Zoe Lush, a menina de cristal. Uma história que só pode ser contada porque não foi interrompida

Zoe Lush ainda estava no ventre de sua mãe quando foi diagnosticada com fratura de muitos ossos. Através de uma ultrassonografia, um médico especializado revelou que o fêmur do bebê estava separado em duas partes e tinha fraturas em várias costelas.

Na época, os médicos asseguraram aos pais, Chelsea e Curtis Lush, que Zoe não sobreviveria. A sugestão deles era abortá-la e doar seu corpo para pesquisas científicas.

“O especialista recomendou ou sugeriu que poderíamos acabar com a gravidez, mas era mais do que isso para nós. Era o nosso primeiro filho juntos”. | Chelsea.

Curtis, o pai, reconhece que “realmente pensaram no aborto”, porque o médico lhes disse que era a decisão “mais humana” que podiam tomar.

O estado deles era de pânico, mas disseram não ao aborto e três meses após o dianóstico das múltiplas faturas, Zoe nasceu.

Após o parto, os médicos descobriram o que ela tinha: osteogênese imperfeita (OI) do tipo III, um tipo de nanismo que faz com que os ossos sejam extremamente frágeis e que tenha uma expectativa de vida mais curta do que o comum. 

Durante o parto, Zoe fraturou a clavícula. Em seu primeiro mês, quebrou ambos os braços, uma perna e depois o outro braço quebrou novamente.

Foram tantas fraturas em um período curto de tempo que a mãe aprendeu a fazer talas na própria filha, pois os médicos frequentemente a atendiam como se fosse qualquer outra criança, causando-lhe danos.

O que muitos pais fazem com naturalidade era um dos desafios mais difíceis: trocar fraldas. Era preciso três pessoas para trocá-la sem causar danos. Uma levantava a sua pélvis, outra deslizava a sua fralda e a tirava e uma terceira pessoa segurava os braços por causa dos reflexos de sobressalto.

Zoe já quebrou seus ossos mais de 100 vezes e passou por várias cirurgias, mas com um bom cuidado, poderá ter uma vida normal como a de qualquer pessoa.

Seus pais contam que ela sempre sorri, inclusive quando está na fisioterapia ou na terapia para desenvolver a fala.

“Não mudaria nada na Zoe (…). No futuro, espero que ela possa ter uma oportunidade igual aos outros”, expressou a sua mãe.