"Vários países ameaçaram a Groenlândia, usando seus territórios e vias navegáveis para ameaçar os EUA", disse Vance, ecoando o discurso do presidente.
"Precisamos da Groenlândia para a segurança internacional. Devemos tê-la", reforçou Trump, justificando que a localização estratégica da ilha é vital para proteger os EUA, o Canadá e os próprios groenlandeses de ameaças externas.
O presidente alega que o interesse na região vem por causa de questões de segurança nacional, já que a ilha está em uma região ameaçada por outras potências:
“Eles deveriam abrir mão, porque precisamos disso para a Segurança Nacional. Estou falando sobre proteger o Mundo Livre. Você olha, nem precisa de binóculos, tem navios chineses por toda parte, tem navios russos por toda parte.”
Outro fator de interesse na região são as enormes reservas de petróleo e minerais raros na região.
Com o derretimento das geleiras, essas reservas se tornam cada vez mais acessíveis. Além disso, o derretimento está abrindo novas rotas de navegação mais eficientes.
O trajeto pelo Ártico pode ser até 40% mais curto do que atravessar o Canal de Suez, no Egito.
Segundo relatório do Arctic Concil, o uso das rotas de navegação da região já aumentou em pelo menos 37% na última década.
O governo chinês estaria mostrando interesse em trabalhar com os russos para explorar ainda mais essas rotas alternativas.
O primeiro-ministro interino da Groenlândia, Mute Egede, reagiu duramente, chamando-a de "interferência estrangeira".
"Nossa integridade e nossa democracia devem ser respeitadas sem qualquer interferência estrangeira", declarou Egede no Facebook.
Ele destacou que os americanos foram avisados de que reuniões só seriam aceitas após a posse do novo governo local, ainda sem data definida.
A comitiva, que ficará até sábado, 29 de março, na base espacial americana de Pituffik, no noroeste da ilha, enfrenta resistência tanto da Groenlândia quanto da Dinamarca, que controla o território desde os tempos coloniais e rejeita qualquer tentativa de anexação.
A Groenlândia, com sua autonomia sob a Constituição dinamarquesa, é um ponto sensível na geopolítica global.
Trump já havia sugerido comprá-la em mandatos anteriores, e agora insiste que os EUA não podem ignorar sua importância estratégica.
O jornalismo da Brasil Paralelo existe graças aos nossos membros
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo.
Clique aqui.