Na manhã desta terça-feira, 24 de setembro, as atenções do mundo se voltaram para a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas. O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), abriu o debate de chefes de Estado e de governo, reforçando a tradição histórica do país como uma voz importante nos fóruns internacionais. Em meio a mais de 190 países presentes, Lula abordou temas críticos, como conflitos globais, mudanças climáticas e a reforma das instituições multilaterais.
O chefe de Estado brasileiro chegou acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, e de uma delegação robusta, incluindo os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Também compareceram o chanceler Mauro Vieira e o assessor especial Celso Amorim. No entanto, a ausência de outros ministros, como Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática) e Fernando Haddad (Fazenda), foi notada, em razão da limitação de espaço.Gaza, Cuba e Venezuela
Desviando do protocolo, Lula iniciou sua fala se dirigindo à delegação palestina. Segundo ele, o conflito foi iniciado com com um ataque de "fanáticos ao civis israelenses", mas degenerou em uma "punição coletiva" imposta por Israel. Ele criticou a transformação do direito de defesa israelense em um direito de “vingança”.
O presidente do Brasil também se posicionou contra as sanções a Cuba, classificando-as como uma medida injusta. Enfatizou que as penalidades prejudicam as populações mais vulneráveis no país.
No entanto, evitou mencionar a crise política na Venezuela, onde a reeleição de Nicolás Maduro foi amplamente contestada. Esse silêncio gerou críticas por parte da oposição e de analistas internacionais, dado o histórico de apoio de Lula a Maduro.
Outro ponto central do discurso de Lula foi a necessidade urgente de reformar o Conselho de Segurança da ONU. Classificou também os órgãos como estruturas "ultrapassadas" e um vestígio do colonialismo.
O presidente defendeu a inclusão de países da América Latina e da África em assentos permanentes e pediu uma revisão ampla da Carta da ONU para torná-la mais eficaz e representativa dos desafios contemporâneos.
Sem mencionar Elon Musk diretamente, Lula criticou o papel das plataformas digitais, como o X (antigo Twitter), por desobedecerem decisões judiciais no Brasil. Ele defendeu a soberania dos Estados para regular o ambiente digital e destacou que o cumprimento das leis nacionais deve se estender também às grandes corporações tecnológicas.
O presidente do Brasil anunciou a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, com lançamento previsto para novembro no Rio de Janeiro. Segundo ele, a fome mundial é um problema de origem política, decorrente de decisões equivocadas.
A proposta de Lula é que o Brasil assuma a liderança internacional em iniciativas para combater a fome e a desigualdade global.
O petista também apontou as limitações das Nações Unidas para prevenir ou resolver conflitos. Citou também as crises na Ucrânia e no Oriente Médio como exemplos da falência da comunidade internacional em impedir o uso da força sem respaldo legal.
Ele criticou os gastos militares e sugeriu que os recursos deveriam ser direcionados para o combate à fome e às mudanças climáticas.
O chefe de Estado brasileiro criticou a ineficácia dos acordos climáticos globais. Destacou ainda que o Brasil enfrenta atualmente desastres ambientais de grande magnitude, como as enchentes no Rio Grande do Sul e os incêndios na Amazônia. Ele reconheceu que o governo tem tido dificuldades em enfrentar esses desafios e enfatizou o compromisso brasileiro com a preservação ambiental:
“Meu governo não terceiriza responsabilidades”, afirmou, em um recado que ecoou tanto no Brasil quanto internacionalmente.
O discurso de Lula causou reações distintas no Brasil.
O deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN) afirmou que o petista “fracassa em sua gestão” e “envergonha o Brasil”.
“Lula não só fracassa em sua gestão, como envergonha o Brasil ao fazer isso em uma assembleia global. Admitir que não fez o suficiente é assinar um atestado de incompetência, e o povo brasileiro não merece mais um governo que falha em proteger o país”, criticou.
O deputado federal Sanderson (PL-RS) também condenou a fala do presidente, afirmando que as palavras de Lula só evidenciam a sua falta de liderança:
"O Sul enfrenta o maior desastre natural de sua história e o presidente Lula, ao invés de agir com firmeza, utiliza a ONU para confessar seu fracasso. Isso é inaceitável. Ele não tem a postura de um líder que o Brasil tanto precisa, e suas falhas estão custando caro para os brasileiros", pontuou.
Por outro lado, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) reagiu de modo positivo à conduta de Lula na Assembleia da ONU, afirmando que o presidente “é um verdadeiro estadista”.
"Mais uma vez, o presidente mostrou por que é um verdadeiro estadista no cenário internacional. Lula está colocando o Brasil no centro das decisões globais e liderando o debate sobre um futuro mais justo e sustentável para todos e todas", afirmou o mineiro.
Na mesma linha de Lopes, o deputado Jilmar Tatto (PT-SP) também enalteceu a fala do chefe do Executivo brasileiro em Nova York:
“Em seu discurso na ONU, Lula mostrou que é um grande estadista e a principal voz em defesa do Sul Global. O mundo mudou e as transformações das últimas décadas justificam a reforma nos organismos internacionais, com mais representatividade aos países em desenvolvimento”, afirmou.
A repercussão das declarações do presidente, tanto positivas quanto críticas, destaca a complexidade e a importância das questões levantadas, além de reafirmar o papel do Brasil em diálogos globais. As interações entre a política interna e externa continuam a moldar as dinâmicas no país, o que justifica a importância de discursos em eventos internacionais de grande importância.
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