Israel prendeu Greta Thunberg e outros ativistas pró-Palestina que seguiam para a Faixa de Gaza em uma embarcação da Flotilha Global Sumud.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do país, vários barcos foram parados em alto-mar e seus passageiros estão sendo levados ao porto de Ashdod.
A flotilha, grupo de pequenas embarcações, tem cerca de 45 barcos com aproximadamente 500 ativistas e partiu da Espanha para “entregar ajuda humanitária” a Gaza.
Os navios foram interceptados a aproximadamente 130 km da costa de Gaza. Israel afirma ter advertido o grupo a mudar de rota e que os passageiros seriam desembarcados em segurança.
“Greta e seus amigos estão seguros e saudáveis”, informou a chancelaria, divulgando vídeo em que a sueca aparece cercada por militares.
Outra publicação do mesmo órgão mostra uma foto dos tripulantes sendo levados para Israel e anuncia que eles serão deportados.
Greta Thunberg e outros ativistas já haviam sido presos em junho deste ano por participarem de outra embarcação que se dirigia a Gaza.
Na ocasião, as autoridades passaram vídeos dos atentados de 7 de outubro para os militantes, que se recusaram a assistir, antes de levá-los de volta a seus países de origem.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel classificou a embarcação como um "iate de celebridades para selfies" e destacou que a quantidade de recursos que eles levavam não teria impacto para os palestinos em Gaza.
Entre os detidos haviam três militantes do PSOL que divulgaram uma mensagem em vídeo que seria divulgada caso eles fossem detidos.
A vereadora Mariana Conti (PSOL-Campinas) pediu que os militantes do partido pressionem o governo a exigir sua libertação:
“Eu peço a sua ajuda para que pressione o governo brasileiro ou o governo dos meus camaradas para que sejamos imediatamente libertados da prisão”.
A presidente do PSOL no Rio Grande do Sul, Gabi Tolotti, pediu que o governo brasileiro corte as relações formais com Israel:
“Diga ao governo brasileiro para acabar com a publicidade com o estado de Israel e me levar de volta para casa.”
Na gravação, todos falaram que foram “sequestrados” e levados contra a vontade para Israel.
O governo de Israel afirmou ter encontrado documentos que comprovam a ligação direta entre o Hamas e a Flotilha Global Sumud.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores israelense, os papéis foram descobertos em postos do Hamas dentro de Gaza e revelam conexões financeiras e organizacionais.
Um dos documentos é uma carta de 2021 assinada por Ismail Haniyeh, então chefe político do grupo, morto em Teerã ano passado.
Nela, Haniyeh pede “unidade” e declara apoio à Conferência Popular para os Palestinos no Estrangeiro (PCPA), entidade criada em 2018 e classificada por Israel como braço externo do Hamas.
“A organização opera sob cobertura civil e é responsável, em nome do Hamas, por mobilizar ações contra Israel, incluindo manifestações violentas, marchas contra Israel e flotilhas de protesto e provocação”, afirmou o ministério em comunicado.
Outro documento divulgado lista dirigentes da PCPA que estariam ligados diretamente ao Hamas.
Entre eles, Zaher Birawi, descrito por Israel como líder do Hamas no Reino Unido e figura central na organização de flotilhas desde 2010.
Os documentos também mencionam Saif Abu Kashk, apontado como representante do grupo na Espanha.
Em comunicado, Maria Elena Delia, porta-voz da Flotilha Global Sumud, classificou as alegações como “propaganda”:
“Os documentos mostrados por Israel não provam nem o financiamento nem o controlo do Hamas sobre a Global Sumud Flotilla. Somos uma missão civil e humanitária, aos olhos da Europa e do mundo. Pedimos que os documentos sejam entregues na íntegra a organismos independentes: até que isso aconteça, [esta alegação] é apenas propaganda, não provas.”
Entenda a guerra em Gaza para além das narrativas ocidentais com o documentário From the River to the Sea. Assista completo abaixo:
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