Uma igreja Católica fechada em 2016 foi convertida a um centro de escalada para jovens e crianças na cidade de Bad Orb.
O empresário responsável pela ideia Marc Ihl contou ao jornal Tagesschau que o padre responsável pelas cerimônias no local “foi um dos primeiros a subir pelas paredes".
Este não é um caso isolado no país. A igreja histórica Kapelle auf dem Schafsberg virou um restaurante e salão de eventos.
O destino foi similar ao da igreja protestante Heilig-Kreuz, que se transformou em um café e chega a abrigar raves.
As igrejas estão cada vez mais vazias na Alemanha e enfrentam dificuldades para se sustentar.
Manter um templo no país custa em média €26,5 mil por ano, o equivalente a R$165,6 mil, sem contar o valor de reformas.
A crise financeira é agravada por uma queda considerável no número de fiéis ao longo dos últimos anos.
Na década de 1990, o número de cristãos no país chegava a 57 milhões, atualmente caiu para 37 milhões. As estimativas apontam que o número descerá para 23 milhões até 2060, segundo o jornal DW.
Esse cenário tem feito com que instituições religiosas tentem vender suas instalações, o que não é uma tarefa fácil.
Muitas estão sujeitas a regras rígidas de proteção de patrimônio histórico, não podendo ser demolidas ou modificadas.
A pesquisadora do Instituto de História da Arte da Universidade de Colônia, Stefanie Lieb, disse que as igrejas precisam ter outras atividades para se manter no futuro:
"No futuro, de cada dez igrejas, quatro ou cinco não serão mais usadas somente como espaço de culto", afirmou em entrevista para a emissora WDR.
Para aliviar o caixa, os fieis têm compartilhado espaços. Já há 51 templos na região de Oberpfalz (sudeste) onde católicos e protestantes rezam sob o mesmo teto. Em outros casos, o uso é repassado a comunidades ortodoxas.
Um fator que pode impactar na queda no número de fieis é a taxa sobre religiosos cobrada pelo Estado alemão.
Ao se registrarem no país, as pessoas precisam declarar se seguem alguma religião. A taxa para católicos e protestantes é de cerca de volta de 8% a 9% do valor total imposto de renda.
O imposto é recolhido automaticamente e destinado para a manutenção de religiões oficialmente reconhecidas pelo Estado.
O governo recebe uma parte da taxa que pode variar entre 2% e 4,5% do total. Segundo o portal Alemanha Cast, o restante vai diretamente para a igreja.
Entre 2002 e 2012 mais de 2 milhões de pessoas mudaram seu registro para deixar de pagar a taxa, afirma uma reportagem de O Globo.
Na época, a Convenção dos bispos alemães chegou a negar os sacramentos para os fiéis que mudaram seus registros na busca de evitar o tributo.
Pessoas que professam algumas religiões, como a igreja Ortodoxa e o Islã, não são obrigadas a arcar com esse tributo.
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