Líderes cristãos da Terra Santa lançaram um apelo internacional por proteção. Eles pedem que os responsáveis pelos ataques violentos cometidos por colonos israelenses contra comunidades cristãs na Cisjordânia sejam responsabilizados.
O alerta foi feito diante da escalada dessas ações na região.
A declaração foi assinada por bispos católicos, ortodoxos e líderes reunidos em Taybeh, cidade historicamente cristã localizada a 30 km de Jerusalém.
O documento denuncia os atos de violência sistemática promovidos por radicais sionistas que vivem em assentamentos ilegais próximos.
Segundo os bispos, as autoridades israelenses não apenas falham em conter os ataques, como também os permitem e, em alguns casos, os facilitam.
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Cidade cristã atacada
Taybeh é a última cidade totalmente cristã da Cisjordânia. Em 7 de julho de 2025, radicais atearam fogo próximo ao cemitério e à Igreja de São Jorge, datada do
século 5.
Os bispos classificaram a ação como um atentado direto não apenas à comunidade local, mas também à herança espiritual cristã presente há quase dois mil anos na região.
“Pedimos orações, atenção e ação do mundo, particularmente dos cristãos”, afirmou a declaração dos Ppatriarcas e Cchefes das Igrejas de Jerusalém, liderada pelo cardeal Pierbattista Pizzaballa.
Segundo o documento, os colonos têm invadido propriedades privadas, usado as terras para pastagem de gado, destruído olivais e incendiado residências. Um dos outdoors erguido pelos radicais dizia:
“Não há futuro para vocês aqui”.
Pedido por justiça e investigação
Os bispos pedem uma investigação imediata e transparente sobre a omissão da polícia israelense, que não respondeu aos pedidos de socorro feitos pela comunidade local.
Eles também exigem responsabilização das autoridades por permitir que grupos extremistas ajam com impunidade.
“Essas ações não são apenas vandalismo. Elas são uma tentativa deliberada de expulsar os cristãos da Terra Santa. Rejeitamos essa mensagem de exclusão e reafirmamos nosso compromisso com uma convivência pacífica entre diferentes religiões.”
Segundo a ONU, mais de 1.400 incidentes envolvendo colonos israelenses foram registrados na Cisjordânia ao longo de 2024. Mais de 26 mil árvores, muitas delas olivais ancestrais, foram destruídas.
Os bispos também apelaram à comunidade internacional, incluindo diplomatas, autoridades religiosas e líderes políticos, para que reconheçam e respondam à gravidade dos ataques.
“Pedimos que deem voz à nossa comunidade ecumênica, para que ela possa viver e adorar em paz”, escreveram.
A declaração também destaca a posição histórica das igrejas da região, que veem a ocupação israelense dos territórios palestinos como a raiz do conflito.
Segundo os bispos, essa ocupação é um "pecado" que precisa ser corrigido para que haja qualquer chance real de paz.
Um apelo por esperança
Representando uma ampla coalizão de igrejas católica, ortodoxa, armênia, copta, maronita, etíope, luterana e anglicana, os signatários encerram sua carta com um apelo espiritual:
“Reiteramos nossa esperança diante da ameaça: a verdade e a justiça prevalecerão no fim.”
E citam o profeta Amós como oração: “Que a justiça corra como as águas, e a retidão como um ribeiro perene.”










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