Especial de Natal 2025

Dia 15 de dezembro, garanta seu lugar

Cadastro gratuito
Guerra Oculta - Estreia exclusiva
Evento de lançamento começa em
00
D
00
H
00
M
00
S
December 2, 2025
Ative o lembrete
This is some text inside of a div block.
3
min de leitura

Heading

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Suspendisse varius enim in eros elementum tristique. Duis cursus, mi quis viverra ornare, eros dolor interdum nulla, ut commodo diam libero vitae erat. Aenean faucibus nibh et justo cursus id rutrum lorem imperdiet. Nunc ut sem vitae risus tristique posuere.

Por
This is some text inside of a div block.
Publicado em
This is some text inside of a div block.
This is some text inside of a div block.
Guerra
3
min de leitura

Guerra na América do Sul? Venezuela quer anexar 60% do território da Guiana depois que o país descobriu reserva de petróleo

Maduro vai promover plebiscito para conhecer a opinião do povo venezuelano sobre o território atualmente pertencente à Guiana.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
20/11/2023 16:09
Foto: EPA

A disputa por petróleo e suas reservas sempre foi um motivador de conflitos armados, agora pode ser que ele leve dois países da América do Sul à guerra. Na zona costeira de Essequibo, entre os rios Cuyuni e Essequibo, foi descoberto uma vasta reserva natural de petróleo e outros bens naturais de alto valor.

O território possui 159.500 km² e corresponde a 60% do atual território da Guiana. Desde 1966, a região é reivindicada pela Venezuela.

Os venezuelanos nunca foram incisivos na reclamação das terras, mas em 2015, com a descoberta das reservas naturais, a situação mudou.

Nicolás Maduro marcou para o próximo dia 3 de dezembro um plebiscito na Venezuela para entender qual a posição da população sobre Essequibo.

A decisão dos venezuelanos pode mudar o cenário geopolítico da América do Sul.

A reivindicação de Maduro pelo território é legítima?

Em 17 de fevereiro de 1966, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Ignacio Iribarren Borges, o secretário de Estado do Reino Unido, da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, Michael Stewart, e o primeiro-ministro da Guiana, Forbes Burnham enviam uma carta à Genebra.

O texto continha um acordo que reconhece a existência da controvérsia sobre os limites territoriais da região de Essequibo.

Segundo a Venezuela, o laudo de 1899 que delimitou a divisão dos territórios continha erros evidentes.

A comissão não chegou a nenhum acordo formal. Diante do entrave, as Nações Unidas recomendaram soluções pacíficas para a disputa conforme a Carta das Nações Unidas.

A soberania do território foi cedida à recém-independente Guiana. A decisão foi firmada por um acordo em 1966, mediado pela ONU.

Salvos protestos formais em organismos internacionais, o governo venezuelano nunca tomou medidas mais contundentes sobre o território reclamado e a situação de Essequibo ficou em temperatura morna por mais de 50 anos.

Em 2015, a subsidiária norte-americana ExxonMobil anunciou a descoberta de uma enorme reserva de petróleo a 183 km da zona costeira de Essequibo.

A região ficou conhecida como bloco Stabroek. Segundo reportagem do Money Times, ainda não se sabe com certeza o potencial exploratório, mas estima-se que a região reivindicada tenha uma capacidade de 1,2 milhão de barris por dia.

Essequibo não é rica apenas em combustíveis fósseis, sua região terrestre é reconhecida por possuir reservas de ouro e um alto potencial hidrológico. O local concentra parte da Amazônia Internacional.

Desde a descoberta das reservas, o governo de Nicolás Maduro elevou as críticas ao acordo de 1966, acusando o governo vizinho de se apropriar de riquezas que pertencem à Venezuela.

