O caso Celso Daniel chocou o Brasil em 2002 e ainda repercute por todo o país. O prefeito de Santo André, Celso Daniel, era um dos políticos mais cotados para grandes cargos políticos do Partido dos Trabalhadores (PT). Saindo de uma churrascaria, em um dia normal, foi abordado por diversos carros em uma área residencial. Celso foi sequestrado e assassinado de forma brutal, sem pedido de resgate.
A história fica ainda mais enigmática e fúnebre com o passar do tempo. Sete pessoas que testemunharam o caso foram assassinadas em circunstâncias suspeitas.
Diante de tantas mortes e do envolvimento dos principais políticos do país, o programa de investigações criminais, Investigação Paralela, levantou 2 hipóteses principais.
Este artigo foi baseado no Investigação Paralela, programa exclusivo da Brasil Paralelo. Assista agora a investigação do caso Celso Daniel, clique na imagem abaixo e veja o programa de forma gratuita:
Celso foi um dos fundadores do PT, membro de guerrilhas comunistas e estava cotado para ser ministro da fazenda e coordenador do plano de governo de Lula. Quando estava em seu 2º cargo como prefeito de Santo André, foi sequestrado e brutalmente assassinado.
O prefeito petista era carismático e convicto militante comunista. Fez faculdade de filosofia na USP, na década de 70, onde aderiu às ideias de Karl Marx. Celso Daniel fez parte da guerrilha Movimento de Emancipação do Proletariado, que lutava contra a ditadura militar brasileira, em prol da internacional comunista.
Também estudou engenharia, tendo como principal profissão da juventude o trabalho no Departamento de Trânsito da Prefeitura Municipal de Santo André. Foi professor universitário em diversas instituições, tendo dado aulas de administração pública e economia.
Sua boa oratória e convicção política fizeram com que Celso fosse eleito deputado federal em 1994, e duas vezes prefeito de Santo André. Celso Daniel foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, sendo cotado para cargos no governo de Lula. Porém, o prefeito foi assassinado no ano da primeira eleição de Luiz Inácio da Silva.
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Celso Daniel deixou uma filha, Liora Mindrisz. Miriam Belchior, ex-esposa de Celso, já não estava junto do político no momento de sua morte. Ivone de Santana, sua namorada da época, foi considerada sua viúva. Ivone chegou a se pronunciar sobre o caso Celso Daniel mais de uma vez.
O enterro do político petista contou com a presença de toda alta cúpula do PT, incluindo Lula, presidente do Brasil na época.
O caso Celso Daniel
Na noite de 18 de janeiro de 2002, Celso Augusto Daniel se dirigiu até o restaurante Rubaiyat, localizado no Jardins, bairro nobre de São Paulo. No local, esperava seu amigo de longa data, o empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido entre os mais íntimos como Sombra.
Após duas horas de um farto jantar e conversas discretas, ambos saíram no carro de Sombra, uma Mitsubishi Pajero fortemente blindada, em direção a Santo André, no ABC paulista.
Testemunhas disseram que viram o carro de Sombra passar em alta velocidade, no que foi seguido por outros três carros: uma caminhonete Chevrolet Blazer, um Volkswagen Santana e um Fiat Tempra.
A perseguição se estendeu por 3 km até Sombra ser fechado pelos criminosos na rua Antônio Bezerra, na zona sul de São Paulo. Seis homens armados desceram dos carros e começaram a atirar em direção a Mitsubishi, atingindo o parabrisa e o lado do passageiro com vários disparos. Porém, a forte blindagem impediu que os tiros atingissem o interior do carro.
Os criminosos então abriram as portas do carro de Sombra e levaram Celso Daniel para o interior de um de seus veículos. Sérgio foi liberado no local sem nenhum ferimento, quando então ligou para a polícia.
Dois dias depois, no domingo de manhã, o corpo de Celso Daniel é encontrado por moradores da região no meio de uma estrada de terra, localizada no município de Juquitiba. As cenas são chocantes.