A convite da Brasil Paralelo, Bruno Musa viajou para a Venezuela para conhecer a realidade do país com seus próprios olhos. No primeiro capítulo de seu diário, Musa compartilhou as descobertas sobre a realidade financeira do país e falou de suas expectativas para a jornada.
O segundo capítulo narra as primeiras impressões e dificuldades em solo venezuelano:
Pra embarcar nessa jornada convidei o Fábio, um grande amigo que possuo e colega de viagens a locais incomuns.
A ideia era algo que eu já tinha em mente, descobrir como está a Venezuela hoje, mas não por olhares de especialistas, e sim pelo olhar do seu próprio povo.
Um dos primeiros passos para irmos à Venezuela foi procurar um guia para nos acompanhar nessa jornada.
Como o Brasil é um destino bastante comum para os refugiados Venezuelanos, não foi tão difícil encontrar uma pessoa disposta a nos ajudar.
Começamos visitando a Casa Venezuela, uma instituição que acolhe refugiados Venezuelanos. Foi lá que conhecemos a sra. Carmen, uma jornalista refugiada que topou ir conosco até o país, mas preferiu ter sua identidade mantida em segredo, pois ela tem familiares que ainda moram no país e achou perigoso revelar sua identidade.
A data da viagem para a Venezuela, coincidentemente, foi marcada um dia após o meu aniversário. Na véspera da viagem, saí para comemorar com minha família.
Tínhamos que partir de madrugada, acabei chegando bastante atrasado no aeroporto e quase perdi o voo. Pois é… A viagem já começou em clima de tensão nessa correria.
Depois desse pequeno “sufoco”, deu tudo certo, encontrei a equipe e nossa guia, e seguimos para o nosso destino.
Fizemos uma conexão na Cidade do Panamá e pousamos na Venezuela por volta das 4 horas da manhã.
O aeroporto não fica exatamente em Caracas, mas sim em uma cidade muito próxima chamada Maiquetía.
A mala de um funcionário da BP chegou quebrada, mas ele preferiu não prestar queixa, para não ter que abrir a mala, e eles verem toda a papelada sobre as gravações que iríamos fazer para a Brasil Paralelo.
Isso poderia chamar uma atenção que não gostaríamos.
Em frente ao aeroporto, havia um favelão e muitos policiais, mas o que chamou nossa atenção foram os carros.
Muitos carros antigos, sensação que estavam saindo de um ferro-velho.
Tínhamos dois motoristas nos esperando quando saímos do aeroporto, e os carros dos nossos motoristas também eram extremamente antigos, chuto que foram fabricados nos anos de 1980, com a lataria desgastada, pintura queimada e pareciam que iam quebrar a qualquer momento.
Um dos nossos motoristas nos contou que trabalhava para a polícia, que recebia um salário mínimo que ao converter de bolívar, moeda oficial do país, para dólares não passava de 7 dólares mensais. Por isso ele fazia serviço extra como motorista particular. Fiquei bem impressionado com o valor do salário.
O segundo motorista não era policial, e não nos falou muito sobre sua profissão, mas se mostrou uma pessoa bem indignada com o governo e chegou a mencionar que Hugo Chávez era o “mal do país”.
Pude observar muitas frases pichadas e pinturas nos muros ao longo do caminho, com a imagem de Simón Bolívar, o que me passou uma impressão de grandiosidade e idolatria à figura dele.
Chegando em Caracas, achei a temperatura da cidade agradável. A cidade fica situada em um vale e rodeada de montanhas, assim como o Rio de Janeiro. Chegar em Caracas foi como voltar no tempo. Na verdade, parece que a cidade parou no tempo.
Não foi rara a sensação de que aquela cidade ainda estava nos anos de 1980/1990.
Meu hotel ficava em uma rua mais movimentada, com pessoas andando pra cima e pra baixo.
Muitas vans de transporte, aquelas lotações nas quais o cobrador anda com a porta aberta gritando para chamar os passageiros.
Eu estava curioso para ver o quarto do hotel. Tinha camas boas e um ambiente agradável. O andar que fiquei era bem alto e dava pra ter uma boa vista da cidade.
Conseguia até ver uma base militar da época de Hugo Chávez. Comentei sobre essa base com um dos nossos motoristas e ele me contou que ela está inativa há muitos anos e os helicópteros que estão pousados lá nunca saíram de lá, desde que chegaram na década de 1990.
Depois de instalado no hotel, fui almoçar, e por já ser tarde foi bem difícil encontrar um restaurante aberto. Acabamos indo em outro bairro, e mesmo sem precisar de 2 carros, pois parte da equipe ficou no hotel, os dois motoristas seguiram comigo.
Achei aquilo estranho, e logo descobri que eles iam com os dois carros por precaução, se por acaso um dos carros quebrasse, tínhamos outro carro.
Finalmente encontramos um restaurante aberto para almoço, uma espécie de bistrô de carne que servia hambúrguer e vários tipos de cortes de carne. Percebi que as pessoas que estavam lá dentro me pareciam pessoas felizes, não eram turistas, eram pessoas locais.
O preço dos pratos do menu era em torno de 25 dólares, e não pude deixar de lembrar do salário mínimo de 7 dólares do motorista.
Retornei para o hotel ainda mais curioso sobre aquele país, e ansioso para o dia seguinte.
Ass.: Bruno Musa.
A convite da Brasil Paralelo, Bruno Musa foi até a Venezuela para ver com seus próprios olhos a realidade nua e crua desse país. O economista e empreendedor conheceu a realidade dos venezuelanos tendo conhecido pessoas e ouvido relatos sobre a realidade do dia a dia.
A viagem ajudou a revelar o que é verdade e o que é mentira sobre o que é dito do país. O novo Original Brasil Paralelo é uma produção inédita contada pelo próprio povo venezuelano e com imagens inéditas feitas dentro do país.
A viagem virou o novo documentário da Brasil Paralelo: Infiltrados: Venezuela, que estreia em junho.
Toque no link e conheça essa história.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP