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História do Brasil
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Conheça a história das escolas de samba do Rio de Janeiro e suas ligações com organizações criminosas

As escolas de samba do Rio de Janeiro apresentam ligação direta com os organizações criminosas que financiam o Carnaval carioca. Conheça essa história.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
25/4/2024 15:19
Riotur

Todos os anos, cerca de 160 mil pessoas vão até a Marquês de Sapucaí, o sambódromo do Rio de Janeiro, para acompanhar os dois dias de desfiles das escolas de samba da cidade. 

Milhões de telespectadores acompanham o evento pela TV. Elas surgiram na década de 1920, enquanto o Carnaval e o samba se popularizam no país. Porém, um lado pouco conhecido do grande público é a sua ligação com organizações criminosas, especialmente líderes do jogo do bicho

Conheça agora a história das escolas de samba do Rio de Janeiro e suas ligações com organizações criminosas. 

  • Escolas de Samba, Paulo Freire e Oscar Niemeyer são enaltecidos por muitas instituições de ensino e canais de mídia, mas será que essas personalidades são os heróis que parecem? Analisamos a Face Oculta deles e de outras personalidades famosas - toque aqui para o primeiro episódio da 3ª temporada.

O que você vai encontrar neste artigo?

A origem das escolas de samba

No início do século XX, o samba estava em ascensão no Brasil, ganhando cada vez mais espaço entre a sociedade. 

Paralelamente, o Carnaval começava a se popularizar e chamar a atenção do público. A junção do samba e carnaval fez com que associações populares fossem criadas para viver essa experiência.

Um dos principais momentos históricos responsáveis por essa mudança foi a abolição da escravatura, em 1888, já que os povos negros e mestiços foram responsáveis por grande parte do desenvolvimento dessa cultura.  

Na obra Carnaval - Seis Milênios de História, de Hiram Araújo, Ricardo Albin, pesquisador e crítico musical, destaca a contribuição dos negros no carnaval:

“A contribuição negra e mestiça, especialmente a partir da Abolição da Escravatura, seria decisiva para o carnaval carioca com os ranchos, os cordões e os blocos que, afinal, dariam às ruas tanto a solidez das multidões quanto a sedução sem paralelos do ritmo e da dança gingada”. 

Já em sua obra Escolas de Samba, Ricardo Albin destaca as camadas da sociedade inicialmente atraídas pelas escolas de samba e também pelo carnaval carioca: 

“Popular desde suas origens no começo da década de trinta, ela se poria de pé com integrantes das camadas mais baixas da estrutura social carioca. 

Era aquela gente mulata ou negra, sem profissão definida, que veio para o Rio como veteranos livres da Guerra do Paraguai ou aqueles que chegavam à Capital Federal vindos do êxodo das fazendas de café, quando a Princesa Isabel aboliu a escravidão em 1888”

A primeira escola de samba

A primeira escola de samba brasileira foi a Deixa Falar, fundada em 12 de agosto de 1928, no centro do Rio de Janeiro

Seus fundadores foram Ismael Silva, Alcebíades Barcelos, Nilton Bastos, Edgar Marcelino dos Passos, Osvaldo Vasques e Sílvio Fernandes.

Logo em seguida à fundação da Deixa Falar, novas escolas surgiram impulsionadas pela criação da primeira agremiação. 

Com isso, as escolas que dariam origem à Portela e Mangueira foram criadas e, em 1929, aconteceu o concurso de samba entre a Deixa Falar, o Conjunto Carnavalesco Osvaldo Cruz (futura Portela) e o Bloco Carnavalesco Estação Primeira (Mangueira). 

Esse evento foi o precursor do desfile das escolas de samba, que seria criado três anos depois oficialmente. 

Desfile das escolas de samba

A criação oficial do desfile das escolas de samba aconteceu em 1932, idealizado pelo sambista e primeiro presidente da Mangueira, Saturnino Gonçalves. 

O jornalista e dono do jornal esportivo Mundo Esportivo, Mário Filho, implementou a ideia que há algum tempo vinha sendo incentivada por sambistas.

Dezenove grupos participaram do primeiro desfile das escolas de samba, com a Mangueira sagrando-se a primeira campeã. 

Em 1935, os desfiles das escolas de samba foram oficializados e o poder público começou a investir na realização do evento

A Globo cria a liga das 12 escolas de samba

Em 1983, o desfile anual ganhou um novo local para ser realizado. O então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, pediu a construção do primeiro sambódromo do país, localizado na avenida Marquês de Sapucaí. 

No ano seguinte, o canal de televisão Manchete conquistou o contrato e decidiu transmitir o carnaval sozinha, sem compartilhar imagens com a Globo. A Manchete venceu uma disputa judicial e conquistou os direitos de transmissão do desfile. 

Com isso, a Rede Globo organizou uma reunião com os presidentes das principais escolas de samba para reverter a situação. Boni, o homem forte da emissora, reuniu-se pessoalmente com Castor de Andrade, Anísio Abraão, Capitão Guimarães e Luizinho Drummond. 

Desse encontro, foi criado um documento assinado pelas 12 principais escolas de samba e uma ameaça direta ao governo do Estado

“Ou a Globo volta a transmitir os desfiles ou vamos desfilar em Niterói”, afirmou Castor de Andrade, então presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel, mostra o programa Face Oculta da Brasil Paralelo. 

A Rede Globo permanece até hoje como a emissora oficial do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. A TV Manchete enfrentou dificuldades financeiras e fechou as portas em 1999

Assassinatos, subornos e explosões - a relação das escolas de samba com bicheiros e organizações criminosas

A relação das escolas de samba com os bicheiros do Rio de Janeiro começa quando a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) é criada, em 1984. 

Até hoje, é responsabilidade da Liesa vender ingressos para o desfile, captar patrocínios e vender os direitos de uso de imagem. 

O primeiro presidente da Liesa foi Castor Gonçalves de Andrade e Silva, também conhecido como Doutor Castor. Ele foi um dos maiores bicheiros da história do Brasil

Por usar os recursos levantados com o jogo do bicho para benfeitorias sociais, Doutor Castor era bem visto pela população, apesar de todos os crimes, como assassinatos e subornos. 

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