O que diz a defesa de Bolsonaro?
A defesa do ex-presidente alegou que ele não participou diretamente dos atos de 8 de janeiro e já havia condenações individuais para os responsáveis pelos ataques.
Os advogados argumentaram ainda que ele estava fora do Brasil e que a Corte se esforçou para atribuir a ele uma participação sem provas concretas.
Outro ponto levantado foi a suposta ilegalidade da colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, classificada pela defesa como "viciada e contraditória".
O recurso também apontou cerceamento de defesa, afirmando que os advogados não tiveram tempo hábil para analisar o volume de provas do processo, que superaria 70 terabytes.
A tese segue o que o ministro Luiz Fux falou durante seu voto para anular o julgamento dos sete réus em setembro.
Os advogados ainda questionaram a aplicação de punições duplicadas para crimes semelhantes: golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Quais os próximos passos do julgamento?
A expectativa é que a Primeira Turma rejeite os recursos. Ainda assim, a defesa pode apresentar novos embargos.
Além de Bolsonaro, o julgamento também inclui os recursos de outros condenados:
- Alexandre Ramagem;
- Almir Garnier;
- Anderson Torres;
- Augusto Heleno;
- Paulo Sérgio Nogueira; e
- Walter Braga Netto.
Todos tiveram seus pedidos rejeitados por Moraes e Dino. Mauro Cid foi o único a não recorrer, pois celebrou acordo de delação premiada e cumpre pena em regime aberto.
Após o trânsito em julgado da decisão, Moraes decidirá onde Bolsonaro cumprirá sua pena em prisão comum, em sala especial da Polícia Federal ou em prisão domiciliar, a depender de avaliação médica.
Em decisão recente, o ministro rejeitou um pedido do governo do Distrito Federal para avaliação de condições clínicas, afirmando que isso só será analisado após o fim de todos os recursos.
Bolsonaro está em prisão domiciliar por uma decisão de Moraes após acusações de que ele estaria influenciando autoridades americanas.