Introdução
Santo Agostinho escreveu em estilo muito rebuscado em comparação ao estilo atual. Seu pensamento é vasto e complexo, seus escritos são temas de estudos de inúmeros doutores que dedicaram anos de suas vidas a entender ao menos um pouco do que esse grande pensador legou para o mundo.
As principais ideias de Santo Agostinho são, na verdade, as mais divulgadas tendo-se em vista o ensino de filosofia nos colégios e as palestras de introdução à sua filosofia.
Como este artigo é apenas um resumo introdutório, basta dizer que as principais ideias de Santo Agostinho envolvem a fé e a razão, a primeira certeza racional, a Iluminação divina, o problema do mal e o livre arbítrio.
Todas elas estão explicadas no final deste artigo.
Religião e Filosofia no Ocidente
Santo Agostinho costuma ser referido como o “último dos antigos” e o “primeiro dos modernos”. Ele assistiu à queda do Império Romano e de todos os padrões morais da época.
Ele assistiu o fim gradativo do Império Romano ao longo de gerações. Viu os bárbaros tomarem conta e os romanos culparem os cristãos por isso, motivo que o levou a escrever A Cidade de Deus.
No mundo latino, Santo Agostinho integrou a filosofia grega no cristianismo.
Todavia, antes do aprofundamento nesses tópicos, é necessário saber como sua trajetória de vida influenciou sua busca pela verdade na filosofia e seu encontro com a fé católica.
Quem foi Santo Agostinho?
A biografia de Santo Agostinho ilumina suas principais ideias.
Aurélio Agostinho, em latim Aurelius Augustinus, nasceu em 13 de novembro de 354 d.C em Tagaste, na África. Sua mãe, Mônica, era uma piedosa católica, tanto que foi canonizada e é hoje venerada como santa. Seu pai, Patrício, era pagão e converteu-se apenas no leito de morte.
Como se sabe, Agostinho hoje também é considerado santo. Mas apesar das virtudes que o levaram a esse patamar, o início de sua vida foi turbulento, tendo experimentado a devassidão por muitos anos.
Antes de ser católico, Agostinho já era um gênio da filosofia. Ensinou retórica, gramática e chegou a ocupar os maiores cargos que um professor poderia ter naquela época.
Também é importantíssimo ressaltar que ele se envolveu com o maniqueísmo antes de construir os pilares da filosofia cristã.
Maniqueísmo
Para os membros da seita maniqueísta, o mundo é governado por dois poderes, dois princípios iguais em possibilidades e que se equilibram no universo. Há um princípio bom, um deus bom, que produz as coisas boas; e um princípio mau, um deus mau, que produz as coisas más.
Quanto mais Santo Agostinho se aprofundou no maniqueísmo e quanto mais ele estudou algumas teorias neoplatônicas, mais ele se decepcionou com essa forma de explicar a presença do bem e do mal no mundo.
Pela própria razão, ele foi se afastando do maniqueísmo.