Quem foi Hannah Arendt?
Hannah Arendt foi uma das maiores filósofas e teóricas políticas do século XX. Destacou-se por seus estudos sobre o nazismo e comunismo. Ela ficou conhecida por ter inventado importantes conceitos usados pela Ciência Política para o estudo de regimes autoritários.
Arendt teve uma longa trajetória acadêmica estudando com grandes pensadores como Martin Heidegger, Karl Jaspers, Rudolf Bultmann e Edmund Husserl e usou essa base filosófica para estudar o nazismo. O interesse de Arendt por esse tema pode ter sofrido influência da sua própria biografia, ela era judia e sofreu na pele os horrores desse regime.
A sua trajetória acadêmica começou na Europa, mas teve que ser continuada em Nova York por conta da perseguição nazista. Ela produziu importantes obras, com destaque para As Origens do Totalitarismo, publicada em 1951, e A Condição Humana, publicada em 1958.
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Onde nasceu Hannah Arendt?
Hannah Arendt nasceu em 1906 em Hanôver na Alemanha e morreu em 1975 em Nova York. Ela perdeu o pai com apenas sete anos de idade. Desde nova, interessou-se por assuntos filosóficos, lendo pensadores como Kant. Aos 18 anos entrou na faculdade e começou a sua trajetória acadêmica.
A Formação Acadêmica de Hannah Arendt
Em 1924, Hannah Arendt entrou na Universidade de Marburg onde teve como professor Martin Heidegger. Ele era um intelectual muito respeitado da época e que influenciou muito o pensamento de Arendt. Os dois se aproximaram ao ponto de terem um caso amoroso.
Após um ano em Marburg, ela se mudou para a Universidade de Freiburg onde passou um semestre assistindo às palestras do intelectual Edmund Husserl. No ano seguinte, em 1926, ela foi para a Universidade de Heidelberg estudar com Karl Jaspers. Assim como Heidegger, Jaspers se tornou um amigo muito próximo de Arendt.
Naquela Universidade, ela completou a sua tese onde investigava o conceito de amor nas obras de Santo Agostinho.
Em 1933, o Partido Nazista subiu ao poder na Alemanha. Arendt fugiu do país antes que sofresse algo de mal. Por seis anos morou em Paris onde trabalhou em diversas organizações para acolhimento de refugiados judeus. Ela teve uma grande decepção com seu grande mentor intelectual.
Heidegger se tornou apoiador do nazismo. Com o apoio dos nazistas, ele chegou ao cargo de reitor da Universidade de Friburgo. Arendt e Heidegger, que eram muito próximos, se viram em lados diametralmente opostos.
Hannah Arendt só voltou a procurar Heidegger em 1950, cinco anos depois da queda de Hitler. Ambos voltaram a manter comunicação frequente entre si até o final de suas vidas.
Em 1936, Arendt se separou de seu marido Günther Stern e começou a viver com Heinrich Blücher, com quem se casou em 1940. Em paralelo, ela estava trabalhando em uma biografia de Rahel Varnhagen, uma famosa escritora alemã.
Em 1941, ela foi obrigada a deixar a França por conta da Segunda Guerra Mundial e se mudou para Nova York, onde viveu muito próxima a célebres intelectuais dos Estados Unidos. Ela lecionava em Universidades americanas como Princeton e Berkeley, mas se destacou como professora de filosofia política na New School for Social Research.
Após a Segunda Guerra Mundial, em 1951, publicou a sua mais famosa obra, As Origens do Totalitarismo. Depois publicou, em 1958, seu clássico ensaio filosófico, chamado de A Condição Humana. Isso já tinha cristalizado sua imagem como uma importante intelectual pública, mas, em 1961, um acontecimento mudou a sua vida para sempre.
O julgamento de Eichmann em Jerusalém
A teoria que consagrou Hannah Arendt e que condensa sua visão sobre os regimes totalitários é a ideia de Banalidade do Mal.
A obra na qual Hannah Arendt trata da Banalidade do mal é seu livro Eichmann em Jerusalém – Um relato sobre a Banalidade do Mal. O livro é fruto das observações de Arendt sobre o famoso julgamento de um oficial nazista em Jerusalém.