Você morreu. Consegue imaginar como foi sua vida? Para fazer o exercício do Necrológio, é necessário pensar no seu fim para avaliar suas ações no presente. O professor Olavo de Carvalho explicou as razões e os benefícios de refletir sobre isso. Ao final, percebe-se que pensar na morte pode conduzir a uma vida melhor.
O necrológio está intimamente ligado à vida intelectual. Muitos dos professores que contribuíram com o conteúdo da Brasil Paralelo fizeram este exercício. Conheça as nossas produções para ter contato com especialistas em história, filosofia, economia, política e muito mais.
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Texto, geralmente elogioso, escrito ou falado, sobre pessoas falecidas; elogio fúnebre;
Parte de uma publicação periódica onde se noticiam falecimentos;
Registro de pessoas falecidas em uma determinada data ou durante um dado intervalo de tempo; obituário.
O exercício do necrológio, em suma, é uma breve narrativa de sua vida, feita por você mesmo, contemplando-se a si mesmo morto.
Descrito desta forma, é uma atividade proposta nas primeiras aulas do Curso de Filosofia do Professor Olavo de Carvalho. Seus efeitos pedagógicos são notáveis. A narrativa proposta visa ajudar o aluno a compreender melhor quem ele é. Uma vez feito isso, estará pronto para iniciar suas reflexões filosóficas.
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Como fazer o necrológio?
Memento mori - "lembre-se que você vai morrer".
Para fazer um necrológio, é preciso presumir a própria morte. Então, você escreverá sobre sua vida após seu falecimento, como se fosse um amigo seu dizendo. Você falará de si mesmo como se tivesse assistido à sua vida sendo seu melhor amigo.
A narrativa deve incluir:
Quem é este personagem que morreu?
O que ele fez durante sua vida?
Para esta redação, é necessário supor que você tenha realizado na vida tudo o que desejava. Viveu e tornou-se a melhor versão de si mesmo. É, na verdade, a descrição de quem alcançou a vida que queria e se tornou quem sonhava ser.
Seu amigo, que é você, descreverá sua vida para outra pessoa. O necrológio é como uma carta para que uma terceira pessoa tome conhecimento de sua vida.
Em seu necrológico, você descreve como era sua vida ideal. É preciso fazer isso com seriedade e sinceridade. Não tem que fazer nada hiperbólico, fantasioso.
A narrativa necrológica deve ser resumida, não excedendo vinte ou trinta linhas.
É muito comum que as crianças pensem quem serão quando crescerem. Pensam em heróis, bombeiros, princesas, policiais, mães, professores. As crianças pensam o que querem se tornar e brincam de ser o que sonham para si mesmas.
Mas, chega um momento em que não se pensa mais tanto assim. O necrológio o colocará na posição da criança, mas sem fantasias.
Você sabe quem você quer ser?
Para responder uma pergunta como essa, além do necrológio, é preciso formar bem a própria personalidade.
Primeiro, foi você quem morreu, não um amigo seu. Algumas pessoas confundem isso. Você fala de si mesmo como se fosse seu melhor amigo descrevendo-o.
Segundo, você não morreu sendo uma pessoa fracassada. Você alcançou o que sonhava.
Terceiro, você não se tornou papa ou imperador. O necrológio considera sua versão ideal no fim da vida, não uma fantasia, um sonho mirabolante e fora de sua realidade de possibilidades.
O exercício do necrológio narra as realizações de suas principais qualidades, não suas ideias de fama e poder.
Escreva não o que você se tornou, mas quem você se tornou. Diga a quem está lendo por que sua vida foi importante.
Em seu texto, não é tão importante dizer que você se tornou um médico. Mais importante é dizer que tipo de médico você se tornou, quais virtudes conseguiu viver em sua profissão, em sua vida.