Ex-presidente mudou de opinião sobre a Lei da Ficha Limpa
- O presidente Jair Bolsonaro alterou seu entendimento em relação ao período de inelegibilidade imposto pela Lei da Ficha Limpa. Apesar de ter defendido a norma no passado, hoje ele acredita que ela serve apenas para perseguir políticos de direita.
Opositores políticos afirmam que a lei poderia beneficiá-lo.
Bolsonaro foi condenado por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação por dois episódios:
- uma reunião com embaixadores estrangeiros na qual o presidente teria colocado em dúvida a eficiência das urnas eletrônicas; e
- a celebração de 7 de setembro de 2022, a poucas semanas das eleições, que ele usou como palanque.
No vídeo, o ex-presidente disse:
“Deixo claro que lá atrás eu votei favorável a esse projeto”.
Em outro momento, diz:
“A lei da ficha limpa, hoje em dia, serve apenas para uma coisa. Para que se persiga políticos de direita”.
Comenta também que acredita que a lei deveria ser revogada, permitindo que todos pudessem se candidatar e que o eleitor tivesse o direito de eleger ou não esses candidatos.
Veja o vídeo na íntegra:
O Instituto Atlas conduziu a pesquisa entrevistando 817 pessoas, entre os dias 11 e 13 de fevereiro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.
Entenda a Lei da Ficha Limpa
Aprovada em 2010, a Lei da Ficha Limpa foi considerada uma vitória popular contra crimes como corrupção e abuso de poder cometidos por políticos. Ela é uma regra com menos poder que a Constituição ao tratar sobre todas as formas pelas quais um político pode se tornar inelegível.
Pela regra atual, o político fica inelegível por oito anos após a condenação por órgão colegiado ou o trânsito em julgado da sentença.
- Condenação por órgão colegiado significa, a partir da segunda instância.
Se ele for preso, o prazo passa a contar após o término da prisão. Por exemplo: se um político passou dois anos preso, o período pelo qual ele ficará inelegível será de sete anos.
No entanto, a proposta apresentada pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS) sugere que dois anos são suficientes em um período eleitoral.
Nunes (PL-RS) postou em suas redes sociais:
“Oito anos é tempo que permite muita injustiça e o político corrupto deve ir para a cadeia e não ficar apenas inelegível”.
Em entrevista concedida à CNN, o parlamentar afirmou que oito anos de inelegibilidade é um absurdo:
“Segundo o parlamentar, “oito anos de inelegibilidade é muito. O político corrupto, criminoso, tem de ser punido pelo rigor da lei, com o Código Penal, com a lei de improbidade administrativa, com a justiça comum.” O que acontece é que aumentaram de três anos para oito.”
Afirmou também que a “lei começou em 1990 com três anos, depois, em 2010, na Ficha Limpa, aumentaram para oito anos”. Bolsonaro seria o único capaz de vencer Lula
Segundo pesquisas divulgadas pela AtlasIntel, caso a eleição fosse hoje, o nome de Jair Bolsonaro seria o único capaz de derrotar o presidente Lula, por possuir intenções de votos semelhantes na margem de erro.
De acordo com a pesquisa, em um cenário semelhante ao das eleições de 2022, os resultados seriam:
- Lula (PT) – 44%
- Jair Bolsonaro (PL) – 40,6%
- Simone Tebet (MDB) – 4,9%
- Ciro Gomes (PDT) – 4,5%
- Outros candidatos de 2022 – 2,4%
- Não sei – 2%
- Voto branco/nulo – 1,5%.
Os dados revelados pela Atlas/Intel mostram que em outros cenários, com disputas contra o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, Eduardo Bolsonaro ou ainda o cantor Gusttavo Lima, a distância entre os candidatos seria maior.