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Durante um debate presidencial em 1980, Ronald Reagan fez uma pergunta memorável ao então presidente Jimmy Carter:
"Você está em uma situação melhor do que há quatro anos?"
A questão se tornou uma referência para avaliar cada administração federal dos Estados Unidos, principalmente quando os candidatos buscam a reeleição. Pensando nisso, desde 1992, no período eleitoral, o instituto Gallup mede a percepção dos americanos sobre a economia nacional.
A instituição é responsável pelo Índice de Confiança Econômica (ECI), que mensalmente divulga otimismo ou pessimismo da população em relação à economia. Neste ano, o índice fechou em -26.
Um resultado de +100 significa que todos os entrevistados veem as condições econômicas como excelentes ou boas e acreditam que o país está prosperando.
Em contraste, um valor de -100 indica que todos consideram a economia ruim ou acham que tudo está piorando.
Mais da metade avalia que a economia piorou
O estudo foi realizado em outubro de 2024 e revelou que 52% dos americanos acreditam que estão vivendo em situação econômica pior do que quatro anos antes.
Este é um dos piores índices para um ano eleitoral, complementado pela taxa de apenas 39% de pessoas que disseram estar financeiramente melhores do que há quatro anos.
Para entender como a avaliação econômica dos eleitores pode influenciar as eleições, basta olhar para a história:
- Ano de início das análises:some text
- O índice de confiança econômica (ECI) estava em -37.
- Essa avaliação negativa foi um dos fatores para a derrota de George W. Bush nas eleições.
2004:
- O índice de confiança econômica era +1.
- Quase metade da população afirmou estar melhor economicamente.
- George W. Bush foi reeleito, sugerindo uma correlação positiva entre a percepção econômica e a reeleição.
2012:
- O índice de confiança econômica era -1.
- 45% das pessoas afirmaram estar em melhor situação econômica.
- Barack Obama venceu a eleição, mostrando que uma percepção econômica ligeiramente negativa não impediu sua vitória.
2020:
- 55% dos entrevistados disseram estar em melhor condição econômica.
- O ECI era -4.
- Apesar da percepção econômica relativamente positiva, Donald Trump não conseguiu se reeleger, indicando que outros fatores podem ter influenciado o resultado eleitoral. A revista Time aponta como motivos sua gestão durante a pandemia de Covid-19, tensões raciais e sua incapacidade de reunir apoio.
A queda econômica dos últimos quatro anos
Entre 2021 e 2024, a confiança econômica foi negativa. Em 2022, os números estavam entre os piores desde a recessão no período 2007-2009, enquanto a inflação atingiu níveis maiores do que nas últimas quatro décadas.
Durante esses três anos, os americanos apontaram a inflação como o principal problema financeiro enfrentado por suas famílias.
Para o Gallup, os números sugerem que esse é o motivo da percepção negativa dos americanos com relação à economia, “mesmo diante de uma situação de desemprego geralmente baixa, crescimento econômico constante e valores recordes de ações e imóveis”.
Quando questionados sobre o problema mais importante enfrentado pelos EUA, 43% dos entrevistados mencionam questões econômicas.
O percentual é semelhante aos 44% registrados em setembro e o maior desde outubro de 2022.
Desemprego alto
A pesquisa revelou também que 44% dos adultos nos EUA acreditam que é um bom momento para encontrar um emprego.
Por outro lado, 50% consideram que as condições são desfavoráveis para buscar oportunidade de trabalho.
A taxa de desemprego nos EUA em setembro foi de 4,1%, numa faixa semelhante à observada nos últimos meses. O número está abaixo da média histórica de 5,69%, mas é superior ao recorde mínimo de 3,4% registrado em janeiro e abril de 2023.
Quais os critérios que o Gallup avaliou para realizar a pesquisa?
O ECI de 2024 foi feito entre 16 e 28 de setembro e revelou que:
- 39% acreditam estar em melhores condições econômicas do que hoje e que;
- 9% afirmam que a situação não mudou.
Especificamente sobre as condições econômicas, foi revelado que:
- 46% as descrevem como "ruins";
- 29% consideram-nas "razoáveis;
- 25% acreditam que a economia está boa;
- 62% creem que tudo está piorando e;
- 32% enxergam melhoras econômicas.
De acordo com o instituto, o resultado é parecido com o de 1992, quando Bill Clinton venceu George H. Bush.
Ainda segundo a pesquisa:
- 72% dos democratas se veem em uma situação melhor do que antes;
35% dos independentes compartilham essa percepção;
7% dos republicanos se consideram melhores do que há quatro anos.
Inclinação do eleitor a criticar políticos que desaprova
O Gallup explica que esses resultados são esperados. Normalmente, os apoiadores do presidente em exercício costumam achar que as condições melhoraram desde o início do seu mandato.
Por outro lado, aqueles que se opõem ao governante tendem a desaprovar a situação do país.
Essa mesma dinâmica foi observada em 2020, quando Donald Trump estava no poder.
Naquele ano, a pesquisa revelou que havia mais republicanos satisfeitos com suas vidas do que democratas.
Esse tipo de percepção geralmente está ligada à maneira como as pessoas veem a economia dos Estados Unidos, medido mensalmente pelo Índice de Confiança Econômica (ECI) do instituto.
O indíce avalia como os cidadãos consideram as condições econômicas atuais, perguntando se elas são excelentes, boas, razoáveis ou ruins.
Também questiona se as pessoas acreditam que a economia está melhorando ou piorando. O levantamento possui uma faixa teórica que vai de +100 a -100.
Desde que a Gallup começou a acompanhar esses dados, o ECI atingiu seu ponto mais alto de +56 em janeiro de 2000 e o mais baixo de -72 em outubro de 2008, durante a crise financeira daquele ano.
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