Muitos não querem procurar emprego nem gostariam de trabalhar
No ano passado, 4,7 milhões de jovens não procuraram emprego nem gostariam de trabalhar. É o que apontam os dados da pesquisa do IBGE. A pesquisa não diferencia as 2 milhões de mulheres responsáveis por cuidar de parentes ou de trabalhos domésticos, dos jovens que de fato não buscam ocupação ou estudo.
Com a pandemia, a proporção de jovens “nem-nem” saltou de 24,1% em 2019 para 28% em 2020. Desde então, o número registrou duas quedas seguidas até chegar ao patamar de 2022.
O analista socioeconômico do IBGE, Jefferson Mariano, aponta que a queda foi puxada pelo aumento dos jovens que buscam dar enfoque ao trabalho.
“[São pessoas que] deixaram o estudo para segundo plano”, explica Mariano. “Lembrando que no Brasil ainda é bastante baixa a presença desses jovens no ensino superior”.
De acordo com o IBGE, dos quase 11 milhões de jovens que não estudam e seguem desempregados, 61,2% se encontram abaixo da linha da pobreza.
Para Mariano, os dados denunciam desigualdades sociais que são frutos de um quadro estrutural de disparidades.