Os termos “parturiente” e “responsável legal” passarão a constar definitivamente nas Declarações de Nascido Vivo (DNV).
- A Declaração de Nascido Vivo é um documento emitido após o nascimento de uma criança, contendo informações do bebê, como data e local do parto, e os nomes dos pais.
Somente com a DNV em mãos, os pais podem registrar o recém-nascido em cartório e obter a certidão de nascimento. O registro pode ser feito presencialmente ou online, através do site Registro Civil.
A decisão foi tomada ontem,17 de outubro, pelo colegiado da Casa, acompanhando pareceres dos ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça.
Desde julho de 2021, as expressões para designar os genitores do bebê foram substituídas temporariamente. No campo onde constava o nome da mãe, passou a aparecer a palavra “parturiente”.
Já no espaço onde anteriormente estava o nome do pai passou a ser “responsável legal”.
Pedido liminar do PT afirmava que “pai” e “mãe” seriam palavras excludentes
A retirada dos termos “pai” e “mãe” atendeu a um pedido liminar feito pelo Partido dos Trabalhadores (PT), protocolado em 1º de fevereiro de 2021.
O partido alegava que as palavras pai e mãe excluíam a população transexual. De acordo com o partido, essa determinação iria ferir o direito dessas pessoas à maternidade e paternidade.
O ministro Gilmar Mendes acatou integralmente o pedido realizado na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 787.
Determinou então que passasse a constar a categoria “parturiente” no lugar da palavra “mãe”. O termo pai também foi substituído por “responsável legal”. Em julho de 2024, o plenário da Casa ratificou a decisão.
No entanto, o ministro Edson Fachin alegou ser necessária uma ordem judicial para que a medida não fosse revogada. Sem ela, qualquer mudança pode ser desfeita, em caso de troca de governo.
Cármen Lúcia e Barroso concordaram com o colega, mas Nunes Marques e André Mendonça ponderaram que o objetivo da discussão era não excluir ninguém.
“Estamos diante de um direito de minoria, que é um direito fundamental subjetivo, de não ser reconhecido como não se reconhece. Agora, nós não podemos descuidar de milhões e milhões de jovens brasileiras que acalantam o sonho de ser mãe. Essa é a grande maioria”, ressaltou Nunes Marques em sua fala.
Na votação de ontem, Mendonça sugeriu que os quatro campos fossem mantidos, sendo os para “parturiente” e “responsável legal” de preenchimento facultativo.
Fachin discordou dos colegas, alegando que manter “pai” e “mãe” no documento manteria a de discriminação com a população trans.
Após analisar a questão, os juízes optaram por conservar somente duas seções no formulário. Uma delas apresenta o termo "parturiente/mãe", enquanto a outra exibe "responsável legal/pai.
A primeira refere-se a quem deu à luz, sendo de preenchimento obrigatório. Já "responsável legal/pai" remete ao outro genitor, que não precisa ser apontado.
“Nós não queremos excluir as minorias, nem as maiorias. Portanto, nós queremos dar a melhor opção para cada um, permitir que cada um viva a sua convicção”, disse Luís Roberto Barroso.
O pedido do Partido dos Trabalhadores (PT) de retirar os termos “mãe” e “pai” das Declarações de Nascido Vivo emitidas pelo SUS gerou polêmica. Por um lado, o ministro Edson Fachin entendeu que a manutenção das expressões excluiria a população transsexual.
Do outro, os ministros Mendonça e Nunes Marques apontaram que a exclusão poderia afetar uma ampla maioria, que pode ter sonhado em ser chamada assim.
No entanto, Fachin votou contra, alegando que ainda assim os trans não estariam inclusos.



.webp)



.jpg)

.jpg)








.jpg)










