Áudios explosivos encontrados no celular do agente da Polícia Federal (PF) Wladimir Soares (ou Wladimir Matos Soares), preso desde novembro de 2024, revelam detalhes chocantes de uma trama golpista.
O objetivo seria manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. As mensagens, trocadas entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, foram interceptadas pela PF.
Foram divulgadas inicialmente pelo G1 e TV Globo, e tornadas públicas pelo STF em 14 de maio de 2025. Elas expõem a disposição do grupo para violência extrema e a frustração do agente com a liderança de Bolsonaro.
Nos áudios, Wladimir Soares descreve um grupo armado e preparado para ações drásticas. Ele afirma que estavam dispostos a "matar meio mundo de gente". O agente relata que integrava uma "equipe de operações especiais" com "poder de fogo elevado". O objetivo era "empurrar quem viesse à frente".
Um dos alvos específicos era o ministro do STF Alexandre de Moraes. Soares diz:
"A gente tava preparado para isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre de Moraes. Eu ia estar na equipe, ia botar para fuder nesse f*** da p***".
A investigação aponta que o plano mais amplo incluía os assassinatos do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do próprio ministro Moraes.
As mensagens de Soares e outros elementos da investigação, como o documento "Punhal Verde e Amarelo" encontrado pela PF, indicam um plano estruturado. A ideia era prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e opositores de Bolsonaro. O agente da PF, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), integrava o "núcleo 3" da trama.
Este núcleo buscaria apoio do Exército para um golpe de Estado. Inicialmente, Soares teria a função de repassar informações sobre a segurança de Lula durante a transição. Posteriormente, foi integrado a outros núcleos do plano. Áudios também revelam conversas com outros membros da PF.
Um delegado teria respondido a Soares: "Grande Wladimir! Estaremos eu e você [na equipe para prender e matar opositores]". Isso sugere possível apoio interno na corporação.
Apesar da aparente prontidão do grupo, os planos não se concretizaram. Soares, nos áudios, expressa profunda frustração com Jair Bolsonaro. Afirma que o então presidente "deu para trás" e que "faltou um pulso" para autorizar a ação.
"A gente tava pronto, só que aí o presidente… Esperávamos só o ok do presidente, uma canetada para a gente agir. Só que o presidente deu para trás", diz Soares.
Ele também acusa os generais do Exército de terem sido "comprados" pelo PT. Essa suposta traição dos generais, segundo o agente, teria levado à retirada de apoio militar ao plano golpista. Ele menciona, contudo, que a Marinha apoiaria a iniciativa.
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP