Rasta

Rasta é um highlander, um artista que apresenta colunas irônicas, versões textuais de seu programa Rasta News, um jornal semanal isento de notícias. Não delicadezas aqui.

Repito: muito ajuda quem não atrapalha!

Entenda a origem da famosa expressão: “De boas intenções o inferno está cheio”.

Rasta
“De boas intenções o inferno está cheio”
“A estrada para o inferno é pavimentada por boas intenções”

Começamos hoje com estas duas frases ferozes e muito sinistras, que exercem grande fascínio sobre a crendice popular, mas que ex-felizmente ainda são bem pouco compreendidas por muitos no nosso Brasil e ao redor do mundo.

Para falar aqui sobre este assunto, obviamente que a primeira questão a ser elocubrada é: quais são as origens originárias desta ideia de relacionar o bem intencionado ao inferno, de onde veio este entendimento?

Apesar dos estudantes, pesquisadores e linguistas não terem certeza sobre alguns pontos misteriosos e desconhecidos da sua história, temos algumas anedotas e indícios que nos indicam um pouco dos caminhos tortuosos por onde esta ideia passou e os percalços que superou para chegar até as nozes.

Em 1670, John Ray publicou um livro com muitas folhas chamado Uma Coleção de Provérbios Ingleses. Lá já se encontrava a frase “Hell is full of Good meanings and wishes”, ou seja, “O inferno está cheio de bons propósitos e anseios/desejos”.

Quase 200 anos depois, em 1855, Henry G. Bohn lançou seu “Handbook of Proverbs”, o Livro de Bolso dos Provérbios, onde enunciava "The Road to Hell is Paved with Good Intentions", ou seja, “A estrada para o inferno é pavimentada por boas intenções”.

Esta frase crocante, pujante e poderosa não surgiu do nada, meus amigos. O seu significado distinto parece que claramente foi bastante influenciado por uma frase muito mais antiga, uma frase bíblica. Eclesiástico, 21:11, veja só:

“O caminho dos pecadores é calçado de pedras unidas, mas ele conduz à região dos mortos, às trevas e aos suplícios”.

Não entendeu? Então veja essa outra tradução aqui:

“O caminho dos pecadores é pavimentado de pedras, mas desemboca no sorvedouro do Abismo”

Aqui não se fala de boas intenções, mas não há dúvidas de que a nossa frase sobre os bem intencionados é quase uma paródia dessas que substitui as pedras pelas ditas intenções.

Poderíamos excrusivemente adaptar outras expressões seguindo o mesmo princípio, como "no meio do caminho tinha uma boa intenção, tinha uma boa intenção no meio do caminho".

E quem parar para pensar, não vai custar para perceber que o caminho das ditas boas intenções frequentemente é o caminho das aparências, esvaziadas de boas práticas, ou seja, é o tal caminho fácil que te leva diretamente para o colinho fogoso e serelepe do inimigo.

Então, veja só você que essas expressões sobre as boas intenções não surgiram para você ficar aí fazendo um uso vulgar durante a sua briguinha de casal. Quando uma expressão chega a falar sobre a salvação da sua alma, é provável que ela tenha consequências já aqui nesta nossa terrinha, bem aqui na nossa vidinha mundana.

Foi sobre as questões das boas intenções no nosso mundo real que filósofos, pensadores, e grandes embaixadores da liberdade se debruçaram e ponderaram diversas questões.

Há muito tempo apontam os erros dos bem intencionados…

Seguindo esta longa linhagem ao nosso querido embaixador Walter Williams. Economista, perspicaz, simpático e pupilo do simpatissíssimo Milton Friedman, em 1982, Walter Williams produziu o documentário Good Intentions, baseado num livro que ele mesmo havia escrito, chamado The State Against Blacks, onde ele narra as tropeçadas no frango do governo americano com suas políticas que bem intencionadas, mas que terminaram prejudicando a população negra.

É um documentário tão formoso, que emociona e mexe com a gente, que eu e o meu querido embaixador Jopa até fizemos uma música lá com os Acadêmicos de Milton Friedman para homenagear o professor com o nosso MC Professor Will mostrando algumas situações calamitosas retiradas do documentário e onde já dizíamos: “Boa Intenção, o inferno já tá cheio meu irmão, não vai colar”

Pois bem, deixando a nossa academia de lado e voltando ao documentário, os exemplos são muitos:

  • a tragédia das escolas públicas;
  • as políticas de salário mínimo que excluíram muitos jovens do mercado de trabalho;
  • benefícios estatais que terminam desestruturando as famílias.

Mas o que eu vou entrar mais aqui é sobre as regulamentações do trabalho.

