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Mais de um mês após a primeira morte por intoxicação com metanol, a polícia ainda não identificou quem está por trás da adulteração de bebidas alcoólicas.
O caso, que começou em São Paulo, já deixou 15 mortos em três estados e 58 pessoas intoxicadas. Outros 50 casos seguem em investigação pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o boletim mais recente, São Paulo concentra o maior número de ocorrências: 44 confirmações e 14 sob análise.
Há também registros no Paraná (6), Pernambuco (5), Rio Grande do Sul (1), Mato Grosso (1) e Tocantins (1).
A Secretaria da Segurança Pública afirma que a investigação está em andamento e que a Polícia Civil deflagrou, há duas semanas, uma operação para rastrear a origem do metanol.
Dois postos de combustíveis, em São Bernardo do Campo e Santo André, são suspeitos de fornecer etanol adulterado a uma fábrica clandestina de bebidas em São Bernardo.
A responsável pela fábrica foi presa e o local interditado. De acordo com o delegado-geral Artur Dian, o estabelecimento distribuía bebidas contaminadas para a maioria dos bares associados aos casos de intoxicação.
Ele disse não haver indícios de envolvimento de facções criminosas.
“Se existir envolvimento, seria da bomba pra trás”, afirmou o delegado.
A Secretaria Municipal da Saúde informou que quatro bares continuam interditados nos bairros: Cidade Dutra, Mooca, Sacomã e Ermelino Matarazzo.
No total, a capital paulista soma 22 casos de intoxicação e quatro mortes, duas na Mooca, uma em Sacomã e outra em Cidade Dutra.
A Receita Federal integra uma força-tarefa nacional para investigar a origem do metanol encontrado nas bebidas.
Agentes realizaram inspeções em áreas industriais e postos suspeitos, analisando a procedência da substância e a relação com o mercado ilegal de combustíveis.
Enquanto o trabalho policial segue sem conclusão, o número de casos continua a crescer, especialmente na região metropolitana de São Paulo, no Paraná e em Pernambuco, os três estados mais afetados pela chamada “crise do metanol”.
O metanol é um álcool simples, incolor, inflamável e volátil, produzido a partir do gás natural ou do carvão. Diferente do etanol, usado em bebidas e combustíveis, o metanol é altamente tóxico.
A substância tem uso legítimo na indústria, sendo aplicada na produção de formol, ácido acético, tintas, solventes e plásticos. Também está presente em anticongelantes e removedores de tinta.
A ingestão de 60 a 240 mililitros pode ser fatal para um adulto, o equivalente a um copo plástico.
Os sintomas surgem entre seis e doze horas após o consumo e incluem náuseas, vômitos, dor abdominal, convulsões, dor de cabeça intensa, visão turva e ataxia, uma degeneração neurológica que afeta a coordenação motora.
O perigo está no processo de metabolização: o fígado transforma o metanol em compostos tóxicos que atacam órgãos e nervos, podendo causar cegueira, insuficiência respiratória, falência renal, coma e morte.
O envenenamento é considerado uma emergência médica e requer atendimento hospitalar imediato, com uso de medicamentos e diálise para limpar o sangue.
O Ministério da Saúde reforçou o alerta à população: bebidas vendidas a preços muito baixos, com lacres danificados, rótulos com erros de impressão ou cheiro semelhante a solvente devem ser consideradas suspeitas.
Em caso de sintomas, é essencial procurar atendimento médico imediato.
O ministro Alexandre Padilha destacou que os primeiros sinais de intoxicação incluem dor abdominal intensa, alterações visuais e confusão mental.
“A dor encólica chama muito a atenção nesses casos. Qualquer percepção de alteração visual também deve ser considerada suspeita”, afirmou o ministro.
Atualmente, o Brasil conta com 32 centros de referência em intoxicação toxicológica pelo SUS, sendo nove em São Paulo.
O Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo atende todo o país pelo número 0800 771 3733.
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