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Brasil nunca ganhou um Prêmio Nobel, mas alguns chegaram perto

Brasil nunca ganhou um Prêmio Nobel, mas alguns chegaram perto

atualidades
Reprodução/Nobel Media
Redação Brasil Paralelo
Comunicação Brasil Paralelo

Cerca de 29 brasileiros já receberam nomeações para o Prêmio Nobel entre 1901 e 1971

Os dados foram disponibilizados pela Fundação Alfred Nobel, que mantém os indicados em segredo por meia década

No entanto, nenhum dos brasileiros que receberam essas indicações acabou laureado

O que é o Prêmio Nobel?

O Prêmio Nobel é um dos maiores reconhecimentos do mundo, concedido a pessoas ou instituições que fazem descobertas, realizam pesquisas ou promovem ações que beneficiam a humanidade.

A premiação foi criada a partir do testamento do cientista sueco Alfred Nobel, inventor da dinamite.

Ele destinou sua fortuna para reconhecer quem contribuísse de forma significativa com o avanço do conhecimento e da paz mundial.

A cerimônia acontece todos os anos, em 10 de dezembro, nas cidades de Estocolmo (Suécia) e Oslo (Noruega).

Os vencedores recebem um diploma, uma medalha de ouro de 18 quilates e um prêmio em dinheiro que chega a cerca de US$800 mil, cerca de R$4,27 milhões.

O testamento de Alfred Nobel definiu também quem escolheria os vencedores de cada categoria.

A Real Academia Sueca de Ciências é responsável pelos prêmios de Física, Química e Economia; o Instituto Karolinska, pelo de Medicina; e a Academia Sueca, pelo de Literatura.

Já o Prêmio Nobel da Paz é decidido por um comitê de cinco membros indicados pelo Parlamento da Noruega.

Atualmente, o Nobel contempla cinco categorias:

  • Física

  • Química

  • Fisiologia ou Medicina

  • Literatura

  • Paz

O Prêmio Nobel da Paz é o único entregue em Oslo e reconhece pessoas ou organizações que se destacaram na promoção da paz e dos direitos humanos em escala global.

Conheça a história de brasileiros que foram indicados.

Adolpho Lutz 

Suiços do Brasil - Adolpho Lutz
Foto de Adolfo Lutz. Imagem: Suíços no Brasil.

Nascido no Rio de Janeiro em 1855, Adolpho Lutz foi um dos maiores sanitaristas da história do Brasil e um pioneiro da medicina tropical. 

Ele passou um período no exterior, estudando em cidades como Leipzig, Estrasburgo, Praga, Viena, Londres e Paris. 

Sua curiosidade científica o trouxe de volta ao Brasil em 1892, onde se estabeleceu em São Paulo e passou a investigar epidemias

Ele não apenas assumiu a direção do Instituto Bacteriológico, mas também confirmou o papel do mosquito Aedes aegypti na transmissão da febre amarela.

O médico chegou a usar a si mesmo como cobaia em experimentos, sendo picado por mosquitos para provar a relação entre o inseto e a doença

Sua dedicação o levou a expedições por todo o país, pesquisando doenças como cólera, peste bubônica, febre tifoide, malária e hanseníase

Apesar de sua importante contribuição para a saúde pública, Adolpho Lutz não foi premiado pelo Nobel de Medicina em 1938, ano em que concorreu.

Sua indicação ocorreu por sua ampla e pioneira produção científica sobre diversas doenças tropicais, como febre amarela, malária e peste bubônica.

O prêmio daquele foi concedido ao fisiologista belga Corneille Jean François Heymans.

Mário Schenberg

Nascido em Recife (PE) em 1914, Mário Schenberg foi um dos maiores físicos teóricos do Brasil e uma referência mundial em astrofísica e física matemática.

Formado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica de São Paulo, Schenberg se destacou pela curiosidade científica e pela facilidade em transitar entre as áreas de física, matemática e filosofia.

Mário Schenberg. Imagem: Wikipédia

Trabalhou com grandes nomes da ciência, como Enrico Fermi, George Gamow e Subrahmanyan Chandrasekhar, este último laureado com o Prêmio Nobel de Física em 1983, ano da indicação de Schenberg.

Entre suas principais contribuições está o limite Chandrasekhar–Schenberg, que explica o momento em que uma estrela deixa de sustentar o próprio peso e entra em colapso.

Esse processo dá origem às estrelas de nêutrons, formadas a partir de estrelas muito grandes que chegam ao fim de sua vida.

Schenberg também teve uma trajetória marcada pela defesa da ciência e da cultura. Foi deputado estadual em São Paulo, professor da USP e incentivador da arte moderna brasileira, mantendo amizade com nomes como Portinari e Di Cavalcanti.

Apesar do reconhecimento internacional, não chegou a receber o Nobel. Faleceu em 1990, aos 76 anos, deixando um legado intelectual que uniu ciência e humanismo.

Antônio Cardoso Fontes 

Antonio Cardoso Fontes | Portal Fiocruz
Foto de Antônio Cardoso Fontes. Imagem: Fundação Oswaldo Cruz.

Nascido em Petrópolis (RJ), em 1879, Antônio Cardoso Fontes foi aluno de Oswaldo Cruz, dedicando sua vida à medicina e à saúde pública.

Ele se aprofundou no estudo do bacilo (Mycobacterium tuberculosis), bactéria responsável pela tuberculose. Esse trabalho rendeu a Fontes uma indicação ao Prêmio Nobel de Medicina em 1934.

Seu objetivo era demonstrar a existência de formas microscópicas ainda menores do microrganismo, capazes de atravessar filtros usados em laboratório. Com isso, buscava aprofundar o entendimento sobre a doença.

Sua atuação também foi essencial nas campanhas de erradicação da febre amarela e da peste bubônica no início do século XX.

Além disso, ele ajudou a fundar a Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro (UERJ), da qual foi o primeiro diretor. 

Johanna Döbereiner

Nascida na antiga Checoslováquia, em 1924, Johanna Döbereiner imigrou para o Brasil após a Segunda Guerra Mundial e se naturalizou brasileira. Tornou-se uma das cientistas mais importantes da história da agricultura mundial.

Agrônoma e pesquisadora da Embrapa Agrobiologia, Döbereiner revolucionou o cultivo de grãos ao descobrir bactérias capazes de fixar o nitrogênio do ar no solo. O processo substitui o uso de fertilizantes químicos caros e poluentes.

Johanna Döbereiner. Imagem: Embrapa

Suas pesquisas foram decisivas para o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) e para o crescimento exponencial da produção de soja no Brasil, permitindo ao país tornar-se um dos maiores produtores de alimentos do planeta.

O impacto econômico e ambiental de seu trabalho foi tão grande que a própria ONU reconheceu sua contribuição para a segurança alimentar global.

Em 1997, Johanna foi indicada ao Prêmio Nobel de Química, sendo lembrada como a “cientista que alimentou o mundo”. Também integrou a Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, em reconhecimento à sua contribuição científica e ética.

Faleceu em 2000, deixando um legado de inovação sustentável e de defesa da ciência voltada ao bem comum.

Carlos Chagas

Doença de Chagas: um feito inédito da ciência brasileira - Casa de Oswaldo  Cruz
Foto de Carlos Chagas. Imagem: Fiocruz

Ele foi a primeira e única pessoa a descrever completamente uma doença infecciosa em todo o seu ciclo

Em 1909, ele detalhou não apenas o causador da doença de chagas, o Trypanosoma cruzi, mas também identificou o inseto que transmite (Barbeiro) e todas as manifestações da enfermidade

Além dessa descoberta, Chagas liderou a primeira campanha bem-sucedida do país contra a malária em 1905 e reorganizou todo o sistema sanitário brasileiro, como diretor-geral de Saúde Pública.

Por essa descoberta, Chagas foi indicado duas vezes ao Prêmio Nobel de Medicina, em 1913 e 1921, mas nunca chegou a ser laureado.

César Lattes 

Quem foi César Lattes? Conheça a história do físico brasileiro | CNN Brasil
Foto de César Lattes. Imagem: CNN Brasil

Nascido em Curitiba (PR) em 1924, César Lattes foi um dos físicos brasileiros mais importantes do século XX

Aos 19 anos, ingressou na USP e se tornou aluno do professor ucraniano Gleb Wataghin

Sua maior façanha aconteceu em 1947, quando desvendou uma nova partícula subatômica conhecida como méson pi (píon). 

Essa partícula é responsável por unir prótons e nêutrons, explicando como se forma o núcleo do átomo.

A descoberta, publicada na prestigiada revista Nature, é considerada fundamental para a compreensão do núcleo do átomo e inaugurou um novo campo de estudos na física.

O Prêmio Nobel de Física de 1950 foi concedido a Cecil Frank Powell, chefe do laboratório onde Lattes trabalhava. 

O brasileiro não foi laureado, porque até 1960, a regra do Comitê do Nobel era premiar apenas o líder da equipe de pesquisa e não todos os seus integrantes.

Apesar de não ter o Nobel, Lattes se tornou um nome importante para a ciência brasileira, atuando na criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e do IMPA Instituto de Matemática Pura e Aplicada. 

  • Clique aqui e entenda as origens do programa nuclear brasileiro com a matéria “O Brasil tem bomba atômica? Conheça a história do programa nuclear brasileiro”

A plataforma Lattes, que reúne currículos acadêmicos de pesquisadores, é uma homenagem à sua contribuição.

Manoel Dias de Abreu

Manuel Dias de Abreu – Wikipédia, a enciclopédia livre
Foto de Manoel Dias de Abreu. Imagem: Wikipédia.

Nascido em São Paulo em 1891, o médico radiologista Manoel Dias de Abreu foi o criador da abreugrafia, um método para diagnosticar tuberculose no pulmão

Atuando no Rio de Janeiro em meio a uma epidemia da doença, ele percebeu que as pessoas só procuravam tratamento em fases já avançadas.

Sua invenção, uma técnica de radiografia, permitia o diagnóstico precoce e em massa da tuberculose de forma rápida e barata

A abreugrafia se tornou um pré-requisito para ingresso em escolas, alistamentos e empregos, sendo essencial para reduzir os casos fatais da doença. 

Pelo seu invento, Manoel de Abreu foi indicado três vezes ao Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, em 1946, 1951 e 1953. No entanto, nunca ganhou.

Otto Gottlieb

Nascido em 1920, em Brno, na atual República Tcheca, e naturalizado brasileiro, Otto Richard Gottlieb foi um dos maiores nomes da química orgânica no país.

Formado pela Universidade de São Paulo (USP), dedicou mais de seis décadas ao estudo das substâncias naturais presentes em plantas da flora brasileira.

Otto Gottlieb. Imagem: Revista Pesquisa

Suas pesquisas revelaram como a composição química das espécies vegetais pode servir de indicador da saúde dos ecossistemas, contribuindo para a conservação da Amazônia e do Cerrado.

Gottlieb identificou e catalogou centenas de compostos químicos inéditos, fundamentais para a farmacologia e para o entendimento da biodiversidade tropical.

Em 1999, foi indicado ao Prêmio Nobel de Química por seu trabalho pioneiro sobre a estrutura química das plantas e o uso de marcadores moleculares para avaliar a preservação ambiental.

Ao longo da carreira, foi pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e da Fundação Oswaldo Cruz, além de membro da Academia Brasileira de Ciências.

Conhecido pela discrição e pela dedicação à pesquisa, Otto Gottlieb faleceu em 2011, deixando uma contribuição essencial para a química verde e para o reconhecimento científico da biodiversidade brasileira.

O único brasileiro que ganhou perdeu a cidadania

Peter Brian Medawar nasceu na cidade de Petrópolis, em 1915, filho de um brasileiro de origem libanesa e uma britânica.

Aos 13 anos de idade, Medawar se mudou para o Reino Unido, onde estudou com sua irmã na Marlborough College

Em 1935, ele se formou em zoologia no Magdalen College, da Universidade de Oxford e fez doutorado na mesma universidade, focando em áreas relacionadas à biologia e patologia.

Durante a Segunda Guerra Mundial ele começou a estudar a rejeição de implantes usados no tratamento de queimaduras.

Suas pesquisas o levaram a investigar o sistema imunológico, descobrindo como era possível fazer o corpo deixar de rejeitar os transplantes.

Os estudos foram responsáveis pelo desenvolvimento do soro antilinfocitário, usado para controlar a rejeição pós transplante.

Apesar de ter nascido no Brasil, é considerado um cientista britânico, porque perdeu a cidadania ao não se alistar para as forças armadas aos 18 anos.

Na época, o governo considerava que uma pessoa não poderia ser considerada cidadã se não comparecesse ao alistamento militar.

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