O senador democrata Dick Durbin recusou um prêmio da Arquidiocese de Chicago. A decisão foi tomada após reações negativas de bispos católicos à sua posição pró-aborto. .
Durbin seria homenageado com o “Prêmio pelo Conjunto da Obra” durante a celebração arquidiocesana Keep Hope Alive (“Mantenha a Esperança Viva”), marcada para 5 de novembro.
O reconhecimento seria por sua atuação com imigrantes e por políticas de acolhimento no Estado de Illinois.
O anúncio da homenagem gerou controvérsia entre os líderes da Igreja nos Estados Unidos.
Thomas Paprocki, responsável pela diocese onde Durbin atua, afirmou que o senador não deveria receber nenhuma honraria católica por apoiar o aborto.
Além dele, que atua como bispo de Springfield, outros bispos e arcebispos também criticaram a decisão, alegando que ela enfraqueceria o testemunho da Igreja sobre o valor da vida.
Diante da pressão, o arcebispo de Chicago, cardeal Blase Cupich, confirmou que Durbin optou por não receber o prêmio.
O prêmio, segundo o cardeal, não tinha relação com as posições de Durbin sobre outros temas.
O arcebispo afirmou ainda que o objetivo do evento é destacar ações que expressem a doutrina social da Igreja. Para ele, isso é especialmente importante em um momento em que as divisões políticas e religiosas nos Estados Unidos se aprofundaram.
Segundo Cupich, os católicos americanos se veem “politicamente sem teto”, já que nenhum partido representa integralmente os valores da fé católica.
Para Cupich, é preciso evitar a “condenação total” de políticos que divergem em alguns pontos da doutrina, porque isso encerra o diálogo dentro da Igreja.
O cardeal defendeu uma abordagem mais construtiva. Disse que elogios e incentivos podem ajudar os políticos a estender seus bons trabalhos para outras áreas, mantendo viva a esperança de cooperação em prol do bem comum.
Horas antes de Durbin desistir da homenagem, o papa Leão XIV, natural de Chicago, comentou o caso durante uma conversa com jornalistas.
O pontífice afirmou não estar totalmente informado sobre o episódio, mas defendeu que é importante avaliar “o conjunto do trabalho” de um parlamentar com décadas de serviço público.
O papa destacou que o ensinamento da Igreja deve ser visto de forma ampla e coerente, abrangendo temas como aborto, pena de morte e imigração.
Segundo o pontífice, não é possível se dizer “pró-vida” e, ao mesmo tempo, apoiar a pena de morte ou o tratamento desumano de imigrantes.
“Se alguém diz ‘sou contra o aborto’, mas é a favor da pena de morte, não é realmente um pró-vida. Alguém que diz ‘sou contra o aborto’, mas concorda com o tratamento desumano aos imigrantes nos Estados Unidos, não sei se essa pessoa é mesmo pró-vida”.
Leão XIV pediu respeito mútuo e diálogo, lembrando que essas questões são complexas e exigem que os católicos busquem juntos “o caminho para seguir adiante como Igreja”.
Apesar da polêmica, o cardeal Cupich negou que a arquidiocese esteja “suavizando” sua posição sobre o aborto.
Ele recordou que a Igreja Católica defende o direito à vida desde a concepção e que os bispos americanos sempre atuaram com firmeza nesse campo.
Ao mesmo tempo, ressaltou que a Igreja também investe há décadas na defesa dos imigrantes, tema que considera igualmente central para a fé cristã.
Cupich propôs que as dioceses promovam momentos de escuta e diálogo, para que os fiéis possam discutir o tema com respeito e maturidade.
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