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História
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João Paulo II se opunha tanto ao nazismo quanto ao comunismo por um motivo específico - entenda

João Paulo II desafiou os dois regimes por atacarem a dignidade humana. Entenda por que ele via no totalitarismo uma ameaça à essência da pessoa.

Por
Lucas Brandão Pelucio
Publicado em
5/8/2025 21:21
Foto: reprodução Vatican News. Papa João Paulo II rezando em um campo de concentração.

Karol Wojtyła, mais tarde conhecido como papa João Paulo II, enfrentou dois dos regimes mais brutais do século XX: o nazismo e o comunismo

Sua oposição a ambos não se baseava apenas em divergências políticas ou econômicas, mas sim em uma profunda convicção moral e teológica sobre a dignidade intrínseca da pessoa humana.

No documentário O Papa que Venceu o Comunismo, produzido pela Brasil Paralelo, o professor Robert P. George, filósofo e jurista da Universidade de Princeton, oferece uma explicação clara e contundente do porquê João Paulo II se opunha a esses regimes:

“Por que ele se opunha ao nazismo? Porque violava a dignidade da pessoa. Por que Karol Wojtyła, mais tarde João Paulo II, se opunha ao comunismo? Pela mesma razão.”

Segundo o especialista, tanto o nazismo quanto o comunismo têm em comum a desumanização do indivíduo. Ambos reduzem o ser humano à condição de objeto, de coisa a ser usada ou descartada conforme os interesses do Estado ou da ideologia dominante:

“O comunismo, assim como o nazismo, reduz o ser humano à condição de objeto, de escravo.”

Essa visão está enraizada na antropologia cristã defendida por João Paulo II, que afirma que cada pessoa é um fim em si mesma, dotada de dignidade inalienável porque criada à imagem e semelhança de Deus.

Por que nazismo e comunismo viam o ser humano como objeto?

O que você vai encontrar neste artigo?

Tanto o nazismo quanto o comunismo são classificados como regimes totalitários por especialistas como Norberto Bobbio, ou seja, sistemas que não aceitam limites morais ou jurídicos para o poder do Estado, e que o Estado está acima dos indivíduos. 

O indivíduo não é visto como portador de direitos invioláveis, mas como instrumento de um projeto maior — seja ele a "pureza racial" (no nazismo) ou a "utopia igualitária" (no comunismo).

Nazismo: o ser humano vale conforme sua raça

No regime nazista, o ser humano era avaliado biologicamente: se você era da “raça ariana”, era considerado superior; se era judeu, cigano, eslavo ou deficiente físico/mental, era descartável

A pessoa deixava de ter valor por si mesma e passava a ter valor apenas em função de sua utilidade para o ideal racial coletivista. Isso, e outros fatores, como o nacionalismo e o imperialismo, resultaram em políticas de extermínio, como o Holocausto.

Comunismo: o ser humano vale conforme sua função no coletivo popular

Já no comunismo marxista-leninista, a dignidade da pessoa também é suprimida em nome de uma suposta justiça futura. O indivíduo é apenas uma engrenagem da luta de classes. A vida pessoal, a família, a fé e os direitos individuais estão abaixo do que o Partido considera o “bem coletivo”.

O Estado se torna uma divindade que define quem vive, quem trabalha, quem educa e até o que se pensa. Dissidentes, religiosos, empreendedores e mesmo trabalhadores críticos são tratados como inimigos da revolução — logo, como descartáveis.

A resposta de João Paulo II: o ser humano é sagrado

Contra essas visões, João Paulo II se apoia na antropologia cristã, segundo a qual:

  • Toda pessoa é imagem e semelhança de Deus, portanto tem dignidade inalienável.
  • Todo ser humano tem um valor absoluto, não relativo.
  • A pessoa não pode ser reduzida a uma ferramenta social, nem para a raça, nem para o partido, nem para o progresso.

Esses são alguns dos principais motivos pelos quais João Paulo II via o nazismo e o comunismo como dois lados da mesma moeda: ambos matam o espírito humano. E por isso também ele os enfrentou — não com armas, mas com ideias, fé e verdade.

A luta de João Paulo II contra as ideologias modernas

João Paulo II cresceu na Polônia ocupada, primeiro sob o terror nazista, depois sob o jugo comunista. 

Sua juventude foi marcada pela perda de quase toda sua família, pela perseguição à fé e pelo genocídio do seu povo e sua cultura. Essas experiências formaram seu caráter e sua missão.

Durante seu pontificado, ele:

  • Sobreviveu a um atentado a tiros;

  • Pregou a fé em Cristo na Polônia durante o regime comunista-ateísta;

  • Desafiou diretamente o regime soviético;

  • Inspirou milhões com sua mensagem de liberdade, dignidade e fé.

João Paulo II acreditava que somente uma visão correta do homem — como ser espiritual, livre e relacional — poderia resistir aos totalitarismos. Sua vida e papado foram testemunhos vivos de que nenhum sistema político pode legitimar a escravização da alma humana.

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