Economia
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Conta de luz terá taxa extra pela primeira vez em dois anos

A estiagem foi o motivo pelo qual as empresas tiveram que ligar as usinas termelétricas, cuja operação é mais cara.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
28/7/2024 14:17
Divulgação/ Abradee / Estadão

Os consumidores irão pagar mais caro pelo fornecimento de luz. Depois de dois anos se mantendo na bandeira verde, as tarifas de energia elétrica passaram à bandeira amarela no mês de julho. Esse é o nível intermediário do sistema que indica como estão os custos da produção de luz. Tarifas em bandeira amarela representam um aumento intermediário nesses custos. Se essa situação continuar, é provável que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mantenha ou até mesmo eleve a tarifa para bandeira vermelha. 

Para entender as bandeiras tarifárias é preciso antes explicar como é calculado o valor referente ao consumo de energia elétrica. A cobrança é feita por uma unidade de medida chamada quilowatt-hora (kWh). 

As bandeiras indicam se há uma cobrança a mais por cada kWh gasto devido ao uso de termelétricas na geração de energia elétrica. Essas usinas têm um custo maior de operação. 

Entenda como funciona o sistema :

  • Bandeira verde: A maior parte da energia é produzida por hidrelétricas. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
  • Bandeira amarela: Uma pequena parte da energia precisa ser produzida por termelétricas. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,01885 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos;
  • Bandeira vermelha - Patamar 1: Uma parte maior da energia precisa ser produzida por termelétricas. A tarifa sofre acréscimo de R$0,04463 para cada quilowatt-hora kWh consumido.
  • Bandeira vermelha - Patamar 2: Grande parte da energia precisa ser produzida por termelétricas. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,07877 para cada quilowatt-hora kWh consumido

O que causa a elevação da bandeira tarifária

No Brasil, a energia elétrica é quase totalmente gerada em usinas hidrelétricas. No período da estiagem o nível dos reservatórios de água caem e é preciso que as usinas termelétricas,movidas a carvão, sejam ligadas. Isso é feito para evitar que o país corra risco de apagão.

Como no segundo semestre geralmente a tendência no Brasil é de menos chuvas, é possível que haja uma elevação das bandeiras por causa da necessidade de que as usinas movidas a carvão sejam ligadas. 

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O que isso pode causar no dia a dia das pessoas

A energia elétrica faz parte do custo fixo de empresas e famílias. Um aumento no valor deverá impactar diretamente nos preços praticados ao consumidor. Na prática, a maioria dos bens e serviços devem ficar mais caros para o consumidor final. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) disse que o setor industrial pode ter um aumento de 2,6% nos seus custos. 

Por outro lado há quem esteja otimista. Um dos consultores da gerência da FIEMG afirmou em entrevista que há expectativa de voltar a chover ao longo de agosto, o que pode normalizar gradualmente o nível dos reservatórios. Aponta também que com a conta mais cara, o consumo deve cair. Explica que isso também pode ajudar a baixar o preço da eletricidade. 

O que o governo está fazendo

A fim de tentar mitigar a situação,no dia 9 de abril, o governo federal assinou a  Medida Provisória Nº 1.212. O texto prevê: 

  • subsídio federal para o consumidor;
  • novas regras para a geração e distribuição de energia elétrica;
  • novos padrões de eficiência energética;

Confira o texto completo da Medida Provisória clicando aqui.

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