This is some text inside of a div block.
3
min de leitura

Heading

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Suspendisse varius enim in eros elementum tristique. Duis cursus, mi quis viverra ornare, eros dolor interdum nulla, ut commodo diam libero vitae erat. Aenean faucibus nibh et justo cursus id rutrum lorem imperdiet. Nunc ut sem vitae risus tristique posuere.

Por
This is some text inside of a div block.
Publicado em
This is some text inside of a div block.
This is some text inside of a div block.
Segurança pública
3
min de leitura

PM é baleado no pescoço ao conter suspeito em Paraisópolis

Letalidade contra policiais cresce no Brasil, onde mais de 250 agentes morreram em 2024, por assassinato ou suicídio.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
7/8/2025 18:54
O Globo

Um policial militar foi baleado no pescoço e teve sua arma roubada por criminosos durante uma perseguição na comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo. A ação ocorreu durante patrulhamento de rotina da equipe de RPM (Rádio Patrulhamento com Motocicletas) do 1º BPM/M, na área da 3ª Companhia.

Segundo a Polícia Militar, ao tentar abordar um suspeito, os agentes iniciaram uma perseguição que terminou dentro da comunidade. Durante o acompanhamento, o policial foi atingido por um disparo e, mesmo ferido, conseguiu pedir apoio pelo rádio, relatando sangramento intenso. Ele foi socorrido imediatamente e levado ao Hospital Albert Einstein. Sua arma foi subtraída pelos criminosos. Até o momento, ninguém foi preso. A PM reforçou o patrulhamento na região.

“Ele provavelmente não viu a arma”, diz capitão

Imagens da ocorrência sugerem que o policial não tenha visto a arma do suspeito. Um capitão da Polícia Militar ouvido pela Brasil Paralelo reforça essa hipótese e afirma que o PM hesitou em atirar por receio das consequências:

“Tudo leva a crer que ele não viu a arma, mas numa situação como essa é bem presumível que o indivíduo estivesse armado. Ele já estava fugindo, estava no acompanhamento, havia uma resistência ativa e ele escondia a mão a todo momento. Então, era bem presumível que estivesse armado.”

O capitão também afirma que o policial evitou atirar, temendo uma possível repercussão pública negativa:

“O policial não atirou porque sabia que responderia gravemente por isso. Lembrando que, se tirar a vida de um suspeito, irá responder de acordo com um processo penal militar, que é muito mais rigoroso do que o processo penal civil.”

O que diz a lei quando um policial atira em serviço?

Quando um policial militar atira contra um civil durante o serviço, a pena varia conforme as circunstâncias da ação — especialmente se houve legítima defesa, excesso ou intenção clara de matar.

  • Homicídio doloso (com intenção de matar): pena de 12 a 30 anos de reclusão, segundo o Código Penal Militar.

Desde decisão do STF, crimes dolosos contra civis, mesmo cometidos por militares em serviço, passaram a ser julgados pela Justiça comum.

  • Lesão corporal (sem morte): pena de 3 meses a 2 anos de detenção, podendo aumentar se a lesão for grave.

  • Excesso culposo (sem intenção de matar): pena de 1 a 3 anos de detenção.

Segundo especialistas, o endurecimento das punições e a visibilidade de casos envolvendo letalidade policial contribuem para que agentes hesitem em reagir mesmo diante de ameaças concretas, colocando suas próprias vidas em risco.

Fragilidade da legislação pode incentivar ataques a policiais

Ainda de acordo com o capitão ouvido, a fragilidade da legislação penal também contribui para o aumento da violência contra policiais:

“Se você desobedecer um policial, se atirar contra um policial, não sofrerá grandes consequências. Então as pessoas vão desafiar cada vez mais o poder do Estado. Por quê? Porque a legislação penal é fraca, a resposta estatal é fraca nesses casos. Então, o policial opta por só atirar em último caso e, como no vídeo de Paraisópolis, coloca em risco a própria vida.”

Brasil está entre os países onde policiais mais morrem no exercício da função - assassinados e por suicídio

A vulnerabilidade policial vai além do risco de confronto armado. Em 2024, 127 agentes foram assassinados no Brasil — sendo 46 em serviço e 81 de folga, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025. O dado mais alarmante, porém, está nos suicídios: 126 policiais tiraram a própria vida no mesmo período.

Ou seja, um policial brasileiro teve praticamente a mesma chance de morrer por suicídio quanto por violência externa. As vítimas são, majoritariamente, homens, negros, entre 35 e 49 anos, mortos com arma de fogo em via pública.

Mais da metade dos assassinatos ocorre fora do horário de trabalho. Sem colete, viatura ou apoio, muitos são reconhecidos e caçados por criminosos. Em estados como Amapá, Bahia e Pernambuco, a letalidade é ainda maior. No Amapá, por exemplo, a taxa de assassinatos de policiais chega a 69,9 por 100 mil — quase nove vezes maior que a registrada em São Paulo.

A disparidade revela o abismo entre as realidades das forças policiais em diferentes regiões do país. No Norte e Nordeste, o risco de morte é desproporcional e crescente.

Uma rotina marcada por exaustão e colapso

O impacto psicológico também é grave. A rotina exaustiva, o estresse permanente, os baixos salários e a falta de suporte emocional contribuem para o colapso mental de muitos agentes.

Segundo o coronel Onivan Elias de Oliveira, autor de um estudo sobre o tema, os próprios registros oficiais sobre suicídios apresentam inconsistências — com variações de até 212% entre diferentes edições do Anuário, o que sugere falhas nos dados e subnotificação.

Em outras palavras, a realidade pode ser ainda pior do que mostram os relatórios.

Somando homicídios e suicídios, mais de 250 policiais morreram em 2024 — uma morte a cada um dia e meio.

Apesar disso, a discussão pública ainda se concentra quase exclusivamente na letalidade provocada pelas polícias, ignorando a violência sofrida por elas. Enquanto o debate permanece assimétrico, cresce o número de agentes que tombam em silêncio — dentro de casa, nas ruas ou dentro de si. É uma crise de segurança, mas também de humanidade.

Quais são as punições para civis que desacatam policiais? 

A legislação brasileira trata de forma específica os crimes cometidos contra agentes da segurança pública, especialmente quando estão em serviço. Dois casos comuns são o desacato e os ataques armados.

  • Desacato à autoridade (art. 331 do Código Penal): pena de 6 meses a 2 anos de detenção, além de multa. A pena se aplica quando o policial está no exercício da função pública.

  • Ataque com arma de fogo contra policial: pode ser enquadrado como tentativa de homicídio, com pena de 6 a 20 anos de prisão.

  • Se o crime ocorrer durante uma operação ou em área militar, a Justiça Militar pode julgar o caso, mesmo que o autor do crime seja um civil.

Enquanto a opinião pública foca apenas na letalidade policial, milhares de agentes são alvos diários da violência, do abandono e do silêncio. Baleados, perseguidos, punidos por reagir. Muitos caem nas ruas. Outros, dentro de si.

EntreLobos revela o outro lado da moeda: a rotina de quem coloca a própria vida em risco para defender a sua.

Assista agora ao documentário que expõe a realidade das forças policiais no Brasil — e por que elas estão cercadas por todos os lados.

Clique aqui para ver o filme completo.


Brasil Paralelo. Porque a história precisa ser contada por inteiro.

Relacionadas

Todas

Exclusivo para membros

Ver mais