Segundo a Money Times, especialistas temem que o resultado do plebiscito, caso afirmativo, acabe servindo de legitimação para uma incursão militar de Caracas na Guiana.

essequibo-venezuela-guiana
Venezuela reclama soberania de Essequibo e sua zona marítima, onde foi encontrado o bloco de Stabroek [Imagem: Governo da Venezuela]

Caso o conflito escale para um confronto armado, ele pode afetar a fronteira norte do Brasil

De acordo com Victor Del Vecchio, advogado e especialista em direito internacional pela Universidade de São Paulo, uma guerra direta entre Venezuela e Guiana provavelmente teria como resultado o triunfo da primeira.

“A Venezuela é um país altamente militarizado e uma potência militar regional”, avalia.

Del Vecchio acrescenta que um conflito desta natureza invariavelmente atrairia a participação direta ou indireta de agentes externos, envolvidos em interesses econômicos e geopolíticos na região.

Os Estados Unidos podem se envolver diretamente na disputa. Washington possui diversas bases militares espalhadas pela América do Sul.

Victor Del Vecchio entende que a escolha do plebiscito neste momento pode estar atrelada a uma percepção de “janela de oportunidade” na relação Venezuela-Estados Unidos.

Estados Unidos e Venezuela ensaiam uma aproximação estratégica. A administração de Joe Biden aliviou sanções sobre o setor petroleiro do país latino-americano.

“A aproximação com os Estados Unidos pode estar nos cálculos de Nicolás Maduro”, diz Del Vecchio. O governo americano ainda não se pronunciou oficialmente sobre a questão.

Em Haia, Venezuela e Guiana trocam acusações

Carl Greenidge foi à Corte Internacional de Justiça para tentar barrar a condução do plebiscito. O representante da Guiana manifestou-se em Haia. Greenidge disse que o referendo sobre a região de Essequibo representa uma ameaça existencial à integridade territorial da Guiana, tratando-se de um “plano sinistro”.

“Ele busca criar um novo Estado venezuelano que pretende anexar e incorporar em seu próprio território toda a região de Esequiba da Guiana, mais de dois terços de seu território nacional, e conceder cidadania venezuelana à população”, disse.

Do outro lado, a vice-presidente venezuelana Dalcy Rodríguez, que também esteve em Haia para dois dias de audiência, acusou a Guiana de fazer um pedido “sem precedentes, extraordinário, surpreendente e bárbaro”.

“Viemos derrotar a pretensão do colonialismo judicial da Guiana ao instrumentalizar esta Corte para frear o que não pode ser interrompido: no dia 3 de dezembro, os venezuelanos vão votar no nosso referendo”, disse Rodríguez na última terça-feira (14).

Qual a posição do Brasil no conflito?

Até o momento, o Itamaraty não se pronunciou sobre as tensões entre Venezuela e Guiana. Para Del Vecchio, é esperado que o Brasil atue como mediador, buscando a estabilidade geopolítica da região.

Uma incursão venezuelana na Guiana poderá afetar o ambiente de negócio de empresas brasileiras na Guiana, sobretudo aquelas envolvidas em setores como energia, mineração, logística e agricultura.

Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, disse que a estatal brasileira Transpetro é uma potencial prestadora de serviços à campanha exploratória dos vizinhos Guiana e Suriname.

A guerra pode agravar a crise migratória venezuelana. De acordo com dados da Agência de Refugiados da ONU, mais de 5,4 milhões de pessoas já saíram do país, muitas se direcionaram para o Brasil.

Promover guerras é uma das formas que ditadores usam para se perpetuar no poder

As guerras movimentam a economia de um país e podem mobilizar os cidadãos em torno de uma causa. Muitos ditadores usam desse recurso para aumentar seu domínio e estender seu poder.

Nicolás Maduro há anos comanda a Venezuela, perseguindo opositores, calando dissidentes e governando por meio da força.

Apesar disso, muitos veículos de comunicação não o tratam como um ditador, mas sim um representante legitimamente eleito pelo seu povo.

Para entender a Venezuela como ela é, a Brasil Paralelo foi até o país de Maduro descobrir histórias reais contadas pela população local.

Relacionadas

Todas

Exclusivo para membros

Ver mais