O Liceu Coração de Jesus anunciou que vai fechar as portas. Considerada uma das escolas mais tradicionais da capital paulista, o Liceu é localizado no bairro Campos Elíseos, região que foi tomada por usuários de crack e traficantes.
A escola é um verdadeiro patrimônio histórico, por sua arquitetura e seu legado educacional. Fundada pelos padres salesianos, personalidades de diferentes épocas participaram de sua história.
Em 1885, o Liceu contou com apoio da Princesa Isabel e ao longo de sua história formou gerações de brasileiros, além de nomes famosos como o ator Grande Otelo e o compositor Toquinho.
Há 137 anos, o colégio educa alunos de diversas idades no centro da cidade de São Paulo. Apesar de sua grandeza, nas últimas duas décadas o colégio foi perdendo espaço para um problema: o tráfico de drogas.

A cracolândia instalou-se nas ruas e praças do bairro onde se localiza o Liceu. As consequências foram percebidas rapidamente: o tráfico:
- aproximou usuários de drogas;
- aumentou a criminalidade e a insegurança da região;
- afugentou os moradores e alunos da região.
Neste ano o Liceu encerra suas atividades. Restavam apenas 190 alunos matriculados. Já a cracolândia conta com cerca de 700 usuários que ocupam a região.
Os moradores da região e alunos do Liceu Coração de Jesus vivem uma rotina de desespero. Os perigos e problemas são constantes, as pessoas vivem com medo:
- de serem assaltadas;
- de serem abordadas por usuários de crack que ficam fora de si;
- de serem agredidas;
- das cenas terríveis que tornaram-se cotidianas na região;
- das sujeiras, excrementos e dos corpos adoecidos de moradores da região.
Os usuários de cracks vivem quase como zumbis. Sem consciência, apenas fazem o que for necessário para conseguir dinheiro e consumir mais drogas.
Eles também são vítimas. Vítimas dos lucros do tráfico, vítimas de grupos ideológicos que alimentam essa situação, como a ONG “Craco Resiste”.
- As cenas de uma cracolândia lembram as de um filme de terror. Este é apenas um dos problemas que escancaram a crise de segurança pública que o Brasil vive hoje. As pessoas são obrigadas a se acostumarem a viver com medo. Esses problemas e muito mais abordamos em nosso Original BP Entre Lobos. Toque no link e saiba mais.
O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) propôs transformar o colégio em uma escola municipal com mensalidades pagas pela prefeitura. Deste modo o Liceu teria renda para se sustentar.
A medida, no entanto, não ataca diretamente o problema central da região. Esse descaso do brasileiro com seu patrimônio pode ser um retrato de como ele lida com sua história.
Nosso legado histórico é vandalizado e se torna piada…
O Brasil conta com um órgão público próprio para o cuidado com seu patrimônio histórico, o Instituto de Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (IPHAN). A função do IPHAN é tanto denunciar danos ao patrimônio histórico brasileiro, quanto definir o que é considerado um patrimônio histórico.
A situação do Liceu Sagrado Coração de Jesus é um dos vários casos que mostram como falta cuidado com os monumentos históricos brasileiros.
O artigo 163 do Código Penal existe para punir quem vandaliza os monumentos históricos brasileiros. Contudo, estudos mostram que ele não tem sido capaz de impedir o vandalismo.
Campinas é a segunda cidade do país com mais monumentos por habitante. Em 2018, ela chegou a ter 50% de todo esse patrimônio vandalizado, segundo a CONDEPACC, órgão responsável por cuidar dessas obras.
No Rio de Janeiro a situação também é preocupante. No ano de 2016, a prefeitura gastou cerca de 3 milhões de reais apenas para recuperar patrimônios vítimas desses ataques.
Veja uma lista de locais destruídos por incêndios:
- Museu Nacional do Rio de Janeiro, 2018;
- Arquivo Público do Estado de São Paulo, 2012;
- Memorial da América Latina, 2013;
- Museu da Língua Portuguesa, 2015.
Esses dados refletem uma triste realidade: o descaso do brasileiro com sua história. Importantes patrimônios históricos e heróis nacionais são frequentemente apresentados pelas escolas e pela mídia como motivos de piada ou são tratados com indiferença.
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