Durante a conversa, Luiz Inácio Lula da Silva revelou os bastidores de uma tentativa frustrada de reunir líderes de esquerda em uma cúpula internacional.
"Quando nos sentamos para fazer a lista, descobri que não havia mais progressistas! (...) Para evitar que a reunião ficasse pequena demais, troquei 'progressistas' por 'democratas' para poder convidar Biden, Macron e outras pessoas".
O presidente também afirmou estar incerto sobre o futuro e disse não ter imaginado que a situação global chegaria ao ponto em que se encontra hoje.
“A democracia com a qual aprendemos a conviver depois da Segunda Guerra Mundial (...) está desaparecendo”, afirmou o presidente. “O que vem a seguir, não sabemos.”
Outros presidentes latino-americanos também se identificam como alinhados ao progressismo:
- Na Colômbia, Gustavo Petro é alinhado à esquerda progressista;
- No Chile, Gabriel Boric também se afirma esquerdista;
- Na Bolívia, Luis Arce é filiado ao Movimento ao Socialismo (MAS);
- No México, Claudia Sheinbaum é filiada ao MORENA, partido progressista e nacionalista.
Presidente criticou republicanos nos Estados Unidos
Ao longo da entrevista, Lula criticou figuras do Partido Republicano dos Estados Unidos, como o presidente Donald Trump e o senador JD Vance.
Também mencionou Elon Musk, afirmando que esses nomes estariam “negando as instituições que garantem a democracia no mundo”.
Um dos trechos que mais chamou atenção foi a declaração de que “aprendeu com Reagan e Thatcher” nos anos 1980 sobre a importância do livre comércio.
Segundo ele, “o mundo deveria permitir que produtos e dinheiro circulassem livremente”.
A fala contrasta com posicionamentos anteriores do presidente, que já classificou o neoliberalismo como um dos responsáveis pela desigualdade social mundial.
“Vi um discurso dele no Congresso dos EUA recentemente, e foi absurdo, aqueles republicanos aplaudindo qualquer bobagem que ele dissesse. Era quase o mesmo tipo de discurso que os anarquistas costumavam fazer na Itália e no Brasil no início do século”.
O presidente também criticou a atuação de Vance na política europeia e questionou sua visita à Alemanha. Para Lula, esse tipo de interferência em eleições estrangeiras é inadequado.
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