Veja onde as facções no Brasil
A reportagem da Record TV mapeou facções por estado, com base em investigações de órgãos federais e estaduais. Em muitos casos, há disputa entre grupos locais e facções de alcance nacional.
- Acre – CV, PCC, Bonde dos 13, Ifara
- Amapá – CV, PCC, Família Terror do Amapá (FTA), Amigos para Sempre (APS), União do Crime do Amapá (UCA)
- Alagoas – CV, PCC
- Amazonas – Cartel do Norte/FDN, PCC, CV, TCP, Crias da Tríplice
- Bahia – PCC, Katiara, Comando da Paz, Caveira, Bonde do Maluco, Mercado do Povo Atitude, Ordem e Progresso, Bonde do Ajeita
- Ceará – PCC, CV, Guardiões do Estado (GDE)
- Distrito Federal – CV, PCC, Comboio do Cão
- Espírito Santo – PCC, Primeiro Comando de Vitória, Trem Bala
- Goiás – PCC, CV, Família Monstro
- Maranhão – Bonde dos 40, PCM, PCC
- Mato Grosso – CV
- Mato Grosso do Sul – PCC
- Minas Gerais – PCC, Família Monstro
- Pará – PCC, CV, Comando Classe A, Bonde dos 30, União do Norte, Equipe Rex, Equipe Real
- Paraíba – PCC, Okaida, EUA
- Paraná – PCC, Máfia Paranaense
- Pernambuco – PCC, Okaida
- Piauí – PCC
- Rio de Janeiro – CV, Amigo dos Amigos (ADA), Terceiro Comando Puro (TCP), além de milícias
- Rio Grande do Norte – PCC, CV, Sindicato do Crime
- Rio Grande do Sul – Abertos, Bala na Cara, Os Manos, Comando Pelo Certo, Farrapos, Unidos pela Paz, Os Tauras, Vândalos, Mata Rindo, Grupo K2, Cebolas, PCI, PCC
- Rondônia – PCC, CV, Primeiro Comando do Panda
- Roraima – PCC, CV
- Santa Catarina – PCC, Primeiro Grupo Catarinense (PGC), CV-SC, Força Revolucionária Catarinense, Primeiro Crime Revolucionário Catarinense
- São Paulo – PCC
- Sergipe – PCC, Bonde dos Maluco, CV
- Tocantins – PCC, CV, Máfia Tocantinense
As cinco facções mais poderosas do Brasil
Relatórios oficiais e estudos independentes apontam que poucas facções concentram a maior parte do poder do crime organizado no país. Segundo o Ministério da Justiça, existem hoje 88 organizações criminosas ativas no território nacional.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública estima que o conjunto dessas facções movimenta R$146 bilhões por ano, principalmente por meio do tráfico de drogas, controle territorial e atividades ilícitas associadas.
Entre elas, cinco grupos se destacam pela estrutura, alcance e capacidade financeira.
PCC
Fundado em 1993, dentro da Casa de Custódia de Taubaté, o PCC se tornou a maior facção criminosa do Brasil. Opera com estatuto próprio, presença em quase todos os estados e conexões no Paraguai e na Bolívia.
Controla rotas estratégicas, domina a fronteira com Pedro Juan Caballero e usa portos brasileiros para exportar cocaína em parceria com grupos estrangeiros, como a máfia italiana ’Ndrangheta.
Estima-se que a facção tenha mais de 100 mil membros. Em 2024, autoridades apontaram que a organização movimentou mais de R$6 bilhões.
Comando Vermelho
Surgido no fim dos anos 1970 no presídio da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, o CV cresceu combinando métodos de organização aprendidos com presos políticos e estratégias de assaltos a bancos.
Hoje está presente em pelo menos 19 estados.
No Rio, controla mais da metade dos territórios dominados por facções. A maior parte do faturamento vem do domínio territorial: serviços clandestinos de gás, internet, transporte e cobranças locais rendem mais do que a venda de drogas.
Na Rocinha, estimativas apontam receitas mensais de até R$12 milhões.
Família do Norte (FDN)
A FDN nasceu para conter o avanço do PCC na região Norte. Controla a rota Solimões, uma das mais importantes do tráfico internacional, que escoa cocaína do Peru e da Bolívia pelos rios amazônicos.
Investigações da PF mostraram que o grupo movimenta milhões por mês.
Embora mantenha alianças com o CV, preserva autonomia e já ordenou execuções de integrantes ligados ao PCC.
Okaida (OKD)
Criada em 2004 nos presídios da Paraíba, a OKD recebeu esse nome como uma adaptação de “Al-Qaeda”.
O grupo tem forte presença em João Pessoa e influência crescente em Pernambuco, com cerca de 6 mil membros. Foi aliado do PCC até 2010, mas se aproximou do CV e da FDN após a ruptura.
Costuma impor regras rígidas em áreas dominadas e usa redes sociais para propaganda. Recentemente sofreu cisão interna que formou a OKD–RB.
Guardiões do Estado (GDE)
A GDE surgiu em 2016, inicialmente com apoio do PCC para enfrentar o CV no Ceará, mas se tornou independente.
A cúpula é formada por seis líderes que ostentavam “anéis templários” no estilo de cartéis mexicanos.
Em 2019, o grupo organizou uma onda de ataques que atingiu mais de 50 cidades, com incêndios a ônibus e atentados contra prédios públicos.
Mesmo após a transferência dos fundadores para presídios federais, continua sendo uma das facções mais relevantes do país.
Essa realidade é tema de Entre Lobos, a maior investigação já feita sobre segurança pública no país. O documentário revela como as facções cresceram, como operam dentro e fora das prisões e o impacto direto dessa guerra na vida dos brasileiros.
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