Após a apuração das urnas, diversos cientistas políticos afirmaram que Bolsonaro saiu vitorioso nas eleições para os cargos legislativos. Os principais candidatos apoiados pelo presidente foram eleitos, e seu partido obteve a maioria dos votos para deputados federais e senadores.
A bancada do partido de Bolsonaro, o Partido Liberal (PL), foi de 77 deputados para 98. Segundo Cristiano Noronha, cientista político e vice-presidente da Arko Advice:
"O PL crescendo, criando uma bancada relevante, mostra a força política eleitoral do presidente Bolsonaro. Afinal de contas foi o partido ao qual ele se filiou e esse crescimento deve ser atribuído a ele".
Nikolas Ferreira, candidato de Minas Gerais e apoiador de Bolsonaro, teve mais de 1 milhão e quatrocentos mil votos, quebrando o recorde de deputado federal com mais votos da história de seu estado.
A ex-Ministra da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos de Bolsonaro, Damares Alves, obteve mais de 600 mil votos e foi eleita para o Senado pelo Distrito Federal.
Se Luiz Inácio Lula da Silva for eleito presidente, seu governo passará por tribulações com o Congresso, afirma Cristiano Noronha:
"Se o PL decidir fazer parte de um eventual governo Lula, o Valdemar da Costa Neto [presidente da sigla] pode ter dificuldade nisso e encontrar alguma dissidência interna. Eventualmente, alguns parlamentares podem até deixar o PL. Mas se Bolsonaro vencer, isso ajuda muito na governabilidade".
O Partido Liberal (PL) ainda possuirá a maioria dos senadores em 2023. Segundo a opinião de José Roberto de Toledo, colunista do UOL, o Senado terá uma conjuntura política favorável ao impeachment de ministros do STF.
O União Brasil e o PP também elegeram muitos deputados, o que pode favorecer políticas conservadoras. Muitas pautas que Bolsonaro conseguiu avançar no Congresso foram conquistadas em diálogo com os dois partidos - como a reforma da previdência e a reforma administrativa (PEC 32/20).
O PP, quarto partido com a maior quantidade de deputados federais, declarou apoio a Bolsonaro.
O PT foi o segundo partido a eleger mais deputados federais, tendo conquistado 68 cadeiras no parlamento.
Segundo Luiz Felipe de Alencastro, historiador da FGV, as vitórias do PT para o Congresso não formam uma influência expressiva para auxiliar o partido mesmo em um eventual governo Lula. Em suas palavras:
"Foi uma vitória fantástica do bolsonarismo, que agora se enraíza no país, e de uma extrema-direita com uma resiliência e uma perenidade talvez bastante longa.
É algo extraordinário e que desequilibra o jogo. Acho que Lula ainda ganha, mas terá que enfrentar um 'terceiro turno' com um Congresso totalmente hostil e vai lidar com ameaças de impeachment e de pautas-bomba, como projetos de lei que detonam o orçamento".
O PSDB teve a sua maior redução no Congresso desde 1998, contando com apenas 13 deputados. O PDT, de Ciro Gomes, também teve sua maior queda desde 1998.
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