O papa Leão XIV recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Vaticano. Foi o primeiro encontro entre os dois desde a eleição do pontífice, em maio.
A reunião foi realizada nesta segunda-feira (13) e durou menos de 30 minutos. De acordo com o presidente, a conversa abordou “religião, fé, o Brasil e os imensos desafios que temos que enfrentar no mundo”.
Lula convidou o papa para participar da COP30, conferência da ONU sobre o clima, que será realizada em novembro de 2026, em Belém (PA).
O papa, por sua vez, agradeceu o convite, mas explicou que não poderá participar da conferência por causa do Ano Jubilar. O evento, realizado a cada 25 anos pela Igreja Católica, é marcado por celebrações e grande movimentação no Vaticano.
“Convidei-o a vir à COP30, considerando a importância histórica de realizarmos uma Conferência do Clima pela primeira vez no coração da Amazônia. Por conta do Jubileu, o Papa nos disse que não poderá participar, mas garantiu a representação do Vaticano em Belém”.
Leão XIV afirmou que pretende visitar o Brasil em um momento oportuno.
“Ficamos muito felizes em saber que Sua Santidade pretende visitar o Brasil no momento oportuno. Será muito bem recebido, com o carinho, o acolhimento e a fé do povo brasileiro”, disse Lula.
O encontro aconteceu poucos dias depois da publicação do primeiro documento oficial de Leão XIV, intitulado Dilexi Te. Na carta, o papa dedica-se a tratar da importância dos pobres na Igreja.
Lula elogiou o texto e destacou que o documento é um “amplo movimento de indignação contra a desigualdade”.
“Considero o documento uma referência, que precisa ser lido e praticado por todos”, afirmou o presidente.
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Antes da visita de Lula, o convite para a COP30 já havia sido feito por autoridades brasileiras. Em maio, o vice-presidente Geraldo Alckmin entregou pessoalmente o pedido durante a missa inaugural do pontificado.
Em julho, líderes religiosos de vários países reiteraram o apelo em audiência no Vaticano.
No início deste mês de outubro, a ministra do meio ambiente, Marina Silva, reforçou o convite durante a conferência Espalhando Esperança, em Roma. Ela afirmou que a COP30 deve ser “a conferência decisiva da implementação do Acordo de Paris”.
Apesar dos esforços, a Arquidiocese de Belém já havia negado que o papa tivesse confirmado presença.
Em nota, esclareceu que “não há definição sobre os representantes oficiais da Santa Sé” e que qualquer anúncio será feito exclusivamente pelos canais do Vaticano.
A conferência será a primeira da ONU sobre mudanças climáticas realizada na Amazônia. Entre os dias 10 e 21 de novembro de 2026, Belém deve receber delegações de quase 200 países.
Entre os temas a serem discutidos estão: emissões de carbono, financiamento climático e preservação de florestas tropicais.
O evento enfrenta desafios logísticos: obras atrasadas, preços elevados e falta de infraestrutura hoteleira têm gerado preocupação entre autoridades e organizadores.
Entenda mais sobre esse assunto no vídeo abaixo:
A audiência foi privada, sem a cerimônia tradicional no pátio de São Damásio. Lula esteve acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva e dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).
Também participaram a senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA), a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e o embaixador do Brasil junto à Santa Sé, Everton Veira.
O encontro no Vaticano antecedeu a participação de Lula na abertura do Fórum Mundial da Alimentação, promovido pela FAO, em Roma.
Com a confirmação de que o Vaticano enviará representantes à COP30, a audiência encerrou a visita presidencial e consolidou o diálogo entre Brasil e Santa Sé em torno das pautas sociais e ambientais.
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