Desde 2020, os roubos de cargas nas rodovias do Rio de Janeiro cresceram em 70%, apontou a Gazeta do Povo, mesmo período de vigência da decisão do STF que proibiu os policiais de agirem nas favelas sem autorização prévia do Ministério Público.
Os prejuízos gerados pelos criminosos nas rodovias do RJ somam R$ 388 milhões, afirma a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Indignados com esse cenário, motoristas de caminhão e empresários fluminenses realizaram uma manifestação na cidade do Rio de Janeiro no dia 15 de maio, carregando cartazes com as frases:
"Roubo de carga: Já morreram 3 motoristas. Quantos mais ainda precisam morrer?”;
“Roubo de carga: agride a sociedade, gera mais desemprego e produtos mais caros à população”.
Representantes de empresas prejudicadas pelos assaltos afirmaram que decisões do STF agravaram os crimes. Três associações pediram para participar do processo que trata sobre as ações policiais no RJ, elas são:
Para eles, as restrições à atividade policial impostas pelos ministros são diretamente responsáveis pelo impacto nos roubos de cargas nas rodovias.
O pedido judicial da Sindicarga afirma que o ministro Edson Fachin não deixou claro como ocorreriam as operações policiais de acordo com as novas regras, deixando os policiais sem segurança jurídica para agir. Segundo a petição da associação:
"[A decisão do STF] acabou se mostrando como um conceito jurídico indeterminado, ao passo que cada executor da ordem compreende a expressão de uma forma diferente.”
As associações solicitaram que Fachin esclareça se o termo “absolutamente excepcional” se aplica a todos os casos de flagrância – o que facilitaria reações rápidas da polícia para reaver os caminhões e as cargas ao identificar a prática dos crimes.
“Queremos demonstrar aos ministros o que realmente acontece no Rio de Janeiro. Além da violência em si com os roubos de carga, temos um grande número de empresários indo embora daqui, e com isso estamos perdendo empregos.
Os seguros não estão mais cobrindo cargas no Rio de Janeiro, e as perdas com os roubos atingem diretamente os preços dos produtos no mercado”, afirmou Alexandre Ayres, secretário-geral e diretor jurídico do Sindicarga.
Ao comentar sobre o modus operandi dos criminosos, Alexandre Ayres afirmou:
“Hoje já existem centros de distribuição dentro das favelas. São áreas de controle logístico com empilhadeiras, caminhões munck, acondicionamento, prateleiras, galpões, funcionários.
Os criminosos sabem que não podem ser incomodados nesses locais, aí roubam um caminhão com toneladas de polipropileno, por exemplo, organizam nesse lugar e vão vendendo aos poucos”.
Os dados apontados pelas entidades de apoio ao comércio indicam que os roubos estão causando mais prejuízos. Segundo os dados apontados, os criminosos estão realizando roubos contra cargas mais valiosas.
Alexandre Ayres aponta que os assaltantes aprenderam a lidar com as atuais dificuldades jurídicas da polícia, cometendo os crimes com menor chance de serem punidos:
“Ainda que as delegacias descubram o roubo, não conseguem entrar nas favelas com rapidez, porque é proibido realizar operações sem aviso prévio. Muitas vezes quando entram conseguem recuperar o caminhão, mas a carga já foi transbordada há tempos”.
Os assaltos a caminhões de carga não são os únicos crimes que tem crescido no Brasil. Em 2023, o Estado de São Paulo registrou um crescimento de 14% na quantidade de crimes violentos. No mesmo ano, as violações sexuais contra crianças cresceram 70%, afirma a Agência Brasil.
Buscando entender o cenário de insegurança brasileiro, a Brasil Paralelo viajou de Norte a Sul, de Leste a Oeste para entrevistar as maiores autoridades do assunto. São mais de 50 entrevistados entre policiais, juízes, advogados, políticos, professores, intelectuais e jornalistas.
A Brasil Paralelo revela de forma inédita as causas da insegurança que afeta os brasileiros. O filme Entre Lobos é o fruto de toda essa pesquisa. O longa também mostra o mundo real do combate ao crime, com o dia a dia e as dificuldades das polícias do Brasil.
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