Os ataques com seringas
O fenômeno, apelidado na França de "piqûres sauvages" (picadas selvagens), foi o principal ponto de tensão do festival.
Durante o evento, 145 pessoas relataram sentir uma "picada" no meio da multidão e, em alguns casos, mal-estar.
A maioria das denúncias vieram de jovens mulheres com idades entre 14 e 20 anos. Dezenas foram hospitalizadas para a realização de exames toxicológicos.
O objetivo dos ataques pode ter sido injetar substâncias como Rohypnol ou GHB usados para deixar as vítimas vulneráveis durante agressões sexuais.
Em toda a França, 12 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento nos ataques com seringas.
Apenas na cidade de Metz, 17 jovens foram vítimas e o prefeito, François Grosdidier, confirmou a prisão de um suspeito com base em imagens de vídeo.
Psicose coletiva ou crimes reais?
Apesar do pânico gerado, as autoridades ainda investigam a real dimensão dos ataques com seringas.
Em 2022, um surto semelhante causou mais de 700 casos relatados, gerando uma "psicose coletiva", mas na maioria dos casos nenhuma substância foi encontrada nas vítimas.
Este ano, o cenário parece se repetir. Até o momento nenhuma análise toxicológica confirmou a injeção de drogas, e os principais suspeitos foram soltos por falta de provas.
Em algumas cidades, como Rouen e Lorient, os exames médicos concluíram que as "picadas" eram, na verdade, de insetos.
Uma onda de violência generalizada
Além dos ataques com seringas, a noite foi marcada por uma violência generalizada em várias cidades, especialmente em Paris.
Mais de 370 pessoas foram detidas em toda a França por diversas acusações, incluindo roubo, depredação, porte de arma e violência. Só em Paris, foram 107 prisões.
Além disso, 51 veículos foram incendiados, há relatos de 6 pessoas esfaqueadas e 14 feridos graves.
Um menor de 17 anos foi encontrado com ferimentos de faca no abdômen, e outro jovem da mesma idade foi esfaqueado ao tentar defender a namorada de uma agressão sexual.
Há registros de que 13 policiais foram feridos durante a noite. Em Paris, um agente foi arrastado por vários metros por um quadriciclo, enquanto outros foram alvo de pedras e morteiros.