A polícia identificou uma suposta ligação entre dirigentes do clube e o Primeiro Comando da Capital (PCC). A quebra de sigilos bancários foi fundamental para rastrear o caminho de recursos e expor essa conexão.
A investigação rastreou o destino de comissões pagas pelo patrocínio da VaideBet, onde descobriu-se que R$ 1,4 milhão circularam por contas suspeitas.
Esse dinheiro teria chegado a uma conta específica. Essa conta já havia sido denunciada ao Ministério Público por Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário e delator do PCC. Ele foi assassinado em novembro de 2024, no Aeroporto de Guarulhos.
O dinheiro desviado, segundo a polícia, foi transferido para a Rede Social Media Design. Essa empresa pertence a Alex Cassundé. O valor teria sido repassado em duas remessas de R$ 700 mil, em março de 2024.
As informações foram divulgadas inicialmente pelo SBT e confirmadas pela CNN. A empresa de Cassundé, então, fez dois repasses para a Neoway Soluções Integradas.
A Neoway tem como sócia Edna Oliveira dos Santos. Edna mora em Peruíbe (SP) e, em entrevista ao Uol, disse desconhecer o caso. Os valores foram de R$ 580 mil e R$ 462 mil.
Segundo a investigação, a Neoway transferiu cerca de R$ 1 milhão para a Wave Intermediações Tecnológicas. Em seguida, a Wave repassou aproximadamente R$ 870 mil, em três transações, para a UJ Football Talent Intermediação.
Ainda de acordo com a fonte, a UJ foi mencionada na delação de Paulo Gritzbach, que afirmou que a empresa seria controlada informalmente por Danilo Lima, conhecido como "Tripa". Apontado como integrante do PCC, "Tripa" já havia sido investigado pelo sequestro de Gritzbach em 2022.
Além de Alex Cassundé, membros da diretoria de Augusto Melo, presidente do Corinthians, são investigados.
O próprio Augusto Melo, Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing) foram ouvidos. Prestaram depoimento ao delegado Tiago Fernando Correia, do DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania), e a Juliano Carvalho Atoji, promotor de Justiça do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Conforme a CNN teve acesso, os depoimentos dos três divergiram. Principalmente sobre quem apresentou Alex Cassundé, considerado o intermediário na negociação com a VaideBet. Nenhum dos ouvidos pela polícia apresentou evidências claras sobre a relação entre eles para fechar o negócio.
A polícia apura possíveis crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. O inquérito deve ser concluído ainda em maio.
O Corinthians anunciou o patrocínio da VaideBet em 7 de janeiro de 2024. Era, na época, o maior contrato do tipo no futebol brasileiro, com duração de três anos. Após apenas cinco meses, em 7 de junho de 2024, a VaideBet rescindiu o contrato. A decisão ocorreu por suspeitas sobre um "laranja" no acordo.
A polêmica surgiu após reportagem de Juca Kfouri, no Uol. Ele afirmou que a Rede Social Media Design LTDA (intermediária) repassou parte da comissão para a Neoway Soluções Integradas. A sócia da Neoway, Edna Oliveira dos Santos, negou conhecimento do caso ao Uol. Antes da rescisão, a VaideBet notificou o Corinthians sobre o suposto "laranja".
A casa de apostas alegou que as acusações violavam uma cláusula anticorrupção do contrato.
A defesa de Alex Cassundé afirmou à CNN que ele teve contato com a VaideBet. Disse que sua conduta foi transparente e que documentos comprovam sua atuação.
Afirmou também que a empresa de Cassundé foi escolhida pelo clube por já ter participado de outras campanhas. Sobre os repasses, a defesa declarou não poder dar mais detalhes devido ao sigilo da investigação.
O Corinthians, em nota, afirmou não haver demonstração de autoria dos fatos. O clube se diz vítima das circunstâncias. Reforça não ter controle sobre o destino de valores pagos a terceiros.
“Documentos sobre isso foram oportunamente juntados ao processo e são corroborados com as oitivas”
“Os repasses são objeto da investigação no inquérito e não podemos dar mais detalhes além do que já é de conhecimento”.
Declarou total apoio às investigações. Reiterou seu compromisso com a transparência e a justiça.
O Conselho Deliberativo se reunirá em 26 de maio. Em janeiro, a admissibilidade do processo de impeachment passou por 126 votos a 114. A reunião, porém, foi suspensa.
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