Quem é Marcos Roberto de Almeida?
Segundo investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Tuta integrava a alta cúpula da facção, conhecida como "Sintonia Final da Rua".
Sua ascensão ao posto de comando nas ruas teria ocorrido após a transferência de Marcola para o sistema penitenciário federal em fevereiro de 2019.
Como o novo "número 1" em liberdade, Tuta coordenava as operações da facção dentro e fora dos presídios, com foco no tráfico internacional de cocaína para a Europa.
Sua função era crucial na logística do narcotráfico, estabelecendo a ponte com fornecedores bolivianos e organizando o envio da droga através do Brasil.
Ele já foi condenado em primeira instância a 12 anos de prisão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, e responde a outros processos.
Líder do PCC chegou a ter cargo no consulado de um país africano
Mesmo foragido e procurado pela Interpol, ele ocupou o cargo de adido comercial no Consulado de Moçambique em Belo Horizonte, entre julho de 2018 e julho de 2019.
Na época, o criminoso ganhava cerca de R$10 mil em um trabalho com carteira registrada.
O ex-cônsul-honorário de Moçambique, Deusdete Januário Gonçalves, chegou a testemunhar para a defesa de Tuta em um processo por lavagem de dinheiro.
Deusdete chegou a descrevê-lo como "um homem de grande idoneidade", afirmando desconhecer suas ligações com o PCC.
Além disso, ele disse que Tuta teria apresentado certidões negativas da Justiça antes de ser contratado. O ex-cônsul só o desligou do cargo após ser intimado a depor.
Tuta comandava ações do PCC da Bolívia
Durante seus cinco anos como foragido, Tuta teria comandado as operações do PCC a partir da Bolívia.
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, o país vizinho se tornou um refúgio estratégico para a cúpula da facção devido à facilidade em subornar autoridades.
Relatos indicam que outros líderes do PCC foragidos, como Sérgio "Mijão" Luiz de Freitas Filho e André “do Rap" de Oliveira Macedo, também estariam escondidos na Bolívia.
Eles estariam levando uma vida aparentemente normal, utilizando negócios de fachada para justificar suas fortunas.
Para despistar as autoridades, o PCC chega a disseminar comunicados internos falsos, anunciavam a morte ou a expulsão de membros da organização.
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