No documentário, o professor Williams, nos conta sobre o curioso caso dos taxistas. Quem nunca ouviu alguém dizendo que se não houver regras, carimbos e limitação haverá o caos, insegurança, milhares de bilhões de taxistas por aí e ruas intransitáveis?

É aí, que dentro do seu medo existe gente que apenas vê oportunidade. São os políticos, acompanhados de amigos sindicalistas e de zé borrões burrocratas prontos para te regular.

  • Leitura recomendada: o que é burrocracia? Clica lá que o Rasta te ensina!

Neste caso, o professor Walter Williams nos conta sobre a situação dos taxistas em duas cidades americanas: Filadélfia e na capital, Washington DC. Nos anos 80, as licenças para dirigir um táxi na Filadélfia eram muito limitadas e controladas pela prefeitura, o que fazia com que o preço dessa licencinha custasse 20 mil dólares. O que daria hoje 67 mil dólares.

Já em Washington, um cidadão poderia comprar a sua licença para ser taxista por menos de 50 doletas. Um mixaria. E qual foi o resultado disto? Em Washington, 90% dos taxistas trabalhavam para si mesmos. Ou seja, tudo que ganhavam dirigindo ficava para eles.

Já na Filadélfia, menos de 50% dos taxistas tinham sua própria licença. Ou seja, a legislação cria dificuldades cada vez maiores para os mais pobres poderem dar um primeiro passo com as próprias pernas, de maneira independente, e deixa essa galera dependendo de alguém que já está em cima, que já tem grana, e que vai viver de comprar mais licenças, já que são limitadas.

Em Washington bastaria o cara querer trabalhar que ele poderia tentar se virar. Mais opções de trabalhos para as pessoas. Resultado: naqueles tempos havia 10 mil taxis em Washington e em 70% deles os donos eram negros. E na Filadélfia? Na Filadelfia menos de 20% dos donos eram negros.

Lembro-me bem da época das kombis no meu Recife, motoristas anárquicos em veículos com aquele cheiro saudoso de feira, sovaco e cominho, que faziam trechos ousados em comunidades que as rotas de ônibus não serviam (tabatinga pela fop, guabiraba, aldeia chã de cruz), tudo isso por trechos que custavam 25 centavos, 50 centavos.

O resultado era visível, as companhias de transporte sentiram tanto a concorrência que até introduziram ônibus com ar-condicionado, os geladinhos, para competir com a praticidade das kombis.

Mas no meio do caminho existiam as dona máxima, que ficavam em polvorosa com a agressividade dos kombeiros no trânsito e culpavam os eleutérios pelo trânsito caótico da cidade. Esse clamor, associado ao gostinho por carimbo e reserva de mercado das grandes transportadoras amigas do governo, terminou por burocratizar todo o processo…

O resultado foi o mesmo de sempre: era licença para kombeiro, sindicato de kombeiro, kombeiro se candidatando a vereador e, em poucos anos, já eram as kombis.

O trânsito de Recife continua como o cheiro da cidade e a passagem já vai a mais de 3 reais. Venceu o clientelismo sob a máscara de um bom mocismo patife.

Se há 10, 15 anos atrás tudo isso ainda era um debate, hoje, com uber e tudo mais, fica um pouco ridículo alguém acreditar que fora da regulação estatal só existe o caos. Ponto para o nosso querido doutor Williams que há 40 anos já era um campeão da liberdade.

Se já não bastasse a dor de ter que trabalhar para ganhar, os bem intencionados criam um monte de regras e exigências, e colocam a população na situação de ter que trabalhar para poder trabalhar.

É tanta regulamentação que o Rasta desistiu de trabalhar

Exemplos? Como explicou o professor, Algumas licenças custam dinheiro, outras para obter você precisa fazer um testezinho que tem pouco ou nada a ver com o tal trabalho, outras licenças você só consegue se tiver aquele famoso contatinho.

No sul dos Estados Unidos, muitos sindicatos tinham como objetivo que suas regulações afastassem a presença dos negros. Hoje, nenhum sindicato iria defender que se exclua os negros, portanto, nao falam mais tal asneira, porém, ainda defendem regras que conferem poderes, criam privilégios e excluem pessoas.

Vá trocar uma ideia com os sindicatos de pedicures, manicures, cabeleireiros e maquiadores, turismólogos, e tudo mais. Em 2012 eles estavam unidos fazendo lobby para que uma regulamentação só permitisse qualificações específicas para o exercício da profissão.

Aí tu imagina, tu tem um empreguinho ruim, a vida já tá difícil e você é mandada embora. Aí você quer cortar a unha da vizinha para poder pagar uma conta, mas não pode por que você não torrou suas poucas economias para estudar técnicas de pintura de unha avançada num cursinho só para poder trabalhar.

