Quem é José Antonio Kast?
José Antonio Kast, 59 anos, representa a direita chilena e é filiado ao Partido Republicano. Ele disputou a presidência pela terceira vez e chegou ao segundo turno também em 2021, quando perdeu para Boric.
Trajetória política
- Advogado;
- Ex-vereador e deputado nacional por quatro mandatos (2002–2018);
- Figura influente da direita chilena;
- Amigo de figuras políticas da direita latino-americana, incluindo a família Bolsonaro.
Propostas e agenda
Ele é conhecido por elogiar diversos pontos do governo de Augusto Pinochet, general que governou o país entre 1973 e 1990:
“Acredito que Pinochet deu um salto qualitativo que permitiu a alguém como Sebastián Piñera desenvolver um programa. Deixando de lado a questão dos direitos humanos, o governo de Pinochet foi melhor para o desenvolvimento do país do que o de Sebastián Piñera”, disse em uma ocasião.
Entre as questões abordadas por Kast estão questões ligadas a questões como segurança e controle de fronteiras. Suas principais propostas incluem:
- fechar as fronteiras para imigrantes sem documentação e criminalizar a migração irregular;
- construir barreiras físicas e eletrônicas na divisa norte do país;
- reduzir impostos para médias e grandes empresas;
- cortar gastos públicos e promover parcerias público-privadas em saúde e educação; e
- Reestruturar o sistema previdenciário e ampliar o sistema carcerário.
Nesta eleição, adotou tom mais moderado sobre temas de costumes, que o prejudicaram entre o eleitorado feminino em disputas anteriores.
Apoios para o segundo turno
Kast recebeu apoio imediato de:
- Evelyn Matthei, candidata de centro-direita;
- Johannes Kaiser, candidato libertário;
- setores da direita tradicional.
Esses apoios ampliam seu potencial de crescimento na segunda etapa.
Quem é Jeannette Jara?
Jeannette Jara é a candidata apoiada pelo presidente Gabriel Boric e filiada ao Partido Comunista do Chile. Ela é a primeira candidata comunista a chegar ao segundo turno desde o retorno da democracia chilena.
Trajetória política
- Ministra do Trabalho e Previdência Social (2022–2025), no governo Boric.
- Subsecretária da Previdência Social durante o segundo mandato de Michelle Bachelet (2016–2018).
- Militante do Partido Comunista desde os 14 anos; foi liderança estudantil e atuou em entidades públicas.
Propostas e agenda
Jara ganhou notoriedade por liderar a redução da jornada de trabalho semanal de 45 para 40 horas e articular um dos maiores aumentos do salário mínimo da história recente do país.
Caso seja eleita, ela será a primeira presidente comunista do Chile desde a morte de Salvador Allende durante as movimentações militares que levaram Pinochet ao poder em 1973. Entre suas principais propostas estão:
- Estabelecer um salário mínimo de 750 mil pesos chilenos;
- Criar a Empresa Nacional do Lítio para explorar a principal riqueza mineral do país;
- Estabelecer preço máximo para medicamentos essenciais;
- Construir novas prisões e modernizar as forças policiais;
- Mobilizar as Forças Armadas para proteger as fronteiras;
- Ampliar convênios entre o setor público e privado na saúde.
Durante a campanha, a candidata buscou se distanciar do estilo de governo de Boric, apesar de manter alinhamento programático com a coalizão governista.
Mesmo tendo vencido a primeira etapa, Jara chega ao segundo turno em desvantagem numérica, já que os candidatos de direita somaram mais de 50% dos votos no total.
Ela tenta agora atrair apoio do centro e reduzir rejeições históricas ao Partido Comunista.
O que está em jogo no segundo turno?
O Chile passa por uma eleição marcada pelo aumento da criminalidade, que cresceu de forma significativa na última década, e pelo impacto da imigração e da atuação de organizações criminosas.
Esses fatores colocaram a segurança pública no centro do debate nacional.
No segundo turno, os eleitores decidirão entre duas propostas distintas: a da coalizão de esquerda, representada por Jeannette Jara, e a da direita republicana, representada por José Antonio Kast.