O governo federal repassou R$19,1 milhões à ONG Unisol, dirigida por sindicalistas do ABC paulista. Segundo o jornal O Estado de São Paulo.
A organização tem sede no subsolo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde Lula começou sua carreira política, e tem entre seus líderes filiados ao PT.
Entre os diretores da ONG está Carlos José Caramelo Duarte, que também ocupa o cargo de vice-presidente do sindicato.
O presidente da organização, Arildo Mota Lopes, é um ex-diretor da mesma entidade sindical. Ambos são filiados ao PT.
Parte desses recursos públicos foi usada para financiar um curso de “formação em direitos humanos”, com ênfase no que a entidade chama de “golpe contra Dilma”.
O projeto foi viabilizado por emenda parlamentar de Vicentinho (PT-SP) e custou R$400 mil aos cofres públicos.
A justificativa oficial do projeto afirma que, após o impeachment, o Estado brasieliro terias sido desmontado:
"Após o golpe sofrido pela ex-presidenta Dilma, o Brasil passou por um período de cinco anos de desmonte das políticas públicas, em especial ao que se refere aos direitos humanos e a participação social. Este período causou imenso prejuízo para a sociedade brasileira, acreditamos que apenas com organização e educação popular é possível fortalecer a sociedade civil para evitar possíveis ataques aos direitos humanos e à democracia."
Cerca de 300 pessoas participaram de seminários e foram distribuídas 3.000 cartilhas para que os participantes "multipliquem os conhecimentos adquiridos". O objetivo oficial do curso seria construir uma "rede de defesa de direitos humanos".
Outro projeto bancado com dinheiro federal busca apoiar empreendedores da “Feira Esquerda Livre”.
O evento se apresenta como “uma feira colaborativa feita pela esquerda, para a esquerda”, com foco em artistas e pequenos negócios alinhados ideologicamente.
O projeto custou mais de R$200 mil em recursos federais, repassados através de emendas do deputado Nilto Tatto (PT-SP).
O maior contrato, porém, é de R$15,8 milhões, pagos antecipadamente, para que a Unisol organize a retirada de lixo na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
A contratação aconteceu através da Secretaria de Economia Popular e Solidária, comandada por Gilberto Carvalho, ex-ministro e aliado histórico de Lula.
Esse foi o segundo maior contrato custeado com a verba destinada em 2024 para a "gestão de políticas para povos indígenas".
O valor só fica atrás dos R$64,2 milhões pagos a uma empresa de serviços aéreos, essenciais para o deslocamento na região.
O pagamento à Unisol foi depositado na conta da ONG em 31 de dezembro de 2024, apenas três dias após a assinatura do acordo.
A contratação aconteceu depois de um edital lançado pelo Ministério do Trabalho em novembro de 2024. O objetivo era selecionar entidades para:
A justificativa do governo para a urgência da ação é a estimativa de que 70 toneladas de plástico estejam acumuladas na área, representando um risco ao meio ambiente e à saúde dos indígenas.
Dez ONGs se candidataram. Metade foi desclassificada por não apresentar um plano de trabalho adequado.
Uma comissão de cinco integrantes do ministério avaliou as propostas. Documentos mostram que houve divergências na análise da qualificação da equipe da Unisol.
Enquanto um avaliador apontou "breve menção sobre qualificação", tirando pontos, outro destacou "profissionais com experiência comprovada". Três dos cinco avaliadores apenas registraram pontuações, sem tecer comentários.
O termo assinado com a Unisol previa a "liberação do recurso em parcela única" e em "consonância com as metas da parceria", prática incomum com outras entidades.
O governo se defende alegando que o pagamento antecipado à organização Unisol aconteceu de forma legal e "respeitou os preceitos constitucionais, as regras da administração pública e a excepcionalidade da ação, oriunda de medida provisória diante da urgência de atender a crise humanitária na terra yanomami".
Apesar do dinheiro estar na conta da ONG do sindicato desde o final do ano passado, as atividades de retirada do lixo em campo só devem começar no segundo semestre de 2025.
Segundo o Ministério do Trabalho, os três primeiros meses deste ano foram dedicados a "reuniões de planejamento técnico da operação", e o segundo trimestre marcou o início dos "estudos técnicos".
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