato.
“Os eventos horríveis que ocorrem diariamente em Gaza devem cessar. É necessário um cessar-fogo imediato, acesso irrestrito a toda a ajuda humanitária e a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas”, declarou.
Autoridades da Casa Branca e do Departamento de Estado não responderam aos pedidos de comentário sobre as declarações do ministro.
Esta não foi a primeira vez que Smotrich defendeu mudanças territoriais em Gaza.
Smotrich também afirmou que essas ideias têm apoio de Trump.
Em fevereiro, o presidente americano mencionou a possibilidade de os EUA administrarem Gaza por dez anos. Também falou em oferecer compensações financeiras para que parte da população palestina deixasse o enclave.
As declarações de Smotrich também se chocaram com declarações recentes do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Ele havia dito que Israel poderia enfrentar isolamento internacional e ser obrigado a adotar características de “super-Esparta”, com economia autossuficiente voltada para defesa. Smotrich rebateu.
“Não concordo com as palavras do primeiro-ministro e realmente não gostei da comparação com Esparta.”
Enquanto Netanyahu buscou minimizar o impacto de suas próprias falas sobre a economia, Smotrich reforçou a ideia de transformar Gaza em um polo imobiliário, reafirmando a existência de negociações com Washington e insistindo que “a oportunidade se paga”.
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