De que adianta estudar se a rapariga goodvibes da tatuagem de borboleta no ombro vai te pedir para fazer uma francesinha no pé? E adivinha quem vai ser o dono do tal cursinho?

Provavelmente algum sindicalista ou alguma pessoa qualquer, numa posição melhor, que já tem uma poupança para investir e lidar com as regulamentações de abrir tal cursinho. Na cabeça do cidadão só chega a conta dos carimbos governamentais.

Felizmente, a dona Dilma sancionou a lei que reconhecia as classes de trabalho, mas vetou as exigências de qualificação. É assim a vida, meus amigos: tu fica ligado porque lá em Brasília sempre tem uma galera querendo arranjar uma maneira mais eficiente de te dar uma rasteira.

A boa intenção, nestes casos, foi no máximo apenas uma baforada de cachaça de algum idealista que se perdeu ao longo do tempo, sendo prontamente tomada pelos oportunistas. Fica difícil acreditar que haja qualquer boa intenção nesta ladroagem.

Só que nem toda boa intenção é ruim por ser falsa. Algumas permanecem muito sinceras, porém, não menos perigosas. Isso ocorre porque entre as nossas idealizações e o mundo real existe um certo descompasso. Isso é o que chamamos consequências não intencionais.

Há 100, 200 anos ou mais, João Lockrio, Adão Smith e muitos outros já discutiam as tais consequências não-intencionais. Quando tu faz algo na vida, qualquer coisa, seja o que for, isso pode ter consequências não intencionais. Pode ser algo negativo: Mandou um tolete enorme, reduziu o desconforto intestinal, mas entupiu a latrina. E também podem até mesmo ser positivas, como quando você tá cavando um buraco e acaba encontrando uma pepita de ouro. É o que os galerosos e populares chamam por aí de sorte.

Mas nem todas consequências não intencionais, sejam positivas ou negativas, são obras do acaso. É possível antever ou deduzir as coisas que estão a acontecer. Basta não ser um empolgadão entusiasmado.

O problema é que a legião da boa vontade é composta por aquelas pessoas que estão sempre muito empolgadas consigo mesmas e que vivem apaixonadas pelas suas próprias virtudes. Daí, não conseguem ver aquilo que o nosso querido San Bastiat chamava de “O que se vê e o que não se vê”.

O filósofo, cujo nome é sobrevivente, já havia nos alertado que, além de não discutir com roqueiros, não existe boa intenção sem amor à verdade. E o amor que essa gente têm por doces mentiras é um método seguro de desenvolver o famigerado super poder do Estado, que faz com que o governo seja capaz de fazer faltar até mesmo areia em um deserto.

Como os bem intencionados prejudicam o cidadão comum?

É a Legião da Boa Vontade com o seu protecionismo, que visa fortalecer a indústria nacional, mas empobrece o cidadão, que fica tendo que tocar aquele violão Tagima furado e trastejante naquela caixinha da Meteoro.

São os benfeitores entusiasmados que protestam que as máquinas e tecnologias roubam os empregos do trabalhador, sem conseguir ver as riquezas que criam.

É o Getúlio com seu 13o que acha que vai conseguir convencer o empregador a pagar um mês a mais de trabalho, como se isso não fosse apenas terminar sendo retirado do salário do trabalhador nos outros 12 meses do ano.

É o Getúlio, de novo, com o nosso direito às férias, que te obrigam a trabalhar menos e, portanto, ganhar menos.

É o petista Aloizio Mercadante apoiando o Sarney e o seu controle de preços para tentar controlar a hiperinflação, quem aí se lembra? Os aluninhos mais jovens e joviais talvez não conheçam bem a história da nossa hiperinflação.

Funcionava da seguinte maneira: no Brasil, tinha um monte de bancos públicos em que podiam de alguma maneira criar moeda. Quanto mais moeda é produzida, menor é o valor dela, certo? Pois bem. Entre 1980 e 1994 a quantidade de dinheiros existente no Brasil aumentou 2.303.797.693.883% e a inflação acumulada no Brasil, entre 1980 e 1994 foi de 13.342.346.717.671%.

Imagina aí se um produto que você compra hoje por 1 real daqui a uns anos custasse uns milhões, ou bilhões, trilhões, sei lá, nem sei como calcular essa loucura.

A gente ia cortando os zeros e fazendo falcatruas para disfarçar. Esse era o nível do pagode da economia brasileira.

