Em meio ao silêncio solene da Última Ceia, Jesus realiza um gesto desconcertante: oferece um pedaço de pão justamente a Judas, aquele que estava prestes a traí-lo. Esse detalhe, tão simples e ao mesmo tempo tão profundo, foi o ponto de partida da reflexão do Papa Leão XIV na Audiência Geral desta quarta-feira (20/08).
Segundo o Pontífice, esse gesto ensina que amar significa deixar o outro livre – até para trair. O perdão não nega o mal, mas o vence com o amor.
“Mesmo que a outra pessoa não o aceite, mesmo que pareça em vão, o perdão liberta quem o dá”.
Refletindo sobre o pesado fardo da traição, o papa Leão XIII disse que, quando o mal é reconhecido, Deus não vinga, mas sim entristece.
A frase "melhor seria se nunca tivesse nascido (Mt 26,24)", acrescentou, não é uma condenação arbitrária, mas uma verdade solene: ao nos afastarmos do amor que nos criou, corremos o risco de nos afastarmos do próprio sentido da nossa existência e nos excluirmos da salvação.
Para Leão XIV, o perdão não é fraqueza, mas a forma mais alta de liberdade: a capacidade de amar até o fim, sem deixar que o ressentimento dite o futuro.
Cristo, ao lavar os pés e oferecer o pão, mostra que o perdão se oferece antes mesmo do arrependimento do outro, como dom gratuito.
“O Evangelho nos mostra que há sempre uma forma de continuar a amar, mesmo quando tudo parece irreparavelmente comprometido”, destacou o papa.
Recordando que “quando Judas saiu, era noite”, o papa explicou que, mesmo nas noites da alma – de desilusão, dor ou traição – é possível fazer resplandecer uma luz: a do perdão.
Esse gesto dissolve o ressentimento, restabelece a paz e devolve ao coração a sua verdadeira liberdade.
“Perdoar significa impedir que o mal gere mais mal. É escolher o caminho da dignidade e da esperança”, completou.
Ao encerrar sua catequese, Leão XIV convidou os fiéis a pedirem a graça de saber perdoar, mesmo quando não compreendidos ou até mesmo abandonados. Pois é justamente nessas horas que o amor pode atingir sua expressão mais plena.
Em 13 de maio de 1981, na Praça São Pedro, o papa João Paulo II sofreu um atentado diante de milhares de fiéis. O caso teve repercussões políticas e religiosas em todo o mundo.
O atirador, Mehmet Ali Agca, fazia parte de um grupo extremista. Até hoje, porém, as razões exatas do atentado permanecem cercadas de especulações.
Anos depois, o próprio papa visitou o agressor na prisão e o perdoou pessoalmente. A bala retirada de seu corpo foi incrustada na coroa da imagem de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal — um gesto de gratidão e reconhecimento por sua sobrevivência.
A história do perdão de João Paulo II a seu agressor é um dos temas da primeira produção biográfica da Brasil Paralelo, O Papa que Venceu o Comunismo. Tenha acesso a esse e a todos os originais BP por apenas 10 reais mensais.
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