Na trilogia Entre Lobos da Brasil Paralelo, diversos brasileiros foram entrevistados, a grande maioria relatou sentir medo de andar nas ruas.
Muitos já adotam estratégias para evitar violência ou assaltos:
- andar com um celular extra que é chamado de “celular do assaltante”;
- voltar do trabalho no período da noite por meio de aplicativos de transporte, mesmo que pagando mais caro;
- Ao parar em sinais, seja no trânsito ou na calçada, vigiar os veículos ou as pessoas que se aproximam.
Mais da metade dos entrevistados disseram se sentir inseguros ao caminhar no período da noite no próprio bairro. Mulheres e pessoas acima de 45 anos foram as que mais demonstraram preocupação.
A base da pesquisa teve duas perguntas:
- como as pessoas se sentem ao caminhar pelas ruas de sua cidade;
- como as pessoas se sentem ao caminhar pelas ruas do seu próprio bairro.
Nos dois casos a resposta “insegurança” prevaleceu.
A mesma pesquisa também mostrou que a preocupação dos brasileiros com a violência aumentou desde o final do ano passado. Ao lado da saúde, 17% das pessoas afirmaram que essa é a maior preocupação dos brasileiros.
O Datafolha ouviu 2.016 pessoas com mais de 16 anos em todo o país nos dias 12 e 13 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Quem se sente mais seguro e quem se sente menos?
- Empresários se sentem menos seguros: apenas 6% alegam se sentir muito seguros em suas cidades e 42% afirmam se sentir muito inseguros; 10% dizem se sentir muito seguros em seus bairros e 40% muito inseguros;
- Donas de casa estão entre as pessoas que se sentem mais inseguras: só 10% delas se sentem seguras na própria cidade, 35% relataram muita insegurança;
- Assalariados sem registro em carteira e funcionários públicos são os que mais se sentem seguros;
- Trabalhadores informais foi a única categoria onde a maioria disse sentir segurança em seu próprio bairro (55%) ao caminhar à noite.
Entre as pessoas que ganham mais de 10 salários mínimos, apenas 7% garantiram se sentir muito seguros ao andar pelas ruas da cidade. Mas, quando o recorte é no próprio bairro, 20% responderam se sentir dessa forma. A diferença não foi tão grande entre a parcela mais pobre da população.