Eu lembro de ter ido numa deli lá no lower east side, em que o maluco que fazia o sanduíche de pastrami tinha notas de dinheiro de todos os países, tinha real, marco alemão, coroa norueguesa, daí eu olhei uma nota do banco do Zimbábue: 1 trilhão de dólares, com todos os zeros.

Meu amigo, quando passa do milhão já fica mais fácil escrever o logaritmo do valor da nota, né? Pois bem, para piorar essa mistura de Brasil com Zimbábue, veio o Sarney e decidiu que a culpa disso era dos empresários gananciosos e seguiu a cartilha econômica dos esquerzóides da Unicamp: baixou um controle de preços.

Foi o plano cruzado, popularmente conhecido como plano currado, que é como deixou os nossos brasileirinhos: esfolados, assados e currados no meio fio.

O plano foi aplaudido pela grande mídia, elogiado pelos artistas, mas, na prática, foi aplicado graças a uma legião da boa vontade composta de cidadãos entusiasmados, doidos para ajudar, que se prestavam ao papel de passar o dia fiscalizando mercados, quitandas, lojinhas, mercearias para garantir que ninguém subisse os preços. E entre os mais entusiasmados, estava o petista Aloizio Mercadante. Vejam só:

Se a intenção do controle era controlar a escalada de preços, enquanto o governo seguia imprimindo dinheiro loucamente, o único resultado foi o desabastecimento, prateleiras vazias e o desaparecimento dos produtos.

Pouco depois o congelamento teve que ser cancelado e a inflação só foi ser controlada no Plano Real. Mercadante, tu tá mais para Aloizio Estatizante com essas tuas ideias. Legião da Boa Vontade, ai se eu te pego ai. Fiscal do Sarney, tu passou mais vergonha nesta vida do que um certo amigo meu que fez um post para celebrar os 10 anos do lançamento de um disco do Angra.

Saibam vocês que o mundo não precisa do entusiasmo de vocês. Aqui na minha academia nós admiramos e respeitamos somente aqueles que compõem a Legião da Má Vontade. Tipo o meu amigo Jopa. A gente chegava aqui para passar o Natal nas montanhas, geral ia colher uma lenha, preparar o fogo, limpar uma neve e ele ficava lá o dia inteiro sentado, crescendo a barriga de chá e tomando a sua sopa.

Não ajudava com nada, um inútil. Mas nunca, jamais, em situação alguma fazia algo que prejudicasse alguém. Nunca taxou, pilhou, nem regulou. Está aí a prova que mais vale uma criatura casta, pura e inútil do que toda essa Legião da Boa Vontade que se ajunta para exercer a sua generosidade às custas dos outros. Como já avisamos antes: Muito ajuda quem não atrapalha!

Então fica aqui o agradecimento meu e dos meus embaixadores ao Professor Walter Williams que com seu carisma, sua generosidade e o seu ímpeto combatente combateu a proliferação da Legião da Boa Vontade e dos caridosos da carteira alheia nos Estados Unidos e nos deixou um legado de simpatia, simplicidade e humildade típicos de quem entendeu que caneta e carimbo que constrói o mundo, mas sim são grandes estimuladores de bigodagem.

E falando em bigodagem, é hora do nosso Troféu Bigodagem:

Troféu Bigodagem

trófeu-bigodagem

O Troféu Bigodagem de hoje vai para ninguém menos que Lyndon Johnson, o presidente americano que instituiu a guerra contra a pobreza que terminou gerando uma política de manutenção da pobreza. 

Johnson talvez tenha sido o presidente americano que mais contribuiu para o estado atual das coisas.

Malandro quilingue, de caráter escamoso e oportunisticamente progressista, passou a maior parte de sua carreira política votando em favor dos segregacionistas democratas do sul, como seu mentor "Uncle Dick" Russell, da Georgia, para depois chegar surfando na onda do Civil Rights Movement em 64, através do qual ficou imortalizado como um grande campeão em uma nação de memória curta e déficit de atenção.

Se, exotericamente, Johnson passou a se mostrar como um campeão dos frascos de comprimidos, esotericamente ele deveria odiar muito essas populações, pois suas políticas são as principais responsáveis pelo aprisionamento de milhões e milhões de americanos num sistema de manutenção da pobreza.

Desde que resolveu usar o governo federal para erradicar a pobreza, gerações e mais gerações de americanos foram forçados a depender de auxílio, desastre que foi ainda maior para as minorias.

Como nossos embaixadores Thomas Sowell e Walter Williams já mostraram, os efeitos negativos da expansão do estado de bem estar social (uma daquelas idéias ruins que sempre vêm com um nome bonitinho), levaram as famílias de comunidades negras a uma estagnação econômica que vem se arrastando desde os anos 60.

