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PM é baleado no pescoço ao conter suspeito em Paraisópolis

Letalidade contra policiais cresce no Brasil, onde mais de 250 agentes morreram em 2024, por assassinato ou suicídio.

Segurança pública
O Globo
Redação Brasil Paralelo
Comunicação Brasil Paralelo

Um policial militar foi baleado no pescoço e teve sua arma roubada por criminosos durante uma perseguição na comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo. A ação ocorreu durante patrulhamento de rotina da equipe de RPM (Rádio Patrulhamento com Motocicletas) do 1º BPM/M, na área da 3ª Companhia.

Segundo a Polícia Militar, ao tentar abordar um suspeito, os agentes iniciaram uma perseguição que terminou dentro da comunidade. Durante o acompanhamento, o policial foi atingido por um disparo e, mesmo ferido, conseguiu pedir apoio pelo rádio, relatando sangramento intenso. Ele foi socorrido imediatamente e levado ao Hospital Albert Einstein. Sua arma foi subtraída pelos criminosos. Até o momento, ninguém foi preso. A PM reforçou o patrulhamento na região.

“Ele provavelmente não viu a arma”, diz capitão

Imagens da ocorrência sugerem que o policial não tenha visto a arma do suspeito. Um capitão da Polícia Militar ouvido pela Brasil Paralelo reforça essa hipótese e afirma que o PM hesitou em atirar por receio das consequências:

“Tudo leva a crer que ele não viu a arma, mas numa situação como essa é bem presumível que o indivíduo estivesse armado. Ele já estava fugindo, estava no acompanhamento, havia uma resistência ativa e ele escondia a mão a todo momento. Então, era bem presumível que estivesse armado.”

O capitão também afirma que o policial evitou atirar, temendo uma possível repercussão pública negativa:

“O policial não atirou porque sabia que responderia gravemente por isso. Lembrando que, se tirar a vida de um suspeito, irá responder de acordo com um processo penal militar, que é muito mais rigoroso do que o processo penal civil.”

O que diz a lei quando um policial atira em serviço?

Quando um policial militar atira contra um civil durante o serviço, a pena varia conforme as circunstâncias da ação — especialmente se houve legítima defesa, excesso ou intenção clara de matar.

  • Homicídio doloso (com intenção de matar): pena de 12 a 30 anos de reclusão, segundo o Código Penal Militar.

Desde decisão do STF, crimes dolosos contra civis, mesmo cometidos por militares em serviço, passaram a ser julgados pela Justiça comum.

  • Lesão corporal (sem morte): pena de 3 meses a 2 anos de detenção, podendo aumentar se a lesão for grave.

  • Excesso culposo (sem intenção de matar): pena de 1 a 3 anos de detenção.

Segundo especialistas, o endurecimento das punições e a visibilidade de casos envolvendo letalidade policial contribuem para que agentes hesitem em reagir mesmo diante de ameaças concretas, colocando suas próprias vidas em risco.

Fragilidade da legislação pode incentivar ataques a policiais

Ainda de acordo com o capitão ouvido, a fragilidade da legislação penal também contribui para o aumento da violência contra policiais:

“Se você desobedecer um policial, se atirar contra um policial, não sofrerá grandes consequências. Então as pessoas vão desafiar cada vez mais o poder do Estado. Por quê? Porque a legislação penal é fraca, a resposta estatal é fraca nesses casos. Então, o policial opta por só atirar em último caso e, como no vídeo de Paraisópolis, coloca em risco a própria vida.”

Brasil está entre os países onde policiais mais morrem no exercício da função - assassinados e por suicídio

A vulnerabilidade policial vai além do risco de confronto armado. Em 2024, 127 agentes foram assassinados no Brasil — sendo 46 em serviço e 81 de folga, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025. O dado mais alarmante, porém, está nos suicídios: 126 policiais tiraram a própria vida no mesmo período.

Ou seja, um policial brasileiro teve praticamente a mesma chance de morrer por suicídio quanto por violência externa. As vítimas são, majoritariamente, homens, negros, entre 35 e 49 anos, mortos com arma de fogo em via pública.

Mais da metade dos assassinatos ocorre fora do horário de trabalho. Sem colete, viatura ou apoio, muitos são reconhecidos e caçados por criminosos. Em estados como Amapá, Bahia e Pernambuco, a letalidade é ainda maior. No Amapá, por exemplo, a taxa de assassinatos de policiais chega a 69,9 por 100 mil — quase nove vezes maior que a registrada em São Paulo.

A disparidade revela o abismo entre as realidades das forças policiais em diferentes regiões do país. No Norte e Nordeste, o risco de morte é desproporcional e crescente.

Uma rotina marcada por exaustão e colapso

O impacto psicológico também é grave. A rotina exaustiva, o estresse permanente, os baixos salários e a falta de suporte emocional contribuem para o colapso mental de muitos agentes.

Segundo o coronel Onivan Elias de Oliveira, autor de um estudo sobre o tema, os próprios registros oficiais sobre suicídios apresentam inconsistências — com variações de até 212% entre diferentes edições do Anuário, o que sugere falhas nos dados e subnotificação.

Em outras palavras, a realidade pode ser ainda pior do que mostram os relatórios.

Somando homicídios e suicídios, mais de 250 policiais morreram em 2024 — uma morte a cada um dia e meio.

Apesar disso, a discussão pública ainda se concentra quase exclusivamente na letalidade provocada pelas polícias, ignorando a violência sofrida por elas. Enquanto o debate permanece assimétrico, cresce o número de agentes que tombam em silêncio — dentro de casa, nas ruas ou dentro de si. É uma crise de segurança, mas também de humanidade.

Quais são as punições para civis que desacatam policiais? 

A legislação brasileira trata de forma específica os crimes cometidos contra agentes da segurança pública, especialmente quando estão em serviço. Dois casos comuns são o desacato e os ataques armados.

  • Desacato à autoridade (art. 331 do Código Penal): pena de 6 meses a 2 anos de detenção, além de multa. A pena se aplica quando o policial está no exercício da função pública.

  • Ataque com arma de fogo contra policial: pode ser enquadrado como tentativa de homicídio, com pena de 6 a 20 anos de prisão.

  • Se o crime ocorrer durante uma operação ou em área militar, a Justiça Militar pode julgar o caso, mesmo que o autor do crime seja um civil.

Enquanto a opinião pública foca apenas na letalidade policial, milhares de agentes são alvos diários da violência, do abandono e do silêncio. Baleados, perseguidos, punidos por reagir. Muitos caem nas ruas. Outros, dentro de si.

EntreLobos revela o outro lado da moeda: a rotina de quem coloca a própria vida em risco para defender a sua.

Assista agora ao documentário que expõe a realidade das forças policiais no Brasil — e por que elas estão cercadas por todos os lados.

Clique aqui para ver o filme completo.


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