Por que Thais Carla escolheu a bariátrica?
Thais enfrentava desafios de saúde agravados pelo peso, como dificuldades respiratórias e dores articulares, que se intensificaram nos últimos anos.
Em suas redes sociais, compartilhou que a decisão veio após consultas médicas e reflexões pessoais:
“Não é sobre estética, é sobre viver melhor”. Seu marido, Israel Reis, atualizou os seguidores após a cirurgia, confirmando que Thais estava em recuperação e bem.
Antes da cirurgia, Thais era um ícone de aceitação corporal. Como dançarina plus-size, ganhou destaque ao trabalhar com Anitta e usar suas redes, com mais de 2 milhões de seguidores, para pregar que as pessoas não deixassem de se aceitar por causa de sobrepeso.
Em 2020, declarou à Marie Claire: “Quero que as pessoas se amem como são, sem se prender a padrões. Ser gordo não é sinônimo de infelicidade”.
Em 2023, reforçou no Instagram:
“Amo meu corpo, mas nunca disse que obesidade é saudável. É sobre se respeitar, não sobre ignorar a saúde”.
Por outro lado, a influenciadora, que já foi alvo de críticas, também criticou a supermodelo Gisele Bundchen por seu padrão estético “muito magro”. Em 2022, ela chegou a chamar a modelo de “tripa” e
“Nós, mulheres, erramos muito quando atacamos umas às outras” em 2022, gerando acusações de incoerência, desculpou-se pelas críticas posteriormente.
Polêmicas
A economista Renata Barreto foi uma das vozes críticas, argumentando que o movimento body positive, associado a Thais, pode normalizar a obesidade. Em 2023, postou:
“Body positive deveria ser sobre se cuidar e se amar, não se conformar com uma situação ruim [...] Quem se ama de verdade, se CUIDA”.
Nos stories de 2025, reforçou:
“Se você acha que falar sobre os riscos da obesidade é ‘gordofobia’, experimente conversar com um médico. Diabetes, pressão alta, problemas no coração não são narrativas, são realidades”.
Humoristas também entraram na controvérsia. Danilo Gentili ironizou a bariátrica de Thais, dizendo: “A Odebrecht será reativada para trabalhar no terreno”, enquanto Léo Lins, que já enfrentou Thais judicialmente, escreveu:
“Você tem que se aceitar… até ter dinheiro pra mudar”.
Em 2019, Lins foi condenado por comentários sobre o corpo de Thais.
Os riscos da romantização da obesidade
A obesidade, definida pela OMS como um IMC acima de 30, é uma doença crônica associada a riscos graves, como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e até certos tipos de câncer.
No Brasil, um em cada quatro adultos é obeso, com maior prevalência entre mulheres (29,5%) e na faixa de 40 a 59 anos .
A romantização da obesidade, segundo especialistas, pode desviar a atenção desses perigos. O endocrinologista Flávio Cadegiani, em entrevista à Veja, alerta:
“Aceitar o corpo é importante, mas ignorar os riscos do excesso de peso pode ser perigoso.”
O sedentarismo, agravado pela pandemia, e dietas ricas em ultraprocessados contribuem para o aumento da obesidade, que eleva o risco de complicações em doenças como Covid-19.
A psicóloga Juliana Boscolo reforça:
“A obesidade é um adoecimento físico e emocional. Só um trabalho multidisciplinar pode trazer resultados”.
Essas vozes sublinham que, embora a autoestima seja essencial, negligenciar a saúde pode ter consequências graves.
Em suas redes sociais, Thais afirmou que sua decisão contou com a força divina:
“Deus me deu força para tomar essa decisão. É por mim, pela minha família e por quem acredita em mim,” afirmou em um vídeo no Instagram.