Existe um mesmo erro que é comum a direitistas e esquerdistas, mas que se manifesta de maneira diferente entre eles, direitistas tendem a acreditar em baboseiras que escutam em painel de empreendedor e eventos sobre mindset e produtividade, como a tal meritocracia, a ideia de que existe um lugar ao sol para aquele que se esforçar.

Já a esquerda acredita em uma versão Charlinha da mesma coisa, a de que dá para você ensinar qualquer pessoa a ser produtiva através da educação.

A primeira tenderá a se posicionar mais contra programas sociais e a segunda tenderá a se posicionar mais a favor, sem jamais reconhecer que pode haver um incentivo à estagnação e improdutividade.

Acontece que sempre existirá uma certa parcela da população que ficará às margens desta análise, o exército americano, por exemplo, não aceita uma certa faixa de QI que corresponde a grosseiramente 10% da população, a gente está falando de um complexo cheio de dinheiro, que precisa da maior quantidade de corpos possível e que ainda assim precisa rejeitar material humano porque basicamente é impossível ensiná-los a exercer qualquer atividade produtiva.

Como você lida com isso? Ninguém respondeu isso muito bem até hoje, mas ninguém jamais olhou para o assunto com seriedade.

Os dois principais efeitos negativos dos programas sociais inaugurados por Johnson foram apontados pelos embaixadores Thomas Sowell e Walter Williams 

1- a quantidade de nascimentos fora do casamento pulou de 8% nos anos 60 para 40% nos dias de hoje, e quando consideramos o crescimento populacional, este aumento é bem grande. Este aumento é significativo porque crianças nascidas em famílias quebradas possuem mais chances de sofrer abuso, deixar a escola, terminar na pobreza, violência ou andando de bermuda com o boné para trás;

2- um problema cultural de dependência, em que gerações sucessivas aprendem umas com as outras de que o estado de exceção em que se encontram é algo normal.

O ASPMBTAT é o índice que mede a habilidade das pessoas de ganharem o suficiente para manter a si e seus dependentes fora da pobreza. Sem contar impostos e subsídios do Estado.

Olhando os dados entre 1967 e 2012, aparentemente há uma melhora. Em 67, 27% das famílias superaram esta linha de pobreza, enquanto em 2012 foram 29%. Mas os dados sem análise não demonstram a realidade.

Entre 67 e 2012 a renda per capita das famílias subiu, ao mesmo tempo que subiu em 12,1% o valor que precisam ter para superar a dependência do Estado. Além disso, em 2012 a população era pelo menos uns 70% maior que nos anos 60.

Caso você olhe só para os números absolutos, vai parecer que a coisa foi um sucesso, mas quando você olha os dados focando na dependência do sistema, vai ver que ela aumentou relativamente, e absolutamente o aumento é mais catastrófico.

Mas não foi só a guerra à pobreza que foi um desastre pelo qual Lyndon Johnson não responderá, ele também é o principal responsável pelo fracasso da guerra do Vietnã, que têm muito em comum com a guerra à pobreza: as duas porcarias foram baseadas num programa de engenharia social progressista.

Robert Mc Namara, um péssimo secretário de defesa de Johnson, aplicou ao Vietnã os mesmos princípios Faria Limer de gestão estilo Dória, baseado em seus graficuzinhos, planilhas, estimativas e projeções que ele tinha aprendido em Harvard e aplicado com sucesso na Ford.

O completo desprezo pelo homem humano e seu comportamento é a marca desse tipo de pensamento, que precisa que a gente se comporte como um monte de robozinho para que os números possam bater. No caso, a ideia é que uma pressão militar forte iria gerar o resultado esperado. Cegos pela arrogância típica de burocratas, todo mundo acreditava que ia correr tudo de acordo com o plano infalível do cenourinha, bastava que o mundo se adaptasse às estatísticas, ah esse mundo cruel…

Charles de Gaulle ainda avisou o governo americano que estariam entrando em uma guerra que não poderiam vencer. Ninguém ouviu, e o resultado foi muito semelhante ao da guerra à pobreza, a expansão de um complexo militar cada vez mais dependente da politicagem dos burocratas. Welfare e Warfare andando de mãos dadas, caminhando e cantando e seguindo uma canção tocada pelos bardos do progresso.

Hoje nós vemos uma América à mercê de dois partidos que usufruem desta fé em um governo todo poderoso, engessados e pagando os custos altos dessas duas dependências à medida que empurra com a barriga o problema para as próximas gerações de americaninhes, e Lyndon Johnson não está mais aqui para responder. Por essa razão, merece nosso Troféu Bigodagem.