O Especial de Natal surgiu em 2020, ano da pandemia, um período muito difícil. O evento foi pensado para cumprir dois papéis: resgatar o real sentido do Natal e trazer uma mensagem de esperança em meio a tantas notícias ruins.

Grandes nomes como Alvaro Siviero, Ana Paula Henkel, Thomas Giulliano, Clístenes Hafner foram reunidos para resgatar a verdadeira essência do Natal. Um momento de reflexões: família, sucesso e espiritualidade.

Afinal, qual é o Natal que vale a pena ser vivido? Esta pergunta foi respondida no terceiro dia do evento.

Foram três dias de evento, com 15 convidados, comoventes relatos, reflexões e conhecimentos pessoais compartilhados, além de belas músicas e poesias.

Com apresentação de Luís Ernesto Lacombe e Alvaro Siviero, o evento encantou milhões de brasileiros que há tempos não recebiam uma mensagem de Natal verdadeira.

Primeiro episódio

O primeiro dia do Especial de Natal de 2020 abordou a temática dos relacionamentos. Seja com amigos, parentes ou colegas de trabalho, todas estas conexões fazem parte da vida.

Os convidados Italo Marsili, João Malheiro, Sílvio Medeiros e Luiz Philippe de Orléans e Bragança compartilharam suas reflexões.

O pianista Alvaro Siviero compartilhou a história de Beethoven e todos os desafios pessoais, familiares e até físicos que o grande músico enfrentou. Todos estes percalços lhe ajudaram a encontrar um novo significado para a vida.

Italo complementou que é justamente esta escolha diária que pauta como as pessoas devem escolher seus relacionamentos. Luiz Philippe destaca como os relacionamentos formam famílias que são a célula básica da sociedade.

O diretor do Colégio Porto Real, João Malheiro dividiu alguns estudos pessoais que apontam como os pais se sentem inseguros de educar seus filhos hoje.

“A crise da família é uma crise de amor, os pais não sabem amar e não sabem ensinar seus filhos a amar porque não se sentem pessoas vivas. Isto faz as pessoas sofrerem muito.”

Sílvio destacou que a virtude da paciência é um dos laços mais importantes para uma família. Só quem ama espera, tem paciência e respeita o tempo do outro. Por fim, Sílvio Medeiros, pai de uma família numerosa, dividiu como apenas na família cada pessoa é um ser singular.

Enquanto no trabalho e no dia a dia muitos são vistos como um mero CPF, é na família que cada pessoa tem seu nome, sua individualidade o que a torna insubstituível.

Durante o primeiro episódio, Clístenes Hafner declamou: Cartas de Meu Avô, de Manuel Bandeira e as seguintes músicas foram interpretadas:

• Adeste Fideles;
• Serenata (Schubert);
• Sinfonia N.9 em Ré Menor, OP.125 “Coral” (MOV.IV - Excerto).

Segundo Episódio

No segundo dia do Especial de Natal 2020, o sucesso, a vida bem sucedida e as frustrações foram o tema do episódio. Uma das histórias mais marcantes foi compartilhada por Ana Paula Henkel.

Além da medalhista olímpica e comentarista política, participaram Italo Marsili, Ícaro de Carvalho, Caio Coppola e Fernando Conrado.

Para o psiquiatra Italo Marsili, o sucesso é algo que transcende o material, envolve um autoconhecimento que tem a ver com o propósito da vida de cada um. Ícaro complementou esta percepção e evocou o exercício do professor Olavo de Carvalho, o Necrológio.

Para Coppola, a percepção de felicidade e sucesso é algo subjetivo. Envolve entender qual a verdadeira vocação de cada um, dentro de sua realidade e seus talentos. Conrado comentou o vício da ideia de progresso que acomete a sociedade hoje, a crença de que o futuro será melhor que impede as pessoas de se desenvolverem.

Ana Paula Henkel dividiu a emocionante história de sua gravidez inesperada. O filho que carregava no ventre a impediria de viver seu sonho, ser atleta profissional, justamente no auge de sua carreira.

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Ao dividir as angústias com a família, seu pai apenas lhe deu um conselho:

“Você sabe quantas pessoas no mundo hoje estão chorando como você está chorando porque alguém está morrendo, porque alguém que eles amam está os deixando? E você vai chorar desse jeito porque a vida está batendo na porta da minha casa? Não interessa a condição, a vida está batendo na porta da minha casa, eu vou abrir e vou celebrar.”

A fala do seu pai lhe fez entender o valor de sua família e o valor da vida que estava em seu ventre.

“Hoje minha maior medalha, minha melhor conquista é meu filho, meu melhor amigo.”

Para fechar o evento, Clístenes Hafner declamou “A Canção do Tamoio'', de Gonçalves Dias. As músicas interpretadas foram: Deck the Hall (Thomas-Oliphant), Rapsódia sobre um tema de Paganini (Variação XVIII) e Clair de Lune (Suite Bergamasque) (Debussy).

Terceiro episódio

O episódio foi aberto com um relato histórico ilustrado narrando um grande acontecimento da história da humanidade. O ano era 1914, a 1ª Guerra Mundial estava em seu auge. O Natal se aproximava, mas o conflito não dava sinais de que iria cessar.

O Papa da época clamou que os povos baixassem as armas e celebrassem o nascimento de Cristo. Os líderes do países ignoraram os pedidos.

Os soldados alemães e ingleses na trincheira não. Na noite do dia 24 de dezembro de 1914, as armas e a rivalidade cessaram para que o Natal fosse celebrado.

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O terceiro episódio fechou o primeiro Especial de Natal da Brasil Paralelo e consagrou a tradição de fim de ano.

O episódio começou com a mensagem de esperança da Trégua de Natal porque neste episódio os convidados se dedicaram a responder a pergunta: qual o Natal que vale a pena ser vivido?

Ítalo Marsili, Rafael Nogueira, Marcus Boeira, Clístenes Hafner, Thomas Giulliano e Paulo Kogos apresentaram o Natal que vale a pena ser vivido.

Para o psiquiatra Italo Marsili, os presentes e as compras no Natal estão substituindo os verdadeiros símbolos da data, os elementos do presépio. Deus que se fez menino, encarnou-se em um humilde bebê.

O historiador Thomas Giulliano completou: o Natal evoca o sacrário, que foi Nossa Senhora. Ele dividiu como este Natal era especial, pois seria o primeiro com sua filha em seus braços.

Rafael Nogueira complementou a fala de Italo. Para o historiador, o presépio sumiu de muitas casas e restou apenas a árvore de Natal. Clístenes Hafner mostrou como a poesia pode ser um caminho para resgatar a beleza do sentido do Natal.

O pianista Alvaro Siviero questionou os convidados sobre o “cancelamento” que o aniversariante da data vinha sofrendo. Para Paulo Kogos, este esquecimento é algo histórico, vem desde o período da heresia ariana.

Marcus Boeira concluiu o Especial propondo que o Natal que vale a pena ser vivido é aquele em que a pessoa se encontra com o Verbo de Deus. Como todos os dias, a música embelezou o evento, foram interpretadas:Ave Maria (Gounod), Noturno Nº 20 em Dó Sustenido Menor Op. Póstumo (Chopin) e Ave Maria (Schubert-Liszt).

Saiba mais: qual o verdadeiro sentido do Natal?