“Colocar a grandeza de um homem na pureza de um menino.” Essa é a mensagem de Girassol, segundo o coautor da canção, o músico Da Ghama.
O fundador do grupo Cidade Negra se pronunciou após a polêmica gerada por Toni Garrido, que anunciou uma mudança em um verso da música durante uma entrevista ao programa Altas Horas.
Da Ghama afirmou ter se sentido desrespeitado como compositor e discordou da interpretação de Toni. Segundo o artista, a letra original é uma poesia sobre a pureza e a humildade que faltam aos homens que fazem a guerra.
“A ideia era colocar a grandeza de um homem na pureza de um menino. É uma crítica aos homens que fazem a guerra, não tem nada de machista. A canção fala sobre reencontrar a doçura e a inocência de uma criança”.
Para ele, a letra original é uma poesia sobre a pureza e a humildade que faltam aos homens que fazem a guerra.
“Coisa machista ou hétero, longe disso”.
O músico reforçou que Girassol sempre foi uma canção de esperança e positividade, escrita para “trazer luz aos pensamentos obscuros” e incentivar a paz. Ele afirma que a música nunca teve relação com gênero ou comportamento.
A polêmica começou no último sábado (4), quando Garrido anunciou a mudança na letra da música justificando que a versão “era uma visão hétero machista”.
O verso original dizia:
“Já que pra ser homem tem que ter a grandeza de um menino, de um menino.”
Na nova versão, o cantor passou a cantar:
“Já que pra ser homem tem que ter a grandeza de uma menina, de uma mulher.”
Segundo Toni, a mudança foi uma forma de homenagear as mulheres.
“Durante anos eu achava que cantava uma canção certa de amor. Depois de 25 anos, caiu a ficha. Era uma visão hétero machista, horrível”.
Após as declarações de Garrido, alguns fãs criticaram a mudança. Parte do público afirmou que a letra original não trazia conotação machista e preferia que fosse mantida como antes.
“P*** merda, mano...eu era muito fã de Cidade Negra quando era criança.
Escutar um comentário desses é de partir o coração”,publicou um usuário no X.
O perfil @coisaslegais afirmou que a atitude do cantor rompeu um legado “bonito” e “poético”.
“Achei que Tony Garrido havia deixado um legado bonito sem nenhum problema de gênero e apenas poesia. Mas não, ele quis ir lá entrar no final da fila do lacre e chegar muito depois do final da festa com um “não problema”. Tony, a nova geração não vai te ouvir pq sua música, apesar de boa, não conecta com essa geração. Você só fez papel de bobo mesmo”.
Em seu Instagram, muitos fãs reagiram à postagem lamentando as declarações do cantor.
Os comentários de fãs concordam com Da Ghama, que afirma que a música é uma poesia.
“Coisa machista ou hétero, longe disso. Na verdade, é uma poesia”.
Apesar das críticas, Toni Garrido também recebeu manifestações de apoio à mudança na letra de Girassol.
Entre os defensores, o usuário Edu Vida Cruel escreveu nas redes sociais que achou a mudança “ótima”.
“Toni Garrido mudou a letra de Girassol e achei que ficou ótima! Cidade Negra me representa. Cresci ouvindo e aprendi a ler com o encarte de ´Sobre todas as forças´. Tá certo sim. Se acha que tá hétero top, machista e datada, muda! Ainda há tempo.”
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) também se manifestou, compartilhando o vídeo da entrevista no Altas Horas e elogiando a decisão do cantor. Segundo ela, o gesto de Toni “mostra como a desconstrução é um processo contínuo”.
“Reconhecer que uma letra escrita há 25 anos pode carregar traços machistas e ter a coragem de transformá-la hoje é um exemplo poderoso de evolução pessoal e coletiva”.
O cantor publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando que a alteração foi uma “brincadeira amorosa” e que o público pode cantar a música da forma que preferir.
"No meu entendimento, na minha brincadeira amorosa eu queria homenagear as mulheres. Todo grande homem tem a grandeza de um pai e de uma mãe. E de um menino também, poeticamente falando”.
Ele reforçou que não pretende substituir a versão original, apenas oferecer uma leitura alternativa.
“Quem quiser cantar ‘menino’, cante. Quem quiser cantar ‘menina’, cante também. É sobre amor, não sobre polêmica.”
A polêmica abriu espaço para o debate sobre mudanças em músicas consagradas e sobre como os artistas reinterpretam suas próprias obras ao longo do tempo.
Toni Garrido afirma que a alteração foi uma forma de homenagear as mulheres. Já o coautor Da Ghama e parte do público defendem a manutenção da versão original, que consideram a música uma poesia.
No podcast Conversa Paralela, Lara Brenner e Arthur Morrison receberam Jota para falar sobre a cultura Woke.
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP