O tempo de tela não é o maior vilão da saúde mental infantil. O grande problema é o uso viciante de celulares, videogames e redes sociais, revela o novo estudo publicado no jornal JAMA Psychiatry.
Enquanto muitos especialistas e legisladores vêm se preocupando com quantas horas os jovens passam em frente às telas, o que realmente importa é como eles usam essas ferramentas e o quanto dependem delas.
Segundo a pesquisa, adolescentes com comportamento compulsivo no uso de tecnologia correm mais risco de desenvolver problemas graves.
Sentir angústia longe do celular ou não conseguir sair das redes sociais pode triplicar as chances de ideação suicida ou automutilação.
O pesquisador Yunyu Xiao, da Weill Cornell Medical College, explicou:
“Este é o primeiro estudo a mostrar que o problema não é o tempo, mas o uso viciante. Isso é o que está na raiz dos comportamentos de risco”.
Segundo o estudo, quase metade das crianças já apresentava comportamento viciante com celular aos 11 anos.
O estudo conclui que não basta controlar o tempo. É preciso observar o padrão de uso e agir cedo.
Especialistas recomendam que os pais não apenas limitem o acesso, mas fiquem atentos aos sinais de dependência digital, como:
Em muitos casos, o tratamento envolve psicoterapia cognitivo-comportamental. E simplesmente “tomar o celular” pode piorar a situação, gerando conflitos familiares ainda mais graves.
O estudo também revela que empresas de tecnologia têm responsabilidade no problema.
Segundo o psicólogo Mitch Prinstein, da Associação Americana de Psicologia, as plataformas são projetadas para gerar dependência e políticas públicas devem exigir um design “apropriado para a idade”, algo que já existe no Reino Unido.
“Simplesmente culpabilizar os pais é injusto. Muitas famílias não têm tempo ou condições de supervisionar tudo”, disse.
O estudo não prova que o vício em tela causa diretamente os problemas mentais. Mas mostra um padrão: quanto mais tempo com comportamento viciante, maior o risco futuro.
Pesquisadores também destacam que o impacto do tempo de tela varia com o que é feito online. Assistir vídeos educativos ou jogar com amigos, por exemplo, não tem o mesmo efeito que consumir redes sociais de forma compulsiva e solitária.
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