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Arte
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min de leitura

17 Poemas de Cecília Meireles para ler e se emocionar

Mergulhe nessa lista de Poemas inesquecíveis de Cecília Meireles e descubra o significado por trás de seus versos emocionantes.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
1/4/2025 20:34
Foto: Folhapress.

Cecília Meireles é a poetisa de maior expressividade da literatura brasileira. Ela produziu para diversos gêneros, mas ficou mais conhecida pelos poemas. E apesar de ser considerada uma simbolista, nunca se filiou a nenhum movimento literário.

Altamente preocupada com o vocabulário e a musicalidade de seus textos, ela produziu obras de cunho intimista que tocavam as profundezas das emoções de quem lia. Seu talento venceu o teste do tempo e até hoje seus versos ressoam fortemente com as emoções de quem os lê. 

A Brasil Paralelo selecionou os 17 poemas de Cecília Meireles que mais marcaram as gerações. Leia cada um e conheça o significado por trás de seus versos.

O que você vai encontrar neste artigo?

Elegia

Neste mês, as cigarras cantam
e os trovões caminham por cima da terra,
agarrados ao sol.
Neste mês, ao cair da tarde, a chuva corre pelas montanhas,
e depois a noite é mais clara,
e o canto dos grilos faz palpitar o cheiro molhado do chão.

Mas tudo é inútil,
porque os teus ouvidos estão como conchas vazias,
e a tua narina imóvel
não recebe mais notícias
do mundo que circula no vento.

Interpretação

Elegia é um poema de Cecília Meireles feito para sua avó materna, que a criou após perder os pais. A dissonância entre a primeira e a segunda estrofe representa o grande impacto que Cecília sofreu quando sua avó morreu.

O poema retrata tanto a morte de um ente querido quanto a morte emocional que Cecília sofreu, retratando o sentimento de que uma parte de si mesma foi perdida. 

Para ir à Lua

Enquanto não têm foguetes
para ir à Lua
os meninos deslizam de patinete
pelas calçadas da rua.

Vão cegos de velocidade:
mesmo que quebrem o nariz,
que grande felicidade!
Ser veloz é ser feliz.

Ah! se pudessem ser anjos
de longas asas!
Mas são apenas marmanjos!

Interpretação

O poema Para ir à Lua explora a imaginação como um meio de transporte para o impossível. Cecília Meireles mostra que não são necessários foguetes para alcançar a Lua, apenas criatividade e liberdade, características essenciais da infância.

A leveza presente no poema simboliza a importância de sonhar sem barreiras, sugerindo que a fantasia pode nos levar além das limitações do mundo real. A musicalidade dos versos reforça o tom lúdico, tornando a leitura encantadora.

Mais do que um poema infantil, Para ir à Lua é um convite para enxergar a vida com poesia, onde a imaginação transforma qualquer destino em algo possível.

Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol,

ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,

ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,

quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa

estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,

ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…

e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,

se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda

qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Interpretação

Ou isto ou aquilo é um expoente da poesia infantil. Por ter sido professora, muitos poemas de Cecília Meireles são voltados para crianças e vários estão nessa lista. O clássico também dá o nome de um livro que reúne 57 poemas da autora

O tema central é a indecisão na infância. A experiência de querer dois brinquedos e só poder levar um para casa, por exemplo, é um drama comum vivido pelas crianças e Cecília Meireles traduziu esse sentimento em versos. 

Ou isto ou aquilo ensina a lição de que para ter uma coisa é necessário abrir mão de outra. Esse poema expõe a facilidade com que Cecília conseguia conectar o público com sua escrita.

Interlúdio

As palavras estão muito ditas

e o mundo muito pensado.

Fico ao teu lado.

Não me digas que há futuro

nem passado.

Deixa o presente — claro muro

sem coisas escritas.

Deixa o presente. Não fales,

Não me expliques o presente,

pois é tudo demasiado.

Em águas de eternamente,

o cometa dos meus males

afunda, desarvorado.

Fico ao teu lado.

Interpretação

Interlúdio fala sobre como o presente é menosprezado em relação ao passado e ao futuro. O título significa intervalo, e representa a lição do poema de Cecília Meireles. Ela diz para fazer uma pausa e viver somente o presente por um tempo para que se encontre equilíbrio.  

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Interpretação

Retrato é uma metáfora para uma imagem parada no tempo. O poema de Cecília Meireles fala sobre a angústia de se sentir parado no tempo quando todo o resto está caminhando. 

Como sempre, ela evoca melancolia e solidão, mas dessa vez o motivador desses sentimentos é a descoberta de que a vida é passageira e que não se tem todo o tempo do mundo. 

O eu-lírico se vê degradando, sendo engolido pelo tempo até encontrar a morte.

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A bailarina

Esta menina

tão pequenina

quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré

mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá

Mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,

mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar

e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu

e diz que caiu do céu.

Esta menina

tão pequenina

quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,

e também quer dormir como as outras crianças.

Interpretação

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