Os advogados de Jair Bolsonaro entregaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a defesa prévia do ex-presidente para contestar as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A instituição acusou o ex-presidente de liderar um plano para um suposto golpe de Estado. Bolsonaro afirma que não deu ordem nem colaborou com nenhum plano contra o sistema democrático brasileiro:
“No fim do dia e da História, o Peticionário é aquele que não assinou nenhum decreto e não ordenou qualquer ação violenta para restringir ou impedir o exercício de um poder, bem como não tentou depor”, afirmou a defesa do Presidente.
A defesa alega que Bolsonaro foi aquele que, “ainda no início de dezembro, ordenava a transição de governo ao mesmo tempo que recusava qualquer violência ou qualquer ação ilegal”.
Os advogados solicitaram que a decisão sobre o recebimento da denúncia ocorra no plenário completo da Corte, e não na Primeira Turma.
De acordo com o documento de defesa:
"Parece ser inadmissível que um julgamento que envolve o ex-presidente da República não ocorra no Tribunal Pleno. E não se diz isso apenas em função da envergadura do caso, do envolvimento de um ex-presidente e de diversos ex-ministros de Estado. A necessidade deriva da Constituição Federal e do regimento interno desta Suprema Corte".
Afirmam também não tiveram acesso à íntegra dos autos do processo. Segundo os defensores, isso caracteriza “cerceamento do direito de defesa”.
Defesa diz que Bolsonaro comprovará sua inocência por meio dos depoimentos das testemunhas
Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro listou 13 testemunhas para prestar depoimento, incluindo ex-comandantes das Forças Armadas que o apontaram na tentativa de golpe.
Veja a lista de testemunhas arroladas por Bolsonaro:
- Amaury Feres Saad
- Coronel Wagner Oliveira da Silva
- Renato de Lima França
- General Eduardo Pazuello
- Senador Rogério Marinho
- General Hamilton Mourão
- Senador Ciro Nogueira
- Governador Tarcísio Gomes de Freitas
- Senador Gilson Machado
- General Marco Antônio Freire Gomes
- Brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior
- General Júlio César de Arruda
- Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro
A defesa do ex-presidente, composta pelos criminalistas Paulo Amador da Cunha Bueno e Celso Vilardi, rebateu a acusação protocolada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Eles afirmam que a PGR "esmerou-se em contar uma boa 'estória', que alimenta boas manchetes e anima o imaginário popular, mas que não sustenta uma ação penal".
A defesa prossegue:
"Com todo o respeito, a complexidade da ruptura institucional não demanda um iter criminis distendido. De acordo com o Código Penal, ela demanda emprego de violência ou grave ameaça, aptas a impedir ou restringir o exercício dos poderes constitucionais".
Os advogados destacam que não há mensagens ou outras provas conectando Bolsonaro diretamente aos eventos de 8 de janeiro de 2023.
"Ainda que se deseje criticar os discursos, pronunciamentos, entrevistas e lives de Jair Bolsonaro, ou censurar o conteúdo de reuniões havidas com comandantes militares e assessores, tais eventos não se confundem nem minimamente com atos de execução".
Na defesa apresentada, os advogados:
- alegam não ter tido acesso a todas as provas da investigação;
- solicitam que o inquérito seja redistribuído para outro ministro o relate;
- pedem a anulação do acordo de colaboração premiada de Mauro Cid.
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