O ato contou com a presença de nomes importantes dos dois partidos, como Guilherme Boulos (PSOL) e Lindberg Farias (PT).
Farias destacou que esta semana será importante para a pauta da anistia e que os aliados do governo estão preparados para barrar sua aprovação:
“Esta vai ser a semana em que nós vamos enterrar esse PL da Anistia. Só de votar estão cometendo um crime”
Desde que a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou uma denúncia contra Bolsonaro por causa do golpe de Estado, a oposição tem pressionado pela pauta da anistia.
O líder da oposição na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL), anunciou que os aliados de Bolsonaro no Congresso vão obstruir as comissões em resposta ao julgamento:
“Essa semana, a oposição está fazendo obstrução nas comissões por conta do julgamento do presidente Bolsonaro, porque nós todos entendemos que é julgamento político e não jurídico que fere totalmente o devido processo legal brasileiro. Ele deveria estar sendo julgado na primeira instância”.
Cavalcante disse que a oposição considera não obstruir os trabalhos no Congresso se a anistia para os presos nos protestos de 8 de janeiro for pautada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (REPUBLICANOS-PB):
“Ele vai chegar na terça-feira, vai reunir os líderes dos partidos que apoiam a anistia, que até agora são nove, e com esse apoiamento desses partidos, eu estou muito confiante que no dia 3, na quinta-feira, a gente coloca na pauta para votar na semana seguinte. E assim a gente não precisa de obstrução”.
Boulos chegou a provocar Bolsonaro falando sobre a possibilidade do ex-presidente ser preso:
“O mundo gira e nós ainda vamos ter oportunidade de pegar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e levar a marmita da Cozinha Solidária para ele lá na Papuda”.
Reação da oposição
Bolsonaro ironizou os números apresentados pela USP, insinuando que teriam menos de 5 mil pessoas no protesto:
O deputado Nikolas Ferreira também ironizou os baixos números dos protestos em uma publicação no X:
O filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), divulgou um vídeo no qual compara a manifestação da esquerda com uma de seu pai:
Boulos chegou a comentar na sexta-feira, 28 de março, sobre a diferença de público entre as manifestações organizadas pelos movimentos de esquerda e pelos aliados de Bolsonaro:
“A questão não é o tamanho do público. Nós não podemos deixar as ruas para o bolsonarismo e ficar na defensiva nesta pauta da anistia”
Figuras de esquerda haviam comemorado que o último protesto ligado ao ex-presidente, contou com menos pessoas do que o esperado.
Estimativas apontam que cerca de 18.300 pessoas, segundo a USP, haviam se reunido em apoio a Bolsonaro no Rio de Janeiro durante o dia 16 de março.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro afirma que estiveram presentes no ato cerca de 400 mil pessoas.
Apesar disso, durante as manifestações de domingo, Boulos chegou a afirmar que “a Paulista tinha mais gente que em Copacabana”, em referência ao ato de Bolsonaro.
O jornalismo da Brasil Paralelo existe graças aos nossos membros
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo.
Clique aqui.