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Arte
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Poemas sobre a Vida: 5 obras de grandes autores que convidam à reflexão existencial

Conheça 5 poemas que inspiram reflexão e provocam questionamentos sobre a existência.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
10/10/2024 18:49
Foto da capa: Mário Quintana / reprodução internet.

A leitura de poemas pode elevar o leitor e levá-lo a refletir sobre sua posição na existência. Entre as motivações de quem busca poesias, encontram-se os poemas sobre a vida, que incitam reflexões sobre a própria existência.

A leitura de poemas sempre foi recomendada por intelectuais. Muitos clássicos da humanidade foram escritos em forma de poemas, como as obras de Homero ou "Os Lusíadas", de Camões.

Entre os poemas sobre a vida, destacamos neste artigo cinco que podem levar à reflexão e ao diálogo interno sobre a existência. Os poemas selecionados são:

  • Assim eu vejo a vida, Cora Coralina;
  • Meus oito anos, Casimiro de Abreu;
  • O que há em mim é sobretudo cansaço, Fernando Pessoa;
  • Soneto 123, William Shakespeare;
  • O sentido da vida, Dr. Ives Gandra Martins;

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O que você vai encontrar neste artigo?

Assim eu vejo a vida, Cora Coralina

"A vida tem duas faces:

Positiva e negativa

O passado foi duro

mas deixou o seu legado

Saber viver é a grande sabedoria

Que eu possa dignificar

Minha condição de mulher,

Aceitar suas limitações

E me fazer pedra de segurança

dos valores que vão desmoronando.

Nasci em tempos rudes

Aceitei contradições

lutas e pedras

como lições de vida

e delas me sirvo

Aprendi a viver".

Cora Coralina é o pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Nascida em 20 de agosto de 1889 e falecida em 10 de abril de 1985, foi uma poetisa e contista brasileira, natural de Goiás.

Meus oito anos, Casimiro de Abreu

"Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã.
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberto ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!".

Casimiro José Marques de Abreu foi um poeta brasileiro, nascido em 4 de janeiro de 1839 e falecido em 18 de outubro de 1860 em Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Ele fez parte da segunda geração do romantismo.

O que há em mim é sobretudo cansaço, Fernando Pessoa

"O que há em mim é sobretudo cansaço —

Não disto nem daquilo,

Nem sequer de tudo ou de nada:

Cansaço assim mesmo, ele mesmo,

Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,

As paixões violentas por coisa nenhuma,

Os amores intensos por o suposto em alguém,

Essas coisas todas —

Essas e o que falta nelas eternamente —;

Tudo isso faz um cansaço,

Este cansaço,

Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,

Há sem dúvida quem deseje o impossível,

Há sem dúvida quem não queira nada —

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:

Porque eu amo infinitamente o finito,

Porque eu desejo impossivelmente o possível,

Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,

Ou até se não puder ser…

E o resultado?

Para eles a vida vivida ou sonhada,

Para eles o sonho sonhado ou vivido,

Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...

Para mim só um grande, um profundo,

E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,

Um supremíssimo cansaço,

Íssimo, íssimo, íssimo,

Cansaço...".

Fernando Antônio Nogueira Pessoa foi um poeta, dramaturgo e ensaísta português, nascido em Lisboa, capital de Portugal, em 13 de junho de 1888 e falecido em 30 de novembro de 1935. Ele é reconhecido por sua relevância na literatura portuguesa.

Soneto 123, William Shakespeare

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