Filosofia
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Necrológio – O exercício de morte que te fará meditar na vida

Necrológio é um exercício em que você se pensa morto. Ele foi estruturado pelo professor Olavo de Carvalho. Veja o motivo e como fazer.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
1/9/2021 16:08
-

Você morreu. Consegue imaginar como foi sua vida? Para fazer o exercício do Necrológio, é necessário pensar no seu fim para avaliar suas ações no presente. O professor Olavo de Carvalho explicou as razões e os benefícios de refletir sobre isso. Ao final, percebe-se que pensar na morte pode conduzir a uma vida melhor.

O necrológio está intimamente ligado à vida intelectual. Muitos dos professores que contribuíram com o conteúdo da Brasil Paralelo fizeram este exercício. Conheça as nossas produções para ter contato com especialistas em história, filosofia, economia, política e muito mais.

  • Para saber mais sobre a formação da personalidade, acesse gratuitamente a aula A Formação do Ser, do Dr. Bruno Lamoglia, médico especializado em psiquiatria, que aborda assuntos como as partes constitutivas da mente humana, o caminho para o verdadeiro amadurecimento e muito mais.

O que você vai encontrar neste artigo?

O que é um necrológio?

De acordo com o dicionário, há três significados:

  1. Texto, geralmente elogioso, escrito ou falado, sobre pessoas falecidas; elogio fúnebre;
  2. Parte de uma publicação periódica onde se noticiam falecimentos;
  3. Registro de pessoas falecidas em uma determinada data ou durante um dado intervalo de tempo; obituário.

O exercício do necrológio, em suma, é uma breve narrativa de sua vida, feita por você mesmo, contemplando-se a si mesmo morto.

Descrito desta forma, é uma atividade proposta nas primeiras aulas do Curso de Filosofia do Professor Olavo de Carvalho. Seus efeitos pedagógicos são notáveis. A narrativa proposta visa ajudar o aluno a compreender melhor quem ele é. Uma vez feito isso, estará pronto para iniciar suas reflexões filosóficas.

  • Se você tem interesse em filosofia, confira nossos artigos sobre Sócrates, Platão e suas principais ideias.

Como fazer o necrológio?

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Memento mori - "lembre-se que você vai morrer".

Para fazer um necrológio, é preciso presumir a própria morte. Então, você escreverá sobre sua vida após seu falecimento, como se fosse um amigo seu dizendo. Você falará de si mesmo como se tivesse assistido à sua vida sendo seu melhor amigo.

A narrativa deve incluir:

  • Quem é este personagem que morreu?
  • O que ele fez durante sua vida?

Para esta redação, é necessário supor que você tenha realizado na vida tudo o que desejava. Viveu e tornou-se a melhor versão de si mesmo. É, na verdade, a descrição de quem alcançou a vida que queria e se tornou quem sonhava ser.

Seu amigo, que é você, descreverá sua vida para outra pessoa. O necrológio é como uma carta para que uma terceira pessoa tome conhecimento de sua vida.

Em seu necrológico, você descreve como era sua vida ideal. É preciso fazer isso com seriedade e sinceridade. Não tem que fazer nada hiperbólico, fantasioso.

A narrativa necrológica deve ser resumida, não excedendo vinte ou trinta linhas.

É muito comum que as crianças pensem quem serão quando crescerem. Pensam em heróis, bombeiros, princesas, policiais, mães, professores. As crianças pensam o que querem se tornar e brincam de ser o que sonham para si mesmas.

Mas, chega um momento em que não se pensa mais tanto assim. O necrológio o colocará na posição da criança, mas sem fantasias.

  • Você sabe quem você quer ser?

Para responder uma pergunta como essa, além do necrológio, é preciso formar bem a própria personalidade.

Confira quais são as 12 camadas da personalidade descritas pelo professor Olavo de Carvalho.

Como não fazer o necrológio

Primeiro, foi você quem morreu, não um amigo seu. Algumas pessoas confundem isso. Você fala de si mesmo como se fosse seu melhor amigo descrevendo-o.

Segundo, você não morreu sendo uma pessoa fracassada. Você alcançou o que sonhava.

Terceiro, você não se tornou papa ou imperador. O necrológio considera sua versão ideal no fim da vida, não uma fantasia, um sonho mirabolante e fora de sua realidade de possibilidades.

O exercício do necrológio narra as realizações de suas principais qualidades, não suas ideias de fama e poder.

Escreva não o que você se tornou, mas quem você se tornou. Diga a quem está lendo por que sua vida foi importante.

Em seu texto, não é tão importante dizer que você se tornou um médico. Mais importante é dizer que tipo de médico você se tornou, quais virtudes conseguiu viver em sua profissão, em sua